Isso é tudo muito relativo senão ora vejamos:
Entre Junho e Setembro é o AA dos Açores que reina nas ilhas açorianas, migrando depois para uma posição mais a sul (frequentemente a sudoeste do arquipélago). Segue-se um período em que este quase adormece, pelo que frentes, depressões e outros ciclones podem
"brincar à vontade" desencadeando não menos raro violentas tempestades,enquanto o AA dormita a sudoeste do arquipélago.
Durante a estação fresca os tipos de tempo que nos Açores acompanham as situações anticiclónicas são variados distinguindo-se no entanto dois: Bom tempo; e tempo nebuloso e húmido (chuvoso por vezes).
O tipo de tempo anticiclónico doce e húmido verifica-se muitas vezes em Novembro-Dezembro e no fim do Inverno, quando as invasões das massas de ar polar são menos poderosas e o AA está em migração para o norte ou noutras posições favoráveis.
Contudo, os meteorologistas observam que alguns dias anticiclónicos de Inverno nos Açores de ar fresco e com cúmulos prenunciadores de bom tempo, não são devidos à influência do AA dos Açores mas sim a anticiclones mistos, ainda que associados àquele.
Alguns destes AA marítimos estacionários sobre o arquipélago, chegam a suscitar durante a estação fresca, tempo doce com precipitações mínimas.
Quando o AA recobre todas as ilhas o tempo é na generalidade, bom com temperaturas doces ventos suaves e brisas, balanceando-se a cobertura nebulosa entre os 600 e os 1500m.
Quanto à precipitação ela é abundante durante todo o ano em todas as ilhas, não havendo meses em que a temperatura exceda a quantidade de precipitação à excepção apenas da ilha de Santa Maria devido a vários factores como o relevo localização geográfica etc etc...
A persistência das chuvas é a principal característica da estação fresca como resultado da maior frequência dos tipos de tempo ciclónicos (aproximadamente 2 dias em 3). Mais concretamente do número e do vigor das depressões polares dependem a dilatação e a intensidade das precipitações nos Açores.
A distribuição normal da precipitação ao longo da estação fresca numa primeira fase (Outubro- Dezembro) dominam os tipos de tempo chuvoso de sudoeste, podendo assistir-se a um repentino aumento das chuvas a partir daquele mês. De Dezembro a Fevereiro a pluviosidade persiste em duração e intensidade, mas como característica principal forma-se uma ambiência fresca com a chegada de ar polar humidificado depois da sua passagem sobre uma superfície oceânica tépida. Aliás, é este carácter convectivo das massas de ar e o vigor da circulação polar de altitude que explicam as fortes chuvadas que caiem sobretudo em Janeiro.
Em Março começam a suceder-se os tipos de tempo perturbados surgindo inclusivé as temperaturas mais frias do ano. Nos pontos mais elevados dos Açores a neve instala-se.
Com alguma frequência o ar frio proveniente das invasões polares justapõe-se ao AA subtropical dos Açores e este fenómeno provoca chuvadas de forte intensidade que se prolongam até Abril e Maio.
Sem atingir níveis tão baixos como no Mediterrâneo, durante a estação quente a pluviometria desce consideravelmente, sobretudo devido à maior frequência das situações anticiclónicas, sendo
normal, no entanto mesmo assim,
chover mais na Serra do que no litoral.
Embora afirmando-se com muito menor intensidade que nas Canárias, Cabo Verde ou até na Madeira, as massas de ar quente e seco originárias do interior de África têm apenas uma ínfima expressão nos Açores, e espelhada apenas somente na ilha de Santa Maria. Assim explica-se o facto de Santa Maria ser a única ilha dos Açores que surge ao longe no horizonte do mar sem o tradicional "capacete" de nuvens que caracteriza as restantes ilhas do arquipélago que são eventualmente mais frescas e húmidas que Santa Maria, não sofrendo de forma alguma (devido ao factor latitude geográfica) e espraiadas pelo Atlântico Setentrional, características continentais ou mediterrâneas que aqui não têm qualquer expressão.
Acrescenta-se ainda que a precipitação durante a estação quente, chega a atingir perto de 50mm por mês... o que é bastante apreciável, logo comprova-se que a existência de meses secos nos Açores não têm qualquer expressão apreciável.
A frescura e o verde persistente de São Miguel e das Flores, encontram claramente explicação nas respectivas humidades (constantemente elevadas), a ponto de dificultarem a fixação dos primeiros colonos mais habituados às características do clima mediterrâneo seco, já dizia Gaspar Fructuoso (1 cronista açoriano do século XVI)