Como já tinha referido, os avisos e alertas bem podiam ter sido feitos dois ou três dias antes que o resultado seria o mesmo... A incompetência da proteção civil local fica à vista de todos. Mas a culpa certamente morrerá solteira...
Por José Carlos Eusébio, Rui Pando Gomes
Antes da enxurrada de água começar a descer pelas avenidas de Albufeira até à Baixa da cidade, faz hoje uma semana, já o largo Eng. Duarte Pacheco estava inundado. Ao que o CM apurou, a água começou a sair primeiro pelas tampas de esgoto e sanitas dos bares e restaurantes, ao que tudo indica porque a canalização estava entupida com areia e detritos. Toda a zona está em leito de cheia e a canalização da ribeira que passa por baixo da cidade não aguentou, logo nos primeiros momentos do temporal, com a grande quantidade de água. Uma imagem captada pelo CM às 12h40, muito antes do pico da enxurrada, mostra já a Baixa completamente inundada. "A canalização foi feita para a cidade que existia nos anos 50 do século passado e não tem capacidade de escoamento das águas pluviais sempre que chove um pouco mais do que o normal", explicou ao CM fonte da Agência Portuguesa do Ambiente, que confirma que a Câmara de Albufeira "foi avisada" do elevado "risco de cheias" devido à atual dimensão das condutas. A juntar a tudo isto, o CM sabe que um dos canais subterrâneos que escoa as águas pluviais até à praia dos Pescadores, conhecido como ‘cano da bateria’, já entupiu várias vezes devido à areia que entra para o seu interior, nas alturas de maré cheia. "Por volta das 14h30, neste tubo não corria nenhuma água", garantiu uma testemunha. Uma semana depois, a maior parte da lama já desapareceu das ruas, apesar de ainda existir muito para limpar e principalmente contabilizar. Ontem, juntou-se às centenas de voluntários uma equipa feminina do Clube de Basquete de Albufeira. "Quiseram ajudar antes do jogo que tinham à tarde", referiu ao CM o treinador André Lima.
Correio da Manhã