Bem, parece que no final, aquela saída "moderada" do GFS que saía uma vez a cada 4 Run's será a vencedora?
O ECMWF retirou a bolsa de ar frio em altitude para Espanha apenas, parece que já não voltará atrás, visto estarmos em cima e serem várias saídas seguidas..
Não digo que o GFS é vencedor, pois essa sua previsão foi apenas uma em muitas distintas que enviou. Atirou para todos os lados, alguma tinha de acertar!
Portanto, está complicado a não ser que haja uma reviravolta estranha, haverem grandes surpresas...
Embora persista chance de neve a cotas relativamente baixas no interior!
Está "bloqueado" o frio pelo fluxo a SW!

E vejo grandes chances de neve a cotas muito baixas no NE da península...
A saída moderada punha circulação em omega a favorecer os Balcãs com a entrada fria, não foi bem essa a vencedora.
Essa é a única já afastada pois o frio já se encontra em França. Todas as outras estão em aberto. Mesmo a última saída do GFS, relativamente "chocha" põe a animação demasiado perto para ser já descartada.
Estamos num momento em que tudo pode acontecer. A diferença entre todos os modelos começa às 72h, e neste momento não há nenhuma opção que seja vista por mais que um modelo. Como escrevi ontem à noite tanto pode dar para neve na praia como para anticiclone sem frio. Vejamos:
UKMO
Começo por este modelo, porque é aquele em que se podem introduzir todos os actores desta novela da forma mais explicita.
Às 72 h vemos uma depressão que se formou do grande centro depressionário situado no Atlântico ocidental, muito pouco cavada a envolver grande parte da península. Se esta depressão chegar entre a tarde de domingo e a manhã de segunda ganha o óscar de melhor actor secundário, porque suporta o actor principal, a depressão fria em altitude, que originaria a entrada fria e a possibilidade de neve a cotas baixas.
ECMWF
Já o modelo europeu não vê essa depressão na segunda feira.
E consequentemente não temos entrada fria.
Vemos às 96h que a depressão é modelada, chega é já muito tarde, quando a massa de ar frio já originou um centro de baixas pressões no Mediterrâneo, e a partir daí já ninguém a consegue mover para oeste.
GFS
Ponho a última versão, a das 6z, pois a cada saída um cenário diferente.
É um cenário parecido ao ECMWF, pois vê a depressão atlântica, mas esta rapidamente perde identidade e é absorvida pela baixa do norte de África.
A diferença para o Europeu é que o anticiclone nunca entraria na península, havendo lugar a uma estranha, improvável e ambígua dança entre depressões em altitude e baixas pressões atlânticas. Vejam a animação no meteociel que é engraçada.
NOGAPS
Este modelo já às 60 h tem o "actor secundário" à espera na península. É um processo semelhante ao GFS, mas dando muito mais expressão à depressão atlântica que não é absorvida pela do norte de África.
Em consequência teríamos uma entra fria e seca.
GME
O mais favorável de todos, é um misto de ECMWF e UKMO. Atrasa a depressão atlântica para finais de segunda, como fez o europeu, mas atrasa igualmente a ciclogénese mediterrânica, mantendo a bolsa fria no Cantábrico por algumas horas.
Depois quando se dá o choque de massas acontece isto.
De longe o mais favorável para surpresas brancas.
JMA
Não modela nada a vir do Atlântico, logo os espanhóis ficam com a melhor parte. Nós com nada.
GEM
Às 72 h está parecido ao UKMO.
Depois ocorre uma ciclogénese no Cantábrico, enquanto que outro centro de baixas pressões percorre a Anadaluzia. Pouco credível, deixa a bolsa fria na península por muitas horas.
Depois disto, o frio manter-se-á por perto, misturando-se com algumas depressões de origem subtropical que se formam no contacto entre a dorsal açoreana e a massa fria polar. Continuará por cerca de mais de uma semana o frio a rondar com alguma precipitação, pelo que é uma situação a acompanhar até a que o anticiclone caia em cima de nós, lá para dia 15, como avançam todos os modelos que lá chegam (é interessante que não há consenso às 72h, mas há às 240h).