Volto a dizer o mesmo .... o tempo aqui em Portugal continua a depender da NADINE.
A situação meteorológica dos próximos dias depende muito da Nadine, mas é uma dependência inversa, ou seja, quanto mais longe a Nadine estiver, melhor. Até às 120 horas estão todos os modelos idênticos (mantém-se a forte possibilidade de instabilidade para terça e quarta, principalmente no litoral). Nota-se, no entanto, que o ECMWF tem a Nadine ligeiramente a oeste, face ao GFS:
Esse ligeiro desfasamento parece ser decisivo para o desenrolar de toda a acção a partir daqui, pois influencia a trajectória da pequena depressão a norte da Nadine. Enquanto que no GFS a Nadine "captura" essa depressão, no ECMWF (e também no GEM), mantém-se os dois sistemas com identidade própria e distinta. E isso é decisivo.
O que acontece 24 horas depois? No GFS a Nadine cava mais, sobre os Açores, torna-se totalmente extratropical, e fica nos Açores a impulsionar a dorsal para cima da península:
No ECMWF e no GEM, a Nadine fica a encher a sudoeste dos Açores, e a outra depressão aproxima-se da península, afectando a partir de sábado o estado do tempo em Portugal continental:
O cenário da run operacional do GFS é contrariado por quase todas as perturbações do seu ensemble. O cenário do ECMWF é confirmado pela média do seu ensemble, sendo que esta média até parece colocar a depressão do próximo fim de semana mais próxima do continente.
Mesmo se for o GFS a acertar, isso significaria apenas um adiar da mudança de padrão, que neste momento é bastante provável, cada vez é mais vincada a tendência para a formação de uma cavado na Europa ocidental, com dorsais na Europa de leste e no Atlântico ocidental.