Boa tarde,
Na passada segunda-feira estive na zona da Azambuja e apanhei aquela célula intensa que houve entre a Azambuja, o Cartaxo e Aveiras de Cima. As imagens de radar são enganadoras: como só estava (e ainda só está) a funcionar o radar de Arouca as células pareciam ser muito menos fracas do que na realidade foram. Na Azambuja, por exemplo, que nem sequer era o sítio mais intenso, estava a chover torrencialmente:
Ainda cheguei a ver dois clarões que me pareceram relâmpagos, mas a chuva intensa ofuscou completamente a visão destes. A nível de precipitação a coisa foi um bocado medonha: há muitos anos que não via tanta chuva a cair em tão pouco tempo, literalmente. Houve zonas em que a visibilidade era extremamente reduzida e o caráter torrencial estava já a causar vários lençóis de água em zonas baixas.
A minha ideia inicial era chegar à zona mais intensa, entre Vale da Pedra e o Cartaxo, mas dada a situação e por questões de segurança decidi ir em direção a Valada para depois cruzar o Rio Tejo na Ponte Rainha Dona Amélia. Ainda assim, na zona do Vale da Pedra, consegui filmar a chuva torrencial numa zona razoavelmente segura:
O facto de haver falta de radares também prejudicou a noção do tamanho da bigorna. A realidade é que a célula que ocorreu foi muito maior do que aparentava no radar. Mesmo do outro lado do Tejo, em Muge e na Glória do Ribatejo, estava literalmente a chover e até com alguma intensidade nalgumas zonas, apesar de o radar não mostrar grande coisa. Na zona da RARET tirei esta fotografia onde se vê que ainda chovia razoavelmente bem:
Posteriormente, entre a Glória e a Fajarda, o céu abriu-se temporariamente e até houve algum sol. Cheguei até mesmo a apanhar um comboio de mercadorias na passagem de nível do Ramal de Vendas Novas na estrada entre a Fajarda e Coruche:
Ao mesmo tempo que eu seguia da Glória do Ribatejo para Coruche começou a formar-se uma célula de grandes dimensões a leste de Coruche. Estava bem escura quando a fotografei na zona ribeirinha do Rio Sorraia:
Tentei apanhar esta célula, indo pela Estrada da Erra (que era para ser parte da N119 entre Coruche e Montargil segundo o Plano Rodoviário Nacional de 1945 mas cujas obras foram abandonadas por algum motivo
e ainda hoje a estrada termina num local completamente isolado e longe de tudo), mas quando cheguei ao fim a célula não só já se encontrava em fase de dissipação como tinha-se deslocado para leste. Ainda apanhei algumas pingas grossas mas não passou muito disso, e notei que quando cheguei tinha literalmente acabado de chover bastante apenas alguns minutos antes.
Depois desta derrota estava a voltar para casa, mas por surpresa pelos vistos surgiu um aguaceiro do nada por cima de Coruche, e eu tive a sorte de o apanhar, ainda que não na fase de precipitação mais intensa. Foi mesmo um aguaceiro bem localizado e que surgiu de forma bastante repentina, eu não estava nada à espera:
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Ao contrário da passada segunda-feira, hoje o dia foi de céu pouco nublado e limpo. Foi, aliás, quase que um dia de verão, com uma temperatura máxima de 27,1ºC. Neste momento são 21:25 e ainda estão 23,0ºC.