Primeiro, o ECM e o AROME (os modelos pelo qual o IPMA se costuma guiar nas suas previsões) modelavam rajadas superiores a 100 km/h. O limite sempre foi 100 km/h nas previsões do IPMA, o que nunca se percebeu bem.
Segundo, há diversos relatos e registos fotográficos dos estragos que se registaram em algumas ilhas, o que dá para ter uma noção da intensidade do vento que se fez sentir. Inúmeras quedas de árvores, ramagens e outras consequências associáveis a fenómenos de vento muito forte.
Terceiro, está claro que não se pode resumir uma ilha a uma estação, mas atendendo a todos os efeitos do vento em diversas ilhas, certamente as rajadas superaram esses 100 km/h. Não há grande cobertura de estações nas ilhas, pelo que os valores irão ficar sempre aquém da realidade.
Quarto, a questão dos avisos sempre vai ser um motivo de discussão, até porque se se prevê chuva forte na Terceira e chuva fraca no Faial, o aviso irá abranger sempre todas as ilhas do Grupo Central, uma vez que os avisos são emitidos desde sempre por grupos de ilhas. Obviamente que dentro da mesma ilha as condições nunca são as mesmas, no entanto sempre é mais preciso do que propriamente um grupo de ilhas.
Quinto, na minha opinião, faria sentido o aviso laranja. Várias estações registaram rajadas superiores a 100 km/h, como as previsões apontavam. Em muitos outros locais essas rajadas terão sido muito superiores. Exemplo disso: na estação do Obs. Príncipe Alberto do Mónaco (Horta) foi registada uma rajada de 101,2 km/h, na estação do colega
@lserpa, a rajada máxima foi de 117 km/h.
