David sf
Moderação
Aqui estão bem localizados alguns dos responsáveis. Tem que haver uma comissão de inquérito (infelizmente, mais uma...) para apurar todas as responsabilidades até à sua origem mais remota, bem como exigir explicações sobre afirmações que têm sido produzidas para atirar culpas "lá para cima, para os céus...", porque cá em baixo estava tudo "previsto" e "acautelado":
Duas frases lapidares, só é preciso identificar os seus autores.
De experiência pessoal, os gajos da ARH Algarve são uns chatos, obrigam a fazer tudo e mais alguma coisa, pedem até algumas verificações sem utilidade nenhuma.
A frase "os técnicos dizem que, tomando estas medidas, não há riscos de inundações" está errada, é impossível eliminar totalmente o risco de inundação.
Ainda não consegui entender a utilidade das comportas e como podem ter potenciado os efeitos da cheia.
Pelas fotografias, a secção do encanamento em betão parece-me ter cerca de 1 metro de lado, o que é muito pouco para uma bacia hidrográfica com a dimensão da ribeira de albufeira. Uma secção quadrada em betão de 1 m de lado, com inclinação de 5% (valor já elevado) tem capacidade para cerca de 7 m3/s. Uma bacia relativamente impermeável (e neste caso, a área permeável já com muita pouca capacidade de infiltração, uma vez que a duração da precipitação foi elevada), com uma área de 800 ha (aproximadamente 8 quadrículas da carta militar 1/25 000, que é aprox. o que me parece pelas cartas que o Jonas87 postou) e uma intensidade de precipitação de 20 mm/h, gera um caudal de aproximadamente 30 a 35 m3/s.
Relativamente à excepcionalidade do evento, foi excepcional, sim, e não há como contrariar isso. Para uma duração de 9 horas teve um período de retorno superior a 100 anos, ou seja, em média, acontece menos de uma vez por século acumularem-se estes valores em 9 horas consecutivas. É certo que a intensidade instantânea não foi nada de relevante, mas esse factor é apenas importante para cheias urbanas - e esta cheia não foi urbana, foi uma cheia fluvial que acabou numa área urbana. Bacias fluviais, com áreas maiores e consequentemente tempos de concentração maiores, respondem tranquilamente a picos de precipitação elevada e rápidos, dão problemas é com períodos prolongados de intensidade relevante, mesmo que não extraordinária.