É vontade de todos nós ver este belo animal de volta ao nosso território. Inconscientemente e de uma forma "simbólica" ele já está de volta. Este lince que veio parar ao nosso burgo pelos vistos continua por cá e se ninguém o "chatear" por cá continuará. Isolado mas está no nosso território. A verdade é que se este Lince escolheu o nosso território para viver, possivelmente outros poderão vir ou quem sabe já podem por cá andar de uma forma discreta.
Todo este processo dá-me a sensação que está envolvido num certo secretismo, que até entendo. Eu vou dar a minha opinião pessoal e amadora que pouco ou nada vale.
Quer queiramos quer não nunca vamos conseguir ter o número de Linces que Espanha tem (por várias e óbvias razões). Verdade é que eles continuam a ser libertados em Espanha e novos núcleos populacionais continuam a ser criados.
A pouco ou grande ritmo continuam a expandir-se no território Espanhol e cada vez mais perto do nosso território.
Eu acho que a razão da não reintrodução em Portugal deve-se precisamente ao facto de esta população correr o risco de ficar isolada o que pode deitar por água abaixo este projeto. É muito importante que os núcleos populacionais tenham contacto e acredito que ainda este ano eles vão libertados.
Deixo aqui algumas noticias que me levam a acreditar que está para breve.
Técnicos do projecto LIFE+Iberlince, juntamente com agentes do Meio Ambiente do Governo de Extremadura, Espanha, concluíram o estudo para determinar a densidade dos coelhos bravos na zona de reintrodução em Extremadura. A área seleccionada para a reintrodução do lince-Ibérico é o Vale de Matachel na província de Badajoz.
O resultado deste estudo irá indicar qual a melhor altura de reintroduzir o lince-Ibérico, já que o coelho faz 90% da dieta deste felino.
O Lince Ibérico irá voltar à região espanhola da Extremadura em meados de Junho, na área de Hornachos-Valle del Matachel, após mais de 30 anos de ausência nesta comunidade autónoma. Oito a dez exemplares equipados com colares GPS para localização e seguimento irão ser os primeiros linces nesta região.
A reintrodução desta espécie nesta região é fruto das acções realizadas pela Direcção Geral de Meio Ambiente do Governo da Extremadura, com o apoio do Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (Magrama) e do Projecto LIFE+Iberlince para a Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico (Lynx pardinus) em Espanha e Portugal.
A decisão de se reintroduzir o Lince na Extremadura foi tomada após uma reunião do Grupo de Trabalho do Lince Ibérico do Comité Nacional de Flora e Fauna que ocorreu no passado dia 28 de Maio em Sevilla, na qual foram analisadas as acções já realizadas até esta altura, e foram acordadas as primeiras reintroduções de Lince Ibérico a começar em meados de Junho, na área de Hornachos-Valle de Matachel, a Sul de Badajoz.
Nos três anos de trabalho deste projecto foram executadas numerosas acções prévias a este “importante acontecimento”, segundo explica o Governo da Extremadura numa nota de imprensa, incluindo estudos de melhoria de Habitat, reuniões de coordenação, estudos sanitários de carnívoros, acções de minoria de atropelamentos e aumento da conectividade e permeabilização das vias de comunicação, selecção de áreas de reintrodução, trabalhos com coelhos e controlo das ameaças para a espécie.
O Executivo Regional destaca como “especialmente importantes” as acções de divulgação e sensibilização social e informação sobre a reintrodução do Lince Ibérico, fundamentais para a consciencialização da população das zonas de reintrodução na Extremadura e arredores.
Os 19 membros do projeto europeu LIFE+Iberlince encontraram novas áreas para a reintrodução do lince-ibérico, prevista para esta Primavera. Estas são as do Vale do Guadiana (Portugal), Valle de Matachel (Extremadura) e Campo de Calatrava (Castilla -La Mancha), onde informações serão recolhidas sobre a incidência da doença hemorrágica dos coelhos, o apoio social e acordo de intercâmbio com a propriedade privada.
Esta decisão foi tomada numa reunião realizada na Cazalla de la Sierra (Sevilha) durante os dias 17 e 18 de Março, na qual se avaliaram as variáveis de origem biológica e social para identificar as áreas onde se poderão começar as libertações em 2014 e que áreas necessitam de uma preparação prévia, indicado pela Junta de Andaluzia em comunicado.
Para decidir quais as áreas que poderão levar a cabo as reintroduções, os sócios do projeto Iberlince, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e do Ordenamento do Território, passaram mais de um ano analisando as variáveis biológicas – como as densidades de coelho, qualidade do habitat ou a ausência de ameaças – e sociais – apoio da sociedade em geral e as pessoas de áreas selecionadas em particular. – Em conferência foram analisados os resultados do trabalho desenvolvido em Portugal e nas comunidades autónomas da Extremadura, Castilla -La Mancha, Múrcia e Andaluzia, áreas predefinidas em uma reunião em outubro de 2013 em Beja (Portugal).
Na reunião também se discutiu a nova estirpe do vírus que causa a doença hemorrágica do coelho e o seu potencial impacto sobre as populações atuais em ambos os territórios de presença lince como em áreas de caça, confirmando, assim, a necessidade de manter um controle detalhado da evolução das populações de coelho.
Um dos principais objetivos do projeto LIFE+Iberlince para recuperar a distribuição histórica do lince-ibérico em Espanha e Portugal é a de criar novas populações da espécie por meio da seleção de áreas bem preservadas em Portugal e nas comunidades autónomas de Extremadura, Castilla -La Mancha, Múrcia e Andaluzia para a reintrodução, voltando estas áreas conseguir acomodar populações autossustentáveis da espécie de felinos mais ameaçada do planeta.
A primavera passou e nada.....mas estou convicto que este ano poderemos ter luz!!!! A ver vamos amigos.