Média do ensemble do ECMWF, run das 00z de hoje:
O que se pode concluir:
- Oscilação Ártica extremamente negativa. Altas pressões no pólo, 3 núcleos depressionários a latitudes mais baixas;
- Entrada fria na Europa Central, que se iniciaria uns dias antes e que nada tem a ver com o SSW. Essa entrada fria ficaria bloqueada em França devido à presença da dorsal atlântica nas nossas proximidades;
- Terra Nova com tendência para bloquear, apesar de mostrar uma "média depressionária", se virmos que a operacional tem 980 mbar e a média está acima dos 1000 mbar, conclui-se que deve existir uma minoria de membros com pressões baixas a puxar a média para baixo, apesar da maioria dos membros prever esse bloqueio;
- Brutal entrada fria a caminho da Escandinávia e da Europa Oriental. Dá ideia, e isso é corroborado também pelo GFS, que o pólo mergulha pela Rússia abaixo. Este acontecimento, a par do bloqueio da Terra Nova, serão a chave da segunda metade do mês de janeiro.
Tendo em conta os produtos de previsão a longo prazo disponíveis (ensembles do GFS e do ECMWF, e a previsão a 32 dias do modelo europeu) é bastante expectável uma brutal mudança de padrão a ocorrer entre o dia 15 e o dia 20 de janeiro. As altas pressões deverão instalar-se a latitudes mais altas do Atlântico, provavelmente na Gronelândia ou na Islândia. Na Europa Central e Oriental deverá ocorrer uma forte entrada fria, com geopotenciais baixíssimos e tempearturas a 850 hpa abaixo dos -20ºC.
A dúvida reside no comportamento do Atlântico entre os 30º e os 50º de latitude. Se bloquear, havendo anticiclone a norte e bloqueio das depressões da Terra Nova, é inevitável que a siberiana atinja também a Europa Ocidental. Caso não bloqueie, e de momento é o mais provável, teremos uma sucessão de depressões vindas dos Açores/ Madeira e que deixariam bastante precipitação em todo o país, ao estilo 2009/10.
Antes disso, nos próximos 3/4 dias manter-se-ão as condições anticiclónicas, sendo expectável que a partir de terça-feira o anticiclone comece a ser desgastado por cavados e/ou cut-offs que originem alguma (pouca) precipitação, principalmente a norte. No fim de semana seguinte, é bastante provável que regresse o predomínio anticiclónico, mas já com um pouco mais de frio, para a partir de dia 15/20 termos então a mudança de padrão anunciada.