Furacão SANDY (Atlântico 2012 #AL18)

Uma animação feita pela Nasa:

 
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Extinto o Sandy é hora de fazer a contability do evento climatérico.

O Sandy começou na zona das Caraíbas a 19 de Outubro, tendo evoluído, em apenas 6 horas, de uma depressão tropical para uma tempestade tropical.
A 24 de Outubro foi categorizada como furacão, numa altura em que a velocidade dos ventos rondava os 119km/h.
Os estragos começaram no dia 24, quando fez landfall na Jamaica, mas foi depois desta passagem que, em alto mar, ganhou força passando a categoria 2
A 25 de Outubro fez landfall em Cuba tendo enfraquecido para uma cat. 1.
A 26 de Outubro, varreu as Bahamas, tendo enfraquecido para uma tempestade tropical no dia 27.
Novamente em mar alto voltou a ganhar força tendo passado a Cat. 1. É na subida do Atlântico que o furacão ganha força e forma, virando à esquerda em direcção à costa americana.

O furacão Sandy faz landfall nos EUA por volta das 20h00 do dia 29, chegando a New Jersey com ventos na ordem dos 120km/h.
Uma lua cheia criou marés 20% mais altas, tendo amplificado o efeito do furacão inundando ruas e túneis.

No dia 1 de Novembro o Sandy estava oficialmente dissipada, ainda que tenham havido registos de múltiplas células a circular na região dos Grandes Lagos.

Entretanto as marés baixaram 50cm abaixo do normal.

Os ventos mais fortes gerados pelo Sandy extenderam-se por uma área de 280 km desde o centro, tendo os mais "fracos" (de velocidade inferior a 70km/h) se extendido por uma área de 780 km.

Ainda assim, o Sandy foi considerado como a segunda maior tempestade tropical do Atlântico.
É o Furacão Olga que, em 2001, mantém o recorde de gerar ventos de força tropical por uma área de 965 km.

Mas o Sandy assumiu outros recordes. Como furacão, teve uma pressão central de 940 millibars, sendo a leitura mais baixa alguma vez registada num furacão do Atlântico que tenha atingido a costa Leste dos EUA.
O recorde anterior era do Furacão Long Island Express que, em 1938, apresentou valores de 946 millibars.

A força e ângulo de aproximação do Sandy, combinados, produziram uma tempestade que elevou a água em Nova Iorque a níveis recordes. 4,20m ultrapassaram os 3,20 registados com o Furacão Donna em 1960.

Fica uma foto do ponto épico do Furacão, bem como uma explicação gráfica de como estes monstros surgem.


 
Mais outro dado para a contabilidade, estima-se que o Sandy tenha gerado danos materiais acima de 50.000M USD, tornando-se o segundo furacão com maior impacto económico de sempre, seguindo-se ao Katrina em 2005 - é de salientar que o Katrina era até agora considerado um caso isolado, tendo gerado danos cerca de 3 vezes superiores ao anterior segundo mais custoso, o furacão Ike de 2008.

O Sandy vem, de algum modo, "fazer a ponte" com o custo do Katrina e reforçar que não se trata de casos isolados mas de um novo paradigma no impacto dos ciclones do Atlântico.

A lista abaixo apresenta os danos materiais em USD referentes apenas ao impacto nos Estados Unidos (no mesmo artigo uma listagem referente a danos em Cuba) e os valores encontram-se corrigidos para o valor actual do dólar.

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_costliest_Atlantic_hurricanes

Por "curiosidade" noto que dos dez primeiros, sete ocorreram nos últimos 8 anos. Valia a pena estudar a fundo este assunto e perceber porquê.

Dever-se-á a uma subida na intensidade das tempestades? Talvez em parte, mas não só - até porque destes furacões mais "danosos" apenas o Katrina e o Wilma aparecem na lista dos 20 ciclones mais intensos do Atlântico Norte:

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_the_most_intense_tropical_cyclones

Como tem evoluído a preparação face à eventualidade da ocorrência destas catástrofes? Pelo que se pode apreciar pelas fotos da imprensa na cobertura do Sandy, a zona atingida não demonstrava grande preparação - nem na qualidade das construções, nem no ordenamento do território, especialmente em zonas costeiras. Mas é cedo para tirar conclusões definitivas.

Outros factores têm sido levantados a propósito do Sandy, como a infraestrutura envelhecida - recordo-me de ouvir o mesmo a propósito do Katrina, quando não de outros ciclones...