Tendo em conta a situação a que se chegou (e que de facto não é alheio crescimento desenfreado do turismo e do regadio, sem grandes preocupações de pelo menos reutilizar águas residuais e reparar as fugas na rede de distribuição, rezando-se para que a água armazenada nas barragens existentes chegasse à mesma para um consumo maior) é inevitável que se faça pelo menos a ligação Pomarão-Odeleite (que por estarem na mesma bacia, nem são um transave).
No futuro, no inverno, transferir água, em excesso, do Tejo para o Guadiana (via Nisa, Crato e Caia) para se acudir ao Algarve e Alentejo Litoral também deverá acabar por acontecer. É uma solução de menor impacto ambiental do que a dessalinização (elevados consumos energéticos e despejo da salmoura no mar), embora sejam ambas caras.
A prioridade evidentemente tem de ser a reutilização de águas residuais, reparar as fugas na rede, eliminar o desperdício, fazer culturas menos exigentes em água (por algum motivo no algarve fazia se era figo, alfarroba, batata doce, amêndoa, etc...), arborizar com espécies autóctones a serra algarvia (que todos os anos arde um bom bocado, dificultando cada vez mais a recarga dos nascentes).
Quanto a ir buscar água ao Douro também não me parece viável tendo em conta o enorme desnível que teria de ser vencido, de cerca de 600m, entre o pocinho no Douro e sabugal na serra da Malcata, com elevados consumos energéticos. No Verão, como diz, o próprio Douro já não tem água em excesso e a que existe é fundamental para alguma produção de energia elétrica renovável e passagem dos barcos nas eclusas.