Re: Urso-pardo de volta à Peneda Gerês?
Caro Belem,
O maior carvalhal de Quercus pyrenaica, situa-se na serra da Nogueira. Tem, ou tinha, aproximadamente 8.000 hectares.
Mas ao falar-se de carvalhais é preciso distinguir a espécie dominante. Os maiores carvalhais de Quercus robur de Portugal, os mais ricos de todos os carvalhais, do ponto de vista florístico e faunístico, estão do lado de cá. Os carvalhais de Quercus robur desta região albergam mais de uma centena de espécies desde o carvalho e o arando, as dominantes, ao teixo e ao azevinho, passando por uma enorme variedade de plantas. Existem ainda nesta região mais de 8000 teixos adultos alguns com datas próximas ou anteriores à fundação do nosso país. São impressionantes pelo porte e pela idade. E também pela raridade. Teixos iguais, só nas montanhas mais altas da Galiza, nas Astúrias e Pirinéus. Aqui existe o quarto azevinhal mais importante da Península e os últimos núcleos de pinheiro silvestre autóctone de Portugal, relíquia que sobreviveu ao aquecimento do clima, após a glaciação do Wurm. É claro que tudo isto tem a ver o meio, contribuindo de forma decisiva as condições do clima. E um meio destes permite a sobrevivência de importantes populações de predadores e de presas. E apesar das pressões existentes e das tentativas de transformar o Gerês num destino turístico qualquer, a fauna tem vindo a prosperar nos últimos anos, com excepção de uma ou outra espécie. Mas também te digo, que não sei o que é pior, se o turismo, que apesar de tudo é possível controlar, se os "palitos" que querem semear em Montesinho.