A ver se consigo alinhavar umas ideias.
[Nota metodológica: estamos a falar de um problema global, como tal as referências aqui feitas são também a nível global, ou seja, a nível planetário; não vale, portanto, vir com argumentos locais; por exemplo, mesmo que o lobby das renováveis fosse o mais forte em Portugal, isso de nada serviria se a China e os Estados Unidos continuassem a apostar no Carvão]
Em todo este debate sobre as Alterações Climáticas, independentemente de se ser céptico ou não, é preciso ter uma noção muito clara:
NADA DE FUNDAMENTAL ESTÁ A SER FEITO PARA COMBATÊ-LAS! (naturalmente, partindo do pressuposto que são de facto de origem antropogénica e portanto podem ser mitigadas)
Este é um ponto importante para o debate, para os que queiram tê-lo de maneira séria.
E porque é isso assim? Porque as emissões de CO2e continuam a aumentar de forma acentuada:
http://climateprogress.org/2008/04/24/noaa-atmospheric-carbon-dioxide-methane-rise-sharply-in-2007/
Portanto não faz sentido dizer que há uma conspiração para nos impor a tese de uma origem antropogénica das AC, porque pura e simplesmente, se esse fosse o caso, não está, definitivamente, a dar resultado.
E porque é que não só não estamos a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas estamos a aumentá-las? Ainda por cima, estudos recentes apontam para a necessidade de zero emissões :
http://climateprogress.org/2008/02/28/stabilizing-climate-requires-near-zero-emissions/
Porque a economia moderna depende fundamentalmente, e ainda, de combustíveis fósseis. Isto é uma evidência! Não tinha que ser assim, mas é o que temos.
O sector dos transportes é quase 100% dependente de combustíveis fósseis. A produção de electricidade é em grande medida produzida com o carvão (também em Portugal, mas sobretudo na China e EUA), etc. , mas também com derivados do petróleo e, crescentemente com gás natural.
Por outro lado, os construtores de automóveis, sobretudo nos EUA, mas não só, têm muita relutância em investir em veículos mais eficientes se não forem obrigados a isso. Isto porque automóveis mais eficientes exigem milhares de milhões de dólares ou euros de investimento.
Apesar de em alguns países as renováveis já assumirem uma dimensão razoável, à escala global são ainda insignificantes.
Parece evidente, portanto, que, se há sectores que têm resistido às recomendações para combater as alterações climáticas, são os ligados à indústria petrolífera, carbonífera, automobilística, etc.
(continua...)