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Boletim Climatológico, Novembro 2014
O mês de novembro classifica-se como muito chuvoso, apresentando um valor médio de precipitação mensal de cerca de 2 vezes acima do valor normal.
O valor médio da quantidade de precipitação em novembro, 217.4 mm, muito superior ao valor médio (109.4mm), é o valor mais alto dos últimos 17 anos e o 9º mais alto desde 1931 (Figura 1).
Os valores mensais registados em algumas estações do Centro e Sul foram dos mais altos ocorridos desde o início da série de dados, como por exemplo em Lisboa, 3º mais alto desde 1941, Setúbal, 2º mais alto desde 1949, Beja, 2º mais alto desde 1941 e Sagres, 2º mais alto desde 1941.
O número de dias com precipitação superior ou igual a 1 mm foi cerca de 2 a 3 vezes superior ao valor normal e o número de dias com precipitação superior ou igual a 10 mm foi cerca de 2 a 4 vezes.
O valor médio da temperatura média do ar, 13.21 °C, foi superior ao valor normal em +0.84 °C.
Os valores médios mensais da temperatura mínima (9.45 °C) e máxima (16.98 °C) do ar também foram superiores aos valores normais, sendo de realçar o valor do desvio da temperatura mínima de +1.54 °C; o desvio da temperatura máxima foi de +0.16 °C.
O valor da temperatura mínima é o 3º mais alto desde 2000 (depois de 2006, 11.14 °C e 2009, 9.50 °C) e 12º desde 1931.Valores da temperatura mínima superiores aos de novembro de 2014 ocorreram em 14% dos anos.
Relativamente à análise dos valores da precipitação e identificação de máximos, não se compreende porque continuam a ser tidos em conta apenas os períodos diários e não um total corrente de 24h.
Por exemplo, os valores máximos de precipitação em 24 horas para Lisboa G.C. e Geofísico foram de 76,4mm e 72,0mm, respectivamente, enquanto que os diários que constam no boletim são apenas de 68,2mm e 67,2mm. Comparar máximos diários em vez de máximos em 24 horas leva a conclusões enviesadas. Só por acaso um máximo diário coincide com um máximo em 24 horas. Assim há máximos diários de anos anteriores que podem ser ultrapassados ou não se o período do máximo em 24 horas coincidir ou não com o período padrão diário (9h-9h). Tecer conclusões de máximos ultrapassados ou não sujeitas à aleatoriedade do posicionamento do período de máximo em 24 horas parece-me profundamente errado. Isto não é uma crítica ao IPMA porque sei que esta questão dos máximos diários padronizados para períodos das 9h às 9h é um procedimento ainda adoptado pela OMM, mas na minha opinião sem justificação científica, apenas logística, mas uma logística antiquada.
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