Seg. Previsão do Tempo e Modelos - Janeiro 2013

Se nada mudasse até lá , penso que grande parte do interior Norte e Centro acordaria pintado de branco de segunda para terça:rolleyes:-feira...!

Poderá acontecer um nevão muito importante, com vários cm de neve em vários locais do interior norte e centro, mesmo a cotas médias/ baixas. Já há muito tempo que não ocorre nada como aquilo que está a ser modelado, teríamos tudo, frio a todos os níveis e precipitação com fartura.

Após a frente de amanhã ao fim do dia, instala-se bastante ar frio nos níveis mais baixos, transportado no pós-frontal. As temperaturas a 850 hpa descerão para valores entre os -2 e os -4ºC a norte do Tejo, podendo a iso 0 chegar ao Algarve. Mesmo nesta fase, e apesar de haver ainda pouco frio instalado à superfície e da temperatura a 500 hpa ainda não ser excepcionalmente baixa, poderão ocorrer alguns aguaceiros de neve acima dos 500 m em Trás-os-Montes e dos 800/1000 m no Litoral Norte e Beira Interior (neste momento a precipitação prevista é escassa).

No fim do dia de segunda-feira, prevê-se a chegada de outra frente, associada a uma depressão que deverá entrar pelo norte de Espanha (Galiza ou Astúrias) e deslocar-se para SE até se instalar no Mediterrâneo. Nesta fase, como sucede sempre que entra uma massa de ar marítimo, a temperatura deverá subir um pouco, mas o ângulo de ataque da frente (sempre com vento de oeste ou noroeste) favorece a manutenção do frio nos níveis baixos nas regiões do interior, protegidas pelas cadeias montanhosas a barlavento. Então, a temperatura subiria, mas não o suficiente para a cota de neve ultrapassar os 600/800 m em todo o interior norte do país. Esta situação é excepcional para os amantes da neve, pois a frente tem alguma actividade (entre os 10 e os 20 mm) e poderia provocar um dos maiores nevões dos últimos anos em cidades como Bragança e Guarda, e até mesmo com um pouco de sorte, Vila Real.

Após a frente, instala-se outro pós-frontal, agora com muito ar frio a 500 hpa, temperaturas entre os -30 e os -35ºC no norte e centro do país, descendo aí a cota de neve para valores baixíssimos nos distritos do Interior Norte e Centro, e até no Alto Minho (200/400 m, sendo que no distrito de Bragança até pode ser a qualquer cota). A temperatura a 500 hpa permite ainda a manutenção da instabilidade, que mantém previsão de bastante precipitação mesmo com a massa de ar frio já totalmente instalada.

Nas últimas saídas o posicionamento da bolsa de ar frio a 500 hpa tem oscilado bastante, e esse factor é o mais decisivo, uma vez que a temperatura a 850 hpa e a precipitação têm sido modeladas de forma consistente nos últimos dias. Esta análise é efectuada com base na run do GFS das 12z, outros modelos há, como o GEM e o ECMWF que têm a bolsa de ar frio mais a oeste, o que poderia fazer baixar ainda mais as cotas, abrangendo outras regiões que eu não mencionei, como as serras do pinhal interior e a região de Portalegre, por exemplo. As saídas de ontem do GFS, pelo contrário, metiam a bolsa fria mais a este, e nesse caso as cotas seriam bastante mais elevadas do que as mencionadas.
 
Tive somente agora a olhar aos modelos, num dia em que até tive que trabalhar á chuva, neste evento que por aqui quase que se resume, a pouco mais de vento.
Mas como dizia, olhei aos modelos e observei que atingiu-se um ponto de equilibrio entre o que era a modelação do GFS e do ECM no que toca á proxima semana, e assim sendo penso que teremos precipitação persistente no Norte e Centro e alguma intercalada no sul !
 
Poderá acontecer um nevão muito importante, com vários cm de neve em vários locais do interior norte e centro, mesmo a cotas médias/ baixas. Já há muito tempo que não ocorre nada como aquilo que está a ser modelado, teríamos tudo, frio a todos os níveis e precipitação com fartura.

