As imagens da reflectividade do radar de Loulé revelam os espectaculares impulsos verticais explosivos da célula de Beja, que pena não ter conseguido ângulo para a ver daqui.
Às 17:20 (utc) o eco era insignificante. Dez minutos depois começa o primeiro impulso, Beja está assinalada com B, junto ao arco norte dos 100 Km do radar de Loulé; no bordo superior da imagem está a projecção dos ecos no plano vertical perpendicular ao meridiano do radar; o eco da torre atinge os 4-5Km de altitude embebido nos ecos de outras células mais perto de Loulé:
Nos dez minutos seguintes o topo chegou aos 12 Km de altitude, uma velocidade espantosa, é agora uma torre praticamente isolada:
Dez minutos depois, o eco avermelha-se nos níveis médio/baixo da célula, precipitação forte, e um segundo impulso vai seguir-se:
Vinte minutos depois da primeira, uma segunda torre atinge novamente os 12 Km:
A imagem de satélite é deste momento. Medindo o comprimento da sombra e tendo em conta a direcção do sol (azimute 282º naquele instante) a perspectiva da imagem de satélite não altera significativamente esta medida e obtém-se um valor aproximado de 40 Km. Àquela hora e na zona de Beja a altura do sol era aproximadamente 18º. Uma estimativa da altitude do topo da nuvem acima do solo pode ser então obtida por 40xTg(18º)= 13 Km aproximadamente. Tendo em conta a imprecisão na medida da distância entre a vertical da nuvem e o extremo da sombra, principalmente devido ao deslocamento aparente do topo para noroeste provocado pela perspectiva do ponto de vista do satélite geoestacionário, pode-se concluir que este valor está de acordo com o visível na imagem de radar.
Nas imagens seguintes vê-se os fortes ecos que têm sobretudo na parte posterior da célula, nordeste, um corte abrupto de intensidade: