David sf
Moderação
Por que é que ainda não estão em vigor as normais 1981-2010? Não seria mais lógico comparar os valores deste ano com a nova normal actualizada? E o mesmo para definir uma onda de calor ou de frio?
Por que é que ainda não estão em vigor as normais 1981-2010? Não seria mais lógico comparar os valores deste ano com a nova normal actualizada? E o mesmo para definir uma onda de calor ou de frio?
É uma boa questão, mas penso esta questão devia ser efectuada ao IMN pela administração do fórum de modo a que tenham uma resposta mais elaborada ou cientifica (penso que o IMN tem em boa consideração este fórum).
http://www.meteo.pt/pt/media/notici...media/noticias/textos/rel_primavera_2011.htmlPrimavera quente em Portugal Continental
A primavera de 2011 em Portugal Continental, estação que em meteorologia corresponde aos meses de março, abril e maio, foi a 2ª mais quente desde 1931, com a temperatura média e mínima do ar com do trimestre atingido 15.92ºC e 10.37ºC, respetivamente. A primavera mais quente ocorreu em 1997 com 16.50ºC e 10.50ºC, respetivamente.
Esta foi a 18ª primavera consecutiva com o valor da temperatura média do ar acima da normal 1971-2000. O valor médio da temperatura máxima foi elevado (21.47ºC), sendo o 3º mais alto desde 1931 (22.48ºC em 1997 e 21.53ºC em 1945). Os valores médios da temperatura máxima, média e mínima do ar foram superiores ao valor normal 1971-2000 em +2.76ºC, +2.32ºC e +1.88ºC, respetivamente.
Nos meses de abril e maio ocorreram 3 ondas de calor: uma em abril e duas em maio.
Em relação à quantidade de precipitação ocorrida na primavera 2011 o valor registado foi muito próximo do valor normal (1971-2000), com uma anomalia de +2.5mm. Classificando-se esta primavera como seca a extremamente seca na região Norte, normal a chuvosa na Região Centro e chuvosa a extremamente chuvosa na região Sul.
Junho seco e com temperaturas acima de 40ºC
No mês de junho, Portugal Continental registou durante um período de 25 a 27 de junho valores muito altos da temperatura máxima do ar. Foram os dias mais quentes de 2011 (até 30 de junho).
Os dias com temperatura máxima superior ou igual a 35ºC (dias muito quentes), ocorreram essencialmente no período de 25 a 27 de junho, embora na Amareleja se tenha registado um período mais prolongado. Valores superiores a 40ºC ocorreram em algumas regiões, em particular no interior, onde se registou o valor mais alto, em Pinhão, com 41.3ºC.
No continente, os valores médios da temperatura máxima e média do ar foram superiores aos valores normais 1971-2000, com anomalias de +1.57ºC e +0.60ºC, respetivamente, enquanto que o valor médio da temperatura mínima, foi inferior ao valor normal, com uma anomalia de -0.37ºC, sendo o valor mais baixo registado nos últimos 19 anos.
O valor da quantidade de precipitação no continente, registada em junho, foi de 6.0mm, valor muito inferior ao da normal 1971-2000 (32.2mm). O mês classifica-se como seco a extremamente seco em quase todo o território, exceto nalguns locais do interior do Alentejo onde foi chuvoso devido à ocorrência de aguaceiros muito localizados.
Ao final da primeira quinzena, e segundo os dados da ogimet, as anomalias de temperatura, referente ao período 71-00, eram as seguintes:
Beja
Tmin: -1,21ºC
Tmáx: -1,59ºC
Bragança
Tmin: -2,05ºC
Tmáx: -0,77ºC
Castelo Branco
Tmin: -2,94ºC
Tmáx: -1,89ºC
Faro (Aeroporto)
Tmin: +0,68ºC
Tmáx: +1,11ºC
Lisboa (Geofísico)
Tmin: -0,71ºC
Tmáx: -1,14ºC
Porto (P.Rubras)
Tmin: -0,21ºC
Tmáx: -2,13ºC
Observando os desvios, de forma muito superficial, destacava:
- Faro (e provavelmente a restante orla costeira sul algarvia), com desvio positivo, motivado por maior ocorrência de nortadas, transportando algum calor acrescido do interior alentejano.