Após a frente de amanhã ao fim do dia, instala-se bastante ar frio nos níveis mais baixos, transportado no pós-frontal. As temperaturas a 850 hpa descerão para valores entre os -2 e os -4ºC a norte do Tejo, podendo a iso 0 chegar ao Algarve. Mesmo nesta fase, e apesar de haver ainda pouco frio instalado à superfície e da temperatura a 500 hpa ainda não ser excepcionalmente baixa, poderão ocorrer alguns aguaceiros de neve acima dos 500 m em Trás-os-Montes e dos 800/1000 m no Litoral Norte e Beira Interior (neste momento a precipitação prevista é escassa).

No fim do dia de segunda-feira, prevê-se a chegada de outra frente, associada a uma depressão que deverá entrar pelo norte de Espanha (Galiza ou Astúrias) e deslocar-se para SE até se instalar no Mediterrâneo. Nesta fase, como sucede sempre que entra uma massa de ar marítimo, a temperatura deverá subir um pouco, mas o ângulo de ataque da frente (sempre com vento de oeste ou noroeste) favorece a manutenção do frio nos níveis baixos nas regiões do interior, protegidas pelas cadeias montanhosas a barlavento. Então, a temperatura subiria, mas não o suficiente para a cota de neve ultrapassar os 600/800 m em todo o interior norte do país. Esta situação é excepcional para os amantes da neve, pois a frente tem alguma actividade (entre os 10 e os 20 mm) e poderia provocar um dos maiores nevões dos últimos anos em cidades como Bragança e Guarda, e até mesmo com um pouco de sorte, Vila Real.

Após a frente, instala-se outro pós-frontal, agora com muito ar frio a 500 hpa, temperaturas entre os -30 e os -35ºC no norte e centro do país, descendo aí a cota de neve para valores baixíssimos nos distritos do Interior Norte e Centro, e até no Alto Minho (200/400 m, sendo que no distrito de Bragança até pode ser a qualquer cota). A temperatura a 500 hpa permite ainda a manutenção da instabilidade, que mantém previsão de bastante precipitação mesmo com a massa de ar frio já totalmente instalada.

Nas últimas saídas o posicionamento da bolsa de ar frio a 500 hpa tem oscilado bastante, e esse factor é o mais decisivo, uma vez que a temperatura a 850 hpa e a precipitação têm sido modeladas de forma consistente nos últimos dias. Esta análise é efectuada com base na run do GFS das 12z, outros modelos há, como o GEM e o ECMWF que têm a bolsa de ar frio mais a oeste, o que poderia fazer baixar ainda mais as cotas, abrangendo outras regiões que eu não mencionei, como as serras do pinhal interior e a região de Portalegre, por exemplo. As saídas de ontem do GFS, pelo contrário, metiam a bolsa fria mais a este, e nesse caso as cotas seriam bastante mais elevadas do que as mencionadas.


Excelente análise. :thumbsup:
Vamos ver se a Run do GFS18Z, não se altera :pray:
 
David na tua análise falas.te no pos-frontal mas só do que toca á neve! Eu gostava de saber se também trás aguaceiros de granizo acompanhados de trovoada, ou se é só aguaceiros?
 
Terça quero ir a um destes sitios , qual o mais acoonselhavel para um evento de neve ? Marao , freita , ir para montalegre ?

David na tua análise falas.te no pos-frontal mas só do que toca á neve! Eu gostava de saber se também trás aguaceiros de granizo acompanhados de trovoada, ou se é só aguaceiros?

Bem la vou ter de faltar ao trabalho terça a tarde para ir para a serra da Freita vê nevar, e bem possível nevar la não e?

A análise foi feita em linhas gerais, ainda falta algum tempo, pormenores desses (localizações mais favoráveis, trovoada) só mais em cima do acontecimento podem ser correctamente afinados. A ocorrência de granizo, no litoral, é muito provável.
 
Há várias coisas a ter em conta para que tudo corra bem. Sabemos que o GFS tem tendência para exagerar nas depressões e aquela que se formará a sul da Islândia com menos de 940mb parece-me um exagero, portanto as altas pressões podem não subir tanto e o frio ainda se pode chegar mais a oeste. Já esteve na Normandia.
 
Isto promete ser uma semana, bem interessante. Que potente depressão, que é modelada para o próximo Domingo.
940 hpa
gfs-0-180.png


Penso, que estamos perante um padrão, que irá dominar a próxima semana e meia, pelo menos.

