ARTIGO DE OPINIÃO
Inundações em Lisboa
(Por Jorge Lage)
Os políticos são o que sempre foram e quando parecem diferentes do que sempre foram, apenas estão a teatralizar perante a opinião pública.
Lisboa cresceu imenso no pós-25 de Abril, mas não em bom planeamento, segurança e bem-estar dos seus habitantes, apesar de a Natureza ir lançando os seus sérios avisos de protesto de como é tratada.
Fiquei chocado e indignado com a teatralização de alguns comentadores e dos meios de comunicação social sobre a impossibilidade de se resolverem os problemas das inundações em Lisboa com as chuvas mais fortes.
Eu vivo numa rua (muito antiga) do centro de Braga e o que o presidente da câmara fez foi substituir a pequena conduta de águas pluviais por uma muito maior. A partir daí toda a água tem escoamento mais ou menos normal.
Em Lisboa, o «arrumar a casa» que o presidente do município e os seus sábios vereadores dizem ter feito será, em certos aspectos, um exercício de retórica. Lá diz o ditado: - Bem prega S. Tomás!
«Arrumar a casa», com tanta massa cinzenta em volta do presidente, deveria ser resolver todos os graves problemas da cidade e que incomodam os seus habitantes.
Deviam fazer o levantamento dos locais mais problemáticos com as chuvas e resolvê-los em tempo razoável. Em certas zonas de declive em que as condutas são muito extensas terão de ser substituídas por outras muitíssimo maiores, mas o seu escoamento ao chegar às partes baixas deveria ser independente das ali existentes e desembocarem directamente no rio ou linhas de água. Penso que nas zonas de inundações habituais se deve repensar toda a rede de esgotos. Isso exige muito esforço, muitos gastos, não se vê, mas dá segurança e evita gastos maiores.
Era bom que esse trabalho fosse feito já, que ainda há fundos comunitários e as empresas construtoras de condutas de cimento lutam por sobreviver, vendendo o material a preço de saldo. Além disso, evitavam-se, no futuro, novos males ou prejuízos aos munícipes.
Mas o que nos indignou foi a displicência de alguns comentadores e dos meios de comunicação, como se não houvesse nada a fazer. Estamos a ver uma professora geógrafa, duma universidade de Lisboa, que parecia estar mais interessada em transmitir uma boa imagem sua para a televisão, do que ir ao fundo da questão. Mas tem de haver solução dentro do razoável e muito necessário!
Um agricultor que faz drenagens dos solos, saberia dizer qual era a solução e que decorre do simples «saber de experiência feito».
Se calhar arrumar a casa lisboeta pode ser mais a fachada, porque problemas graves como os das inundações ou insegurança parecem não figurar tanto no caderno de encargos.
Fonte: NetBila 2009
Inundações em Lisboa
(Por Jorge Lage)
Os políticos são o que sempre foram e quando parecem diferentes do que sempre foram, apenas estão a teatralizar perante a opinião pública.
Lisboa cresceu imenso no pós-25 de Abril, mas não em bom planeamento, segurança e bem-estar dos seus habitantes, apesar de a Natureza ir lançando os seus sérios avisos de protesto de como é tratada.
Fiquei chocado e indignado com a teatralização de alguns comentadores e dos meios de comunicação social sobre a impossibilidade de se resolverem os problemas das inundações em Lisboa com as chuvas mais fortes.
Eu vivo numa rua (muito antiga) do centro de Braga e o que o presidente da câmara fez foi substituir a pequena conduta de águas pluviais por uma muito maior. A partir daí toda a água tem escoamento mais ou menos normal.
Em Lisboa, o «arrumar a casa» que o presidente do município e os seus sábios vereadores dizem ter feito será, em certos aspectos, um exercício de retórica. Lá diz o ditado: - Bem prega S. Tomás!
«Arrumar a casa», com tanta massa cinzenta em volta do presidente, deveria ser resolver todos os graves problemas da cidade e que incomodam os seus habitantes.
Deviam fazer o levantamento dos locais mais problemáticos com as chuvas e resolvê-los em tempo razoável. Em certas zonas de declive em que as condutas são muito extensas terão de ser substituídas por outras muitíssimo maiores, mas o seu escoamento ao chegar às partes baixas deveria ser independente das ali existentes e desembocarem directamente no rio ou linhas de água. Penso que nas zonas de inundações habituais se deve repensar toda a rede de esgotos. Isso exige muito esforço, muitos gastos, não se vê, mas dá segurança e evita gastos maiores.
Era bom que esse trabalho fosse feito já, que ainda há fundos comunitários e as empresas construtoras de condutas de cimento lutam por sobreviver, vendendo o material a preço de saldo. Além disso, evitavam-se, no futuro, novos males ou prejuízos aos munícipes.
Mas o que nos indignou foi a displicência de alguns comentadores e dos meios de comunicação, como se não houvesse nada a fazer. Estamos a ver uma professora geógrafa, duma universidade de Lisboa, que parecia estar mais interessada em transmitir uma boa imagem sua para a televisão, do que ir ao fundo da questão. Mas tem de haver solução dentro do razoável e muito necessário!
Um agricultor que faz drenagens dos solos, saberia dizer qual era a solução e que decorre do simples «saber de experiência feito».
Se calhar arrumar a casa lisboeta pode ser mais a fachada, porque problemas graves como os das inundações ou insegurança parecem não figurar tanto no caderno de encargos.
Fonte: NetBila 2009