Mais sobre a extinção silenciosa do gato-bravo na P. Ibérica:
Extinção local e fragmentação de populações, foram documentadas recentemente em Valladolid, num estudo que durou mais de doze anos:
La asociación Acenva alerta del peligro de desaparición de esta especie en Valladolid tras un estudio realizado durante más de doce años. La reducción de su hábitat y su degradación genética, al mezclarse con felinos comunes, principales razones
www.eldiadevalladolid.com
Apenas em pequenas áreas, o gato-bravo parece estar bem representado.
Como foi dito no artigo, não se sabe ainda se esta situação preocupante, tem uma origem recente ou se já dura há algumas décadas.
Situação sobre o gato-bravo na Andaluzia:
Gil Sánchez et al (2020) estudían el gato montés ( Felis silvestris silvestris ) en Andalucía (87.268 km2), donde pradójicamente no está p...
curioso-por-naturaleza.blogspot.com
Apresenta aqui densidades muito baixas (e ocupa uma área menor e mais fragmentada, do que antes se pensava), mas tem alguns núcleos importantes (algumas populações significativas situam-se também junto à fronteira com Portugal)..
Em Doñana está quase extinto e ainda por cima, sofre (localmente) com a hibridação com gatos domésticos.
Na Andaluzia, em geral, parece que o coelho-bravo é a presa principal (em alternativa, são os pequenos roedores, mas em certas zonas, são um recurso geralmente pouco viável e insuficiente), e que o gato-bravo tem preferência por zonas com matagal mediterrânico e azinheiras e que evita zonas com precipitação elevada.
Os investigadores indicam que o controle de predadores, a falta de coelhos-bravos, e a falta de proteção de zonas importantes para o gato-bravo, poderão ser algumas das causas principais, para o decréscimo do gato-bravo, na Andaluzia.
Estudo de curta duração (Outubro 2019 a Março de 2020) foi realizado em parte do Parque Natural de Montesinho, numa área de 423 km2:
Apenas nove gatos-bravos foram encontrados em Montesinho, revela estudo sobre a densidade populacional naquela área protegida.
www.wilder.pt
Com recurso a foto-armadilhagem, detetaram a presença de 9 gatos-bravos.
A densidade é semelhante a outras partes da P. Ibérica mediterrânica.
Estacas com atrativo (extrato de valeriana) para recolha de DNA, não conseguiram obter amostras de pêlos e secreções.
É apontada a possível redução de coelho-bravo, como um dos motivos de decréscimo do gato-bravo (contudo, não conheço estudos anteriores feitos na zona, tanto sobre a densidade do gato-bravo, como do coelho-bravo).
Agora vou comentar algumas afirmações realizadas no artigo (escrito por Helena Geraldes):
«Apenas nove gatos-bravos foram encontrados em Montesinho, bastião da espécie em Portugal, revela estudo sobre a densidade populacional naquela área protegida»
Penso que essa é uma afirmação demasiado generalista, pois apenas uma parte de Montesinho foi estudada e durante somente cerca de 6 meses.
E também não se sabe qual ao bastião da espécie em Portugal (certos estudos indicam que a espécie parece ser mais comum na Beira Baixa e no interior do Alentejo, do que em Montesinho, por exemplo).
«Em 3.477 noites de foto-armadilhagem, a partir de 34 câmaras, foram detectados um total de 24 registos de nove gatos-bravos.»
3477 noites, em 6 meses, não me parece que seja possível.
Mudando um pouco de assunto, já desde há uns bons anos, que eu antevia, este cenário (e contatei até as autoridades).
A espécie, aparentemente, desaparecia, de locais que até nem pareciam ser maus para sua presença, mas pouca gente falava no assunto.
Agora, o cenário já parece ser bastante preocupante e novamente vou aproveitar para realçar a importância urgente de fazer estudos de monitorização mais abrangentes (certas zonas chave deviam ser prioritárias) e de avaliar até a possibilidade de ter que abrir um centro de reprodução em cativeiro para o gato-bravo.