Edit: Acabo de verificar que o emsemble, não contraria muito a run de controlo. Coloca a referida depressão a 955 hpa.
 
Há várias coisas a ter em conta para que tudo corra bem. Sabemos que o GFS tem tendência para exagerar nas depressões e aquela que se formará a sul da Islândia com menos de 940mb parece-me um exagero, portanto as altas pressões podem não subir tanto e o frio ainda se pode chegar mais a oeste. Já esteve na Normandia.

Não é um exagero. Ao contrário de Portugal, onde por aí só têm depressões como a de hoje, de tempos a tempos, aqui na Islândia depressões cavadas aos 975mb (e com ventos a ultrapassar os 100km/h) ocorrem todas as semanas, e depressões até aos 940mb ocorrem em média 2 a 3 vezes por Inverno aqui. Mas vamos a ver o que ocorre. Estámos na altura (final de Janeiro, Fevereiro) para este tipo de eventos ocorrerem mais a sul do que o habitual.

Mas certamente o mais excitante é a possibilidade desse evento de neve considerável às cotas médias. Espero bem que ocorra!
 
Poderá acontecer um nevão muito importante, com vários cm de neve em vários locais do interior norte e centro, mesmo a cotas médias/ baixas. Já há muito tempo que não ocorre nada como aquilo que está a ser modelado, teríamos tudo, frio a todos os níveis e precipitação com fartura.

Após a frente de amanhã ao fim do dia, instala-se bastante ar frio nos níveis mais baixos, transportado no pós-frontal. As temperaturas a 850 hpa descerão para valores entre os -2 e os -4ºC a norte do Tejo, podendo a iso 0 chegar ao Algarve. Mesmo nesta fase, e apesar de haver ainda pouco frio instalado à superfície e da temperatura a 500 hpa ainda não ser excepcionalmente baixa, poderão ocorrer alguns aguaceiros de neve acima dos 500 m em Trás-os-Montes e dos 800/1000 m no Litoral Norte e Beira Interior (neste momento a precipitação prevista é escassa).

No fim do dia de segunda-feira, prevê-se a chegada de outra frente, associada a uma depressão que deverá entrar pelo norte de Espanha (Galiza ou Astúrias) e deslocar-se para SE até se instalar no Mediterrâneo. Nesta fase, como sucede sempre que entra uma massa de ar marítimo, a temperatura deverá subir um pouco, mas o ângulo de ataque da frente (sempre com vento de oeste ou noroeste) favorece a manutenção do frio nos níveis baixos nas regiões do interior, protegidas pelas cadeias montanhosas a barlavento. Então, a temperatura subiria, mas não o suficiente para a cota de neve ultrapassar os 600/800 m em todo o interior norte do país. Esta situação é excepcional para os amantes da neve, pois a frente tem alguma actividade (entre os 10 e os 20 mm) e poderia provocar um dos maiores nevões dos últimos anos em cidades como Bragança e Guarda, e até mesmo com um pouco de sorte, Vila Real.

Após a frente, instala-se outro pós-frontal, agora com muito ar frio a 500 hpa, temperaturas entre os -30 e os -35ºC no norte e centro do país, descendo aí a cota de neve para valores baixíssimos nos distritos do Interior Norte e Centro, e até no Alto Minho (200/400 m, sendo que no distrito de Bragança até pode ser a qualquer cota). A temperatura a 500 hpa permite ainda a manutenção da instabilidade, que mantém previsão de bastante precipitação mesmo com a massa de ar frio já totalmente instalada.

Nas últimas saídas o posicionamento da bolsa de ar frio a 500 hpa tem oscilado bastante, e esse factor é o mais decisivo, uma vez que a temperatura a 850 hpa e a precipitação têm sido modeladas de forma consistente nos últimos dias. Esta análise é efectuada com base na run do GFS das 12z, outros modelos há, como o GEM e o ECMWF que têm a bolsa de ar frio mais a oeste, o que poderia fazer baixar ainda mais as cotas, abrangendo outras regiões que eu não mencionei, como as serras do pinhal interior e a região de Portalegre, por exemplo. As saídas de ontem do GFS, pelo contrário, metiam a bolsa fria mais a este, e nesse caso as cotas seriam bastante mais elevadas do que as mencionadas.

Excelente analise :thumbsup: