Eu acho piada é a contradição permanente e grave nos órgãos de comunicação.
Ora se diz que estão em grave perigo de extinção em Portugal, como logo a seguir se diz que estão extintos.
Não foi só essa reportagem a cometer erros desse tipo, como também a notícia que postei, que diz que os linces não são avistados em Portugal desde 1980, quando têm sido avistados até bastante recentemente.
Esta posição não oficial de alguns órgãos de comunicação, é partilhada por alguns membros da Quercus ( só para provar que o ICN não fez nada, enfim guerrinhas infantis entre grupos ambientalistas, quando todos deviam era estar interessados em factos e em ajudar-se), por espanhóis ( estes naturalmente embebidos por algum patriotismo cego ou simplesmente por desconhecimento ( assim espero eu), como demonstrou a Sra. Astrid Vargas quando visitou as instalações do Centro de Reprodução de Silves) e até por alguns portugueses ( por interesse vários: caça, lobbies de construção ou alarmismo falso para angariar atenções, em especial pelos media).
Gostaria que esta gente soubesse, que negar factos sem provas, tomar uma atitude de derrotismo quando a luta ainda deve existir, negar terrenos protegidos a um animal que tem um papel importantíssimo no seu ecossistema ( imagine-se que já vi espanhóis dizerem que o coelho-bravo aumenta em zonas onde há linces-ibéricos, provavelmente porque este elimina os animais doentes ou fracos), mas o que é facto é que independentemente do que quer que se diga, o lince não provoca a extinção a nada e já cá anda muito antes de todos nós, certamente não merece a atitude desta gente, que tem-se saciado em mentiras sabe-se lá para quê ( por argumentos pessoais certamente, mas se formos a ver o cerne da questão, nem os seus argumentos pessoais são protegidos).
Em torno do lince-ibérico, poderia ser desenvolvido um ecoturismo sustentável, apoiado pela cortiça entre outros, aspectos que constituem apenas vantagens e praticamente nenhuns inconvenientes, isto se alguém achar que a protecção do animal em si , não encerra já, razões muito mais do que suficientes para o proteger. Os solos do Alentejo, na sua maior parte não são lá muito bons para a agricultura, daí que poucas culturas são rentáveis ao longo de anos, além do sobreiro e azinheira.
A sra Astrid Vargas, quando veio cá, fartou-se de criticar a localização do centro e disse que a zona não encerra condições para o lince viver, porque está hiperdegradada... Enfim isto é cómico, pois como é natural, o centro não tem necessariamente que ficar numa zona onde hajam linces ou onde se esteja a pensar em fazer reintroduções, o papel do centro é única e exclusivamente fazer a reprodução em cativeiro de linces, aspecto que de acordo com os últimos acontecimentos, o tem feito de forma bastante eficaz, tão boa ou melhor, que qualquer centro espanhol.
Se ela quisesse saber como é a Serra de Monchique teria visitado a serra, por exemplo a sua vertente oeste e norte e não teria ficado na zona de Silves, à espera que lhe aparecesse um lince pela frente ou que houvesse matagais mediterrânicos desenvoltos numa zona onde eles não existem.
A SOS Lynx sabe muito bem quais são os locais, se a Sra. Astrid Vargas tivesse realmente preocupada com esse assunto teria perguntado.
É muito importante, no entanto, entender que os linces que ainda existem em Portugal, estão em GRAVE perigo de extinção, esse é o seu estatuto OFICIAL em Portugal e proteger as zonas onde se SABE que existem, tem ainda TODO o sentido.
Interessantes estes links:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=2&cid=938&bl=1§ion=6
http://asp3.blogspot.com/2007/08/lince-na-malcata-situao-em-2007.html