Custo da electricidade em Portugal duplicou no primeiro semestre
O preço de mercado da electricidade na Península Ibérica está novamente a subir, após ter atingido mínimos históricos no final de 2009. Neste primeiro semestre de 2010 o custo de cada megawatt hora (MWh) já subiu 106% nas transacções de electricidade em Portugal através do Omel, a plataforma sedeada em Espanha que gere a negociação diária ("spot") de energia na Península Ibérica. Em Espanha os preços da electricidade tiveram um aumento de 76% neste período.
Miguel Prado
Jornal de Negócios
EDP Renováveis assegura maior projecto eólico na Cantábria
A EDP Renováveis ganhou o maior lote no concurso que o Governo da Cantábria, em Espanha, lançou para a atribuição de licenças de desenvolvimento de parques eólicos. À empresa portuguesa caberá a instalação de 220 megawatts (MW) de potência, a que estarão associados cerca de 250 milhões de euros de investimento, de acordo com a imprensa espanhola.
O Governo da Cantábria refere, num comunicado ontem divulgado, que "o concurso eólico implicará um investimento total de cerca de 2 mil milhões de euros e implicará a criação de 4.222 empregos". Em causa estão sete projectos eólicos adjudicados a outros tantos consórcios, depois de recebidas 51 propostas.
Miguel Prado
Jornal de Negócios
Dívidas do Estado asfixiam fornecedores de painéis
O Governo já esgotou as verbas para subsidiar a compra de equipamentos de energia solar térmica, no âmbito da iniciativa Medida Solar Térmico 2009. Os pagamentos às empresas estão suspensos desde Fevereiro, apurou o DN, com os milhões de euros em dívida a porem em risco a sobrevivência de muitos dos fornecedores do programa.
A Medida Solar Térmico 2009, amplamente divulgada por José Sócrates e pelo ministro da Economia como uma forma de atrair mais consumidores às energias renováveis, concedeu condições especiais na compra de painéis solares térmicos e terminou, em 31 de Dezembro de 2009, com 50 658 instalações encomendadas, referentes a 207 044 metros quadrados de colectores solares, segundo os dados do Ministério da Economia. As instalações deveriam estar todas concluídas até 30 de Junho último. Mas o DN sabe que há empresas a atravessar situações de grandes dificuldades económicas, fruto do acumular das dívidas do Estado. "Tenho facturas com mais de cem dias à espera de serem pagas que envolvem valores superiores a um milhão de euros. A maioria das marcas envolvidas no programa está perto da insolvência porque o Governo não cumpre a sua parte no negócio", afirmou ao DN o responsável de uma das empresas fornecedoras do programa, que pediu anonimato para evitar quaisquer tipo de represálias.
Depois de muito insistir junto da Yunit - a empresa constituída pela CGD, BES e PT, anteriormente designada por PME Link, para servir de plataforma de ligação entre o Estado, os fornecedores do programa e os clientes -, este empresário foi informado de que o Estado deixou de pagar aos bancos a sua comparticipação no programa a partir de Fevereiro. A própria Yunit, em documento a que o DN teve acesso, reconhece que a "situação é insustentável", tendo sido "forçada a suspender temporariamente os pagamentos" até que o Estado volte a pagar.
O problema é que os clientes, que entretanto pagaram a sua quota-parte, pressionam e exigem que a instalação se faça. E as empresas não têm condições para o fazer. "Fizemos tudo o que podíamos, não podemos sustentar mais esta situação. Se isto se mantiver, para o mês que vem já não conseguimos pagar os salários. Estamos completamente esvaziados", diz o mesmo empresário.
E a verdade é que, apesar de as empresas terem sido informadas, no fim de Junho, que a entrada em vigor do novo decreto-lei de execução orçamental permitia desbloquear os pagamentos, até agora tudo se mantém na mesma. O Ministério da Economia remeteu comentários para hoje.
ILÍDIA PINTO
DN