Quando olhamos para imagens de radar a muita distância é preciso também levar em conta o comportamento do feixe do radar. Aquilo que é na realidade reflectido é diferente em termos de altitude conforme as distâncias e isso tem sempre que ser ponderado. O que um radar mostra a 50km é diferente do que está a focar a 200km. No seguimento tropical isto é extremamente importante, pois por exemplo pelo radar podemos localizar o LLC (circulação de um sistema tropical à superfície) mas se o radar estiver longe ele não identifica o LLC mas o MLC (circulação nos níveis médios), que podem não coincidir.
Para exemplificar usei uma calculador da NOAA sobre os radares deles, que dão uma ideia, mas os nossos certamente sendo diferentes a filosofia é a mesma, onde muitas vezes a grandes distancias é reflectida precipitação que pode nem chegar ao chão (virga), sobretudo se existir ar mais seco por baixo, e penso até, reflectir nebulosidade média/alta densa.
Independentemente disto que referi, que é sempre importante, ando desde há uns dias com umas desconfianças sobre o radar de Loulé. Dá-me ideia que desde que ficou operacional depois de ter estado aquele tempo todo parado que a sensibilidade dele não parece estar bem ajustada, mas obviamente, não faço ideia, até pode ser o contrário, o de Coruche não estar bem, ou até ser intencional tendo em conta diferentes realidades ou obstáculos que cada um deles enfrenta. É apenas uma desconfiança de algo que parece não bater bem entre os dois radares.
Exemplifico com estes dois exemplos recentes:
No 1º exemplo o de Loulé parece exagerar a reflectividade a grande distância, ali na zona Oeste quando a frente entrava ali. Pode ser um comportamento normal, ou talvez não.
No 2º exemplo não sucede o inverso, ou seja, o de Coruche não parece exagerar a célula que está em Sagres.
Estas diferenças depois introduzem certo grau de incoerência na imagem composta.