Astronomia e Ciências Espaciais 2024



Snifa

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"Não vai ser fácil encontrar". Astrónomo explica clarão e de que se trata.


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José Augusto Matos, da Associação de Física da Universidade de Aveiro, revela ao Notícias ao Minuto que é improvável que se encontrem fragmentos.

Portugal viu um "espetacular" clarão, na noite de sábado, que iluminou o céu de Norte a Sul do país. O momento, que tomou conta das redes sociais, foi explicado ao Notícias ao Minuto por um astrónomo.

José Augusto Matos, da Associação de Física da Universidade de Aveiro, explica que o que as pessoas observaram trata-se de um meteoro, mas que não é certo que tenha caído em território português. E, avisa: Se tiver, de facto, caído, será "difícil" de encontrar.

"A dúvida é se chegou ou não à superfície terrestre. E se caiu estamos mesmo assim a falar de um fragmento pequeno, uma coisa de 1 ou 2 quilos. E isso não é fácil de encontrar no meio da serra, só se houver algum pastor que dê com ele”, explica José Augusto Matos.

O astrónomo esclarece ainda que meteoros são fragmentos rochosos que entram na atmosfera terrestre e que, em contacto com as camadas de ar aquecem, provocando a bola de luz. Este transforma-se em meteorito chegando à superfície terrestre.

É possível calcular onde caiu? Sim, mas mesmo assim será difícil de encontrar

Apesar das baixas hipóteses de encontrar os fragmentos - se é que existem - é possível fazer um cálculo mais aproximado de onde terá caído o meteoro. Segundo o especialista, há na Península Ibérica uma rede de observação do Instituto da Andaluzia, que "registou a passagem do meteoro".

"Podemos tentar reconstruir a trajetória, mas mesmo assim, supondo-se que caiu em Castro Daire, pela sua dimensão [do fragmento], não será fácil", lembra José Augusto Matos.

Mas se, por um golpe de sorte, for encontrado, será de "extrema relevância para estudo".

"Seria estudado nas nossas universidades e institutos. Estamos a falar de um fragmento da idade do sistema solar, muito importante para quem estuda as ciências planetárias. Poderá ser determinada composição e idade e pode dar informações interessantes sobre uma época remota do sistema solar", afirma ao Notícias ao Minuto.

Último fragmento encontrado em Portugal foi em 1998

Recorda ainda o astrónomo que o último fragmento encontrado no nosso país caiu em finais de dezembro de 1988, numa aldeia em Ourique. "Foi algo semelhante ao que vimos esta noite. No dia seguinte, um agricultor encontrou o fragmento num terreno", refere.

O meteorito, note-se, foi encontrado perto da Aldeia de Palheiros, por locais, onde de fragmentou em leque no chão e criou uma pequena cratera. Foi classificado com um condrito H4, alguns dos fragmentos encontram-se em exposição no Museu de História Natural de Lisboa, inclusive o maior com 2,6Kg.


 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Eram cerca de 23:48, quando o vi a passar (e pouco depois vi outro mas muito mais ao longe).
Felizmente estava a fazer trabalho de campo junto à serra da Carregueira, numa zona alta e com boa visibilidade e o céu estava pouco nublado naquele momento (após períodos de grande nebulosidade e chuviscos esporádicos). Por isso assim que apareceu, vi-o imediatamente. Achei espetacular por ser grande, por passar tão baixo (pensei até que conseguia ouvi-lo) e pela boa luminosidade que emanava (sem contudo ser excessiva) dominada por tons verdes. Fiquei com a ideia que a luz até se refletiu na superfície terrestre! E snceramente até fiquei à espera de ouvir o som da queda algures tal a impressão de proximidade que me deu, mas depois apercebi-me que foi na direção do mar.
Brutal mas a roçar o assustador.
 
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Snifa

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Bola de fogo entrou na atmosfera a 161 mil km/h mas não atingiu a superfície terrestre.​

19 maio, 2024 às 12:48.

O clarão que, no sábado à noite, foi visto por portugueses e espanhóis foi uma rocha espacial que se libertou de um cometa, Depois de entrar na atmosfera, sobre a localidade de Don Benito, na província espanhola de Badajoz, atravessou Portugal e vaporizou-se sobre o Atlântico.

O Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC), com sede em Granada, registou o fenómeno, confirmando que o objeto entrou na atmosfera a uma velocidade de 161 mil quilómetros por hora e se vaporizou a 54 quilómetros de altitude. Os cientistas acreditam que não será, por isso, expectável encontrar fragmentos.

Segundo avança o jornal "Granda Hoy", José María Madiedo, investigador do referido instituto, acredita que a rocha espacial se desintegrou de um cometa, entrando na atmosfera terrestre. O fenómeno foi registado em várias câmaras do projeto SMART, que monitoriza continuamente a atmosfera para analisar este tipo de objetos.

O investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Universidade de Coimbra Nuno Peixinho já tinha afirmando que, nestes fenómenos, é habitual que as rochas se desintegrem, não chegando a atingir a superfície da Terra.

Tal como acontece com as estrelas cadentes, afirmou, estes objetos consomem-se na atmosfera e é desse processo químico que resulta o rasto de luz visível. Neste caso, sendo azul, "indica que o tipo de material que está a arder, a vaporizar, é o magnésio".

"Como andam a vários quilómetros por segundo, contra o ar, a pressão que aquilo faz na atmosfera é tão grande que as temperaturas atingem facilmente os 25 mil graus, e a essa temperatura vaporiza tudo", sublinhou Nuno Peixinho.

Fenómeno "isolado": não há motivo para receio.


Em declarações à Lusa, Nuno Peixinho realçou que não há motivo para qualquer receio face ao meteoro observado em Portugal, uma vez que se tratou de um "fenómeno isolado".

A maioria dos meteoritos caem no oceano e, estatisticamente, dada a dimensão de Portugal, é menos provável que caia no solo nacional. "Seria preciso muito azar para um meteorito cair em cima de alguém ou de alguma coisa", acentuou.

No seu portal oficial, a Proteção Civil chegou a dar conta, no sábado à noite, da eventual queda de um meteorito em Castro Daire, notificação que, entretanto, foi retirada.

Seis veículos auxiliados por 20 operacionais da GNR e dos bombeiros da localidade do distrito de Viseu estiveram na zona de Pereira e da serra de Montemuro para dar resposta à ocorrência, mas sem sucesso.

 

Orion

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5 Jul 2011
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é que ontem estava com um amigo e vimos exatamente algo parecido com isto de hoje mas numa proporção muito mais pequena. por acaso nem comentei com ninguem.
parecia uma estrela cadente. e foi por volta exatamente da mesma hora, estava a ser meia noite.
foi como se fosse algo a cair mas um ponto pequeno e foi ao longe.

Algo como isto?




Esse tipo de eventos (incluindo o atual) ocorre com alguma frequência. Se é raro vê-los à noite pelos mais diversos motivos, imagine-se quantos passam despercebidos durante o dia.

São eventos fixolas e tal mas só os minorcas. Os primos são desagradáveis...



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SpiderVV

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O clarão que, no sábado à noite, foi visto por portugueses e espanhóis foi uma rocha espacial que se libertou de um cometa, Depois de entrar na atmosfera, sobre a localidade de Don Benito, na província espanhola de Badajoz, atravessou Portugal e vaporizou-se sobre o Atlântico.
Curioso que a onda de choque se tenha feito sentir mais no Norte do país, sendo assim. Provavelmente já ia a uma altitude mais baixa.
 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Fantástico este vídeo em Barcelos, além do ambiente, capta perfeitamente o meteoro a desintegrar-se
Esse é, para mim, o vídeo mais detalhado e que permite interpretar bem a trajectória e a decomposição que não se espalhou lateralmente mas longitudinalmente.
E, claro, um ambiente de grande emoção...

Já agora, artigo muito completo:

E destaco o vídeo integrado na notícia, com a melhor explicação de todas, incluindo a trajectória em 3D.

 
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algarvio1980

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StormRic

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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
O texto da notícia parece um pouco desactualizado, em face do conhecimento da trajectória já obtido pela intersecção dos planos de visualização de várias câmaras celestes da rede espanhola (vídeo no artigo do Público).
 

algarvio1980

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Olhão (24 m)
O texto da notícia parece um pouco desactualizado, em face do conhecimento da trajectória já obtido pela intersecção dos planos de visualização de várias câmaras celestes da rede espanhola (vídeo no artigo do Público).
A notícia foi publicada depois do artigo do Público. :D No facebook, houve malta a relatar o dito cujo a Norte de Olhão, o que é comprovado pela câmara da ALLSKY7 em São Brás de Alportel. O que ninguém sabe é que o meteoro fez uma pirueta. :D
 

T/^^²

Cirrus
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23 Mai 2023
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Venda Nova
Talvez um dos eventos que mais me deixa perplexo, não me recordo de nenhum bólide com uma visibilidade tão vasta quanto este.
Visto em Espanha desde Cádis, Madrid, Galiza, e por cá do Algarve até ao Minho.
A velocidade de entrada deve de ter sido tanta que percorreu esta distância em meros segundos também aparenta ter "richochetado" na atmosfera.
Seria interessante a partilha de dados de Radar do ipma e da força aérea. Os dados de velocidade devem ser de valores absurdos, 150K a 200K km/h.
Felizmente apenas foi sentida a onda de choque sónico, caso contrário existira danos no mínimo nível de Cheliabisk ( Condrito)
Hoje um suposto especialista falava em algo na ordem de 2kg.. irreal, apenas a titulo comparativo coloco imagem de um pequeno fragmento com 800g da Aldeia de Palheiros, Ourique (1998)
 

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