Especiaria mais cara do mundo já se produz na Beira
Aos primeiros raios de sol, Michelle Berot pega na cesta forrada a tecido e lá vai ela, escadaria abaixo, em direção aos 500 metros quadrados de terra cultivados com açafrão, uma das especiarias mais caras do mundo. Espera-a um trabalho difícil. Dois dos talhões do quintal estão cheios de belas flores de cor violeta, que exalam um perfume que se sente a vários metros de distância. São flores de açafrão, a especiaria mais cara do mundo. E que os chefs não dispensam. Michelle Berot é francesa e vive no Descoberto, freguesia de Bogas de Cima. Trocou a região de Bordéus por uma pequena aldeia do Pinhal e vinte anos de trabalho com ostras pela produção de açafrão.
A cultura do açafrão é extremamente exigente do ponto de vista da mão-de-obra. Desde a sementeira à colheita, é tudo feito manualmente, sem recurso a máquinas, pesticidas ou fertilizantes. O trabalho é muito e José Barroca Francisco, o marido de Michelle, também ajuda.
Nasceu na pequena aldeia do Descoberto e antes de rumar a França, no final da década de sessenta, ainda trabalhou nas Minas da Panasqueira. Eram tempos difíceis, ainda mais difíceis do que os primeiros anos que passou em França. Depois de emigrar foi pedreiro, chegou a chefe e foi empresário por conta própria. Quando se reformou, decidiu regressar às origens. Michelle acompanhou-o. “Viemos experimentar”. Não se arrependeram. O açafrão liga-os à terra que José Barroca Francisco herdou dos pais, no Descoberto. Vão no terceiro ano de produção. Os 500 metros quadrados de açafrão não lhes dão descanso. O terreno está vedado com arame farpado para evitar a indesejável presença dos javalis.
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Portugal está cada vez mais evoluído na agricultura, apesar de muito aprendemos com o que já se faz do melhor pelos campos deste mundo fora.
Nós temos um óptimo clima para muitas produções agrícolas, só falta depois vontade de trabalhar e claro algum capital para investimento.