Na quinta-feira, em comunicado, o Governo Regional indicou que a tempestade que tinha assolado o Corvo de madrugada causou danos avaliados em cerca de 200 mil euros em estradas, edifícios públicos e habitações.
Classificando aquela comunicação como um "autêntico exagero", o autarca do único município da ilha disse “sentir-se na obrigação de repor a verdade”.
“Não podemos brincar com coisas sérias para eventualmente tirar proveitos políticos ou outros quaisquer [proveitos] à conta destas situações. Sejamos honestos e tratemos destes assuntos com dignidade e respeito”, reforçou.
José Manuel Silva especificou que o mau tempo não causou danos na estrada leste da ilha.
“Não é verdade que na estrada leste tenha havido uma derrocada. Ainda ontem [quinta-feira] à noite me desloquei com o senhor presidente da associação agrícola para confirmar o que tinha sido feito. Não é verdade. A estrada estava completamente limpa, nem uma pedra na estrada”, reforçou.
O presidente da Câmara Municipal da mais pequena ilha açoriana desmentiu ainda a existência de quatro habitações com “telhados danificados pela chuva e pelo vento”, detalhando que “apenas uma casa ficou bastante afetada”.
A situação, garantiu, ficou “resolvida” com a “pronta e rápida reação dos bombeiros e funcionários municipais”, tendo-se procedido à limpeza do local e construído uma cobertura provisória com a intervenção de um empreiteiro local.
“Quando chegaram as brigadas das secretarias regionais das Obras Públicas e do Ambiente e outras já estava tudo resolvido”, assinalou.
Relativamente à unidade de saúde, o autarca assegurou que a água só entrou “porque algumas janelas foram abertas pelo vento”, enquanto no polidesportivo existem infiltrações “há muitos anos”.
“Toda a gente sabe que o polidesportivo tem infiltrações de água há muitos anos que nunca foram resolvidas. Portanto, não foi esta situação meteorológica que aconteceu que fez com a água entrasse no polidesportivo”, disse.
O presidente da Câmara Municipal ressalvou, contudo, que “não está a minimizar” os efeitos do temporal, mas apelou a que “não se criem exageros”, nem “alarmismos”, dizendo que o município e os bombeiros não sabem como foi feita a avaliação dos prejuízos.
“Como é que em menos de 12 horas já estão contabilizados os prejuízos e avaliados em 200 mil euros? Quem foram os peritos que fizeram essa avaliação? Como é que se chega a essa avaliação em doze horas? Há aqui algum aproveitamento para que algumas situações que, não tendo sido resolvidas anteriormente, possam ser agora”, denunciou.