StormRic
Furacão
Durante a mini-era glacial houve cultura de castanheiros no sotavento algarvio. Há inúmeras linhas de água no litoral do sotavento que nunca têm caudal, mesmo em meses mais chuvosos, para mim são um indício de que o Algarve já foi mais húmido . É mais que provável que durante alguns séculos o Algarve tenha sido mais chuvoso. Quando a Europa estava mais fria nos séculos XVII ou XVIII o jet deveria estar mais baixo e devem ter sido mais comuns os períodos de NAO negativo. O inverso deve ter acontecido na fase quente da Idade Média ou do Império Romano. Durante estes períodos devem ter ocorrido alterações da vegetação que deixariam depois bosques relíquia. Daí a presença de Quercus robur em Marrocos, na Extremadura espanhola ou no Alto Alentejo, ou de bosques de azinheira na Cordilheira Cantábrica.
São milénios de pastorícia, incêndios, exploração de madeira para carvão e construção naval. Por isso chegámos ao sécul XXI com o coberto vegetal todo alterado. A cultura mediterrânica também não parece ser nada amiga das árvores, o povo gosta do «terreno limpo».
É preciso notar que a extracção das águas dos aquíferos subterrâneos é incomensuravelmente maior do que era há séculos atrás. Esse esvaziamento leva a que a precipitação antes de escorrer ou antes que os aquíferos transbordem em nascentes, têm que ser reabastecidos. Um dos problemas correntes hoje em dia que mostra como a sobre-exploração das águas subterrâneas está a ser um exagero, para regas de jardins, relvados, piscinas, abastecimentos de uma enorme populacão veraneante, etc, é a salinização por entrada das águas marinhas nos níveis freáticos que dantes se equilibravam com o nível do mar. O sotavento é uma das zonas atingidas por este fenómeno de extracção desenfreada das águas subterrâneas e sua salinização.