Episódio de vento moderado a forte durante o mês de Julho vento forte
2011-07-25
(IM)
Após um período de temperaturas elevadas e de vento fraco no final de Junho e início de Julho, uma alteração da situação meteorológica, a partir de dia 3 de Julho, originou no território do Continente descida das temperaturas e aumento da intensidade de vento, que passou a soprar moderado a forte em particular no litoral oeste, nomeadamente a partir de dia 17 de Julho, dia em que se registaram 74km/h em Lisboa e 56km/h em Setúbal, como valores máximos de rajada.
Uma grande diferença de pressão entre o Atlântico, com o anticiclone dos Açores intenso (valores da pressão superiores a 1035 hPa), e uma região depressionária na Europa Ocidental (uma depressão na região das Ilhas Britânicas associada à depressão térmica no interior da Península Ibérica), provocou esta situação de vento que ocorreu mais intenso no litoral do que no interior, pelo efeito de brisa marítima que intensificou o vento de noroeste, em especial durante a tarde.
O anticiclone dos Açores, que em condições normais de Verão deveria ter o seu núcleo principal a norte do arquipélago, teve-o ligeiramente a sul, posicionamento que permitiu ainda a passagem de ondulações frontais da corrente de oeste, que nesta época do ano deveriam atingir as latitudes mais a norte, e que acabaram por se dirigir para sul, influenciando o nosso país, sobretudo o norte, região onde se registou alguma precipitação.
Associada a esta situação meteorológica de vento registaram-se, até ao passado dia 20, em todo o território, à exceção da região do Algarve, nomeadamente no litoral oeste, temperaturas abaixo do normal para a época. Deve, contudo, salientar-se que desde 2000 já ocorreram 6 anos em que a média da temperatura máxima, em julho, foi inferior à normal do período de 1971-2000.
Entretanto, o vento intenso que se tem feito sentir no continente começou já a partir do último fim de semana a diminuir de intensidade, embora continuando a registar-se nortada moderada no litoral oeste durante a tarde. Prevê-se ainda maior enfraquecimento da intensidade do vento a partir da próxima quinta-feira, 28 de julho.
Esta diminuição deve-se a um ligeiro enfraquecimento do anticiclone localizado nos Açores e a uma alteração na posição, deslocamento para leste, e intensidade da depressão que se encontrava centrada nas Ilhas Britânicas.
Por seu lado, os valores da temperatura máxima começaram já a subir, prevendo-se que continue esta tendência para atingir valores superiores ao normal nos próximos dias.
Relativamente à temperatura da água da superfície do mar será de recordar que os valores médios para o mês, observados na costa ocidental entre 2002 e 2010, situam-se entre os 17 e os 18ºC, aumentando gradualmente de norte para sul. Na costa do Algarve, a temperatura média para o mesmo período tem variado entre os 21 e 23ºC, aumentando gradualmente para sotavento.
Este regime de temperaturas observou-se ao longo do início do mês de julho de 2011. No entanto, no início da segunda semana do mês de Julho, as temperaturas da superfície da água do mar observadas ao largo da costa continental, diminuíram gradualmente na ordem dos 2 a 3ºC na costa Norte. A mesma tendência verificou-se ao largo da costa Sul com uma diminuição de 4ºC, até ao dia 20.
Este facto deveu-se fundamentalmente à intensidade do vento, responsável pelo afastamento da costa das águas superficiais e forçando a ascensão de águas frias mais profundas, ricas em nutrientes, compensando o movimento das águas superficiais, para o largo.
No Boletim Climatológico referido ao mês de Julho, a editar em agosto, o Instituto de Meteorologia fornecerá informação mais detalhada sobre a situação meteorológica ocorrida neste período, com as apropriadas comparações climáticas.
Eu quando referi que as temperaturas de Julho estavam abaixo da média, ainda resalvei que haveria muito verão pela frente, e haverá certamente!! Julho foi bem abaixo da média, quando confrontados os dados com as normais. Veremos se não será assim! Apenas esta última semana se pôde considerar normal, e mesmo assim não passou dos 37C por aqui (normal sim, mas abaixo da média considerando sempre as normais climatológicas).