Bioluminescência em Portugal

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Tenho visto larvas luminescentes de vaga lume em Sintra e perto da Arrábida, sobretudo em bosques densos e nativos.
Diferentes formas de bioluminescência marinha, continuam a ser observadas.
Um artrópode marinho evidenciava uma luz azul clara e algas brilhavam «electricamente» por impulsos que percorriam as suas hastes. Plâncton luminescente brilhava em quantidades elevadas, sobretudo em zonas de pouca corrente reagindo ao toque na água de forma exuberante.
A luz azul predominava nestes casos, mas existem diferentes côres nos mares.
Aliás é mesmo nos oceanos, que existem mais côres e formas bioluminescentes, não se conhecendo paralelo em qualquer outro ecossistema.
Existem relatos extraordinários de cientistas que desceram às profundidades abissais, que descrevem a variedade e quantidade de luzes observadas. Algumas tão intensas ao ponto de deixarem os observadores assustados. Certos pesquisadores ficaram tão perplexos, que se tornaram estudiosos de bioluminescência.

Um exemplo de luzes diferentes é um peixe que se pode encontrar nos mares de Portugal assim como em mais alguns países, o Aristostomias tittmanni.

http://www.lifesci.ucsb.edu/~biolum/organism/dragon.html


Diferentes formas de bioluminescência:

 
Última edição:


Lula bioluminescente.
Esta espécie existe em Portugal e em mais alguns países.

PS: Na Arrábida encontrei 3 espécies de pirilampo, quase no mesmo local, a brilhar no solo humedecido pelas chuvas e ainda uma oligoqueta bioluminescente junto a uma grande poça.
Interessante, o facto de que aparentemente algumas árvores, como o carvalho-cerquinho por exemplo, actuarem como «pega-nevoeiros», ficando as folhas molhadas durante os períodos de nevoeiro e provocando uma «chuva» apreciável debaixo da sua copa, mesmo em noites de céu limpo. Em algumas zonas desta serra, a precipitação oculta tem alguma influência nos micro habitats e ocasiona circunstâncias muito raras de testemunhar em qualquer outro local.
 
Editado por um moderador:
Eu já tinha lido algures um texto sobre a importância das «chuvas ocultas» motivadas pelos nevoeiros, na costa ocidental a sul do Tejo, especialmente nas zonas a ocidente das serras de Grândola, Cercal, Monchique e Espinhaço Cão. Estas serras «acomodam» a humidade atlântica, fazendo assim do Alentejo litoral um habitat totalmente distinto das planícies para nascente destas serranias. Não é de admirar, por isso, a presença de carvalho-cerquinho e de carvalho-de-Monchique na região anteriormente descrita.
 
Já há muitos mais pirilampos agora.
Tenho visto sítios com dezenas deles e entretanto outras espécies vão aparecendo. Entre elas, a espectacular Lamprohiza paulinoi. :)
Também no mar, foi observada bioluminescência, praticamente em todas as visitas às poças de maré, sendo que na última vez a quantidade e intensidade da bioluminescência foi maior ( há cerca de 5 dias).
 
Esta semana já se nota uma diminuição no número de vaga lumes avistados, pelo menos nos arredores de Lisboa ( derivado à duração dos ciclos das espécies).
Em zonas mais frescas da Estremadura, ainda devem estar em fase de ascensão de números.
 
Aqui pela louriceira os pirilampos começam a aparecer ( que se notem) em abril....ontem pela noite vi uns 15 na ribeira que passa perto da minha casa...cada um tinha a parte cintilante/bioluminescente com uns 0.5 a 1cm:)
 
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Eu já tinha lido algures um texto sobre a importância das «chuvas ocultas» motivadas pelos nevoeiros, na costa ocidental a sul do Tejo, especialmente nas zonas a ocidente das serras de Grândola, Cercal, Monchique e Espinhaço Cão. Estas serras «acomodam» a humidade atlântica, fazendo assim do Alentejo litoral um habitat totalmente distinto das planícies para nascente destas serranias. Não é de admirar, por isso, a presença de carvalho-cerquinho e de carvalho-de-Monchique na região anteriormente descrita.

Eu conheço muito bem a serra de grandola ( 320m), posso dizer que tem um clima muito ameno ( vejam as normais para santiago do cacem, a 230m: http://www.meteopt.com/forum/climat...cas-de-santiago-do-cacem-4376.html#post206698) e com hr´s e precipitações bastante superiores ás areas circundantes.
É uma serra vastamente arborizada, essencialmente por sobreiros, pinheiros mansos, inumeras herbaceas, eucaliptos e até especies selvagens de pereiras, entre outros exemplares de flora do sul do pais, requerente de temperaturas amenas ou elevadas e bastante humidade.
A nivel de fauna tambem é um local rico.

Embora seja uma serra com alguma capacidade de provocar precipitações orograficas, tal como a do cercal, suponho que as serras do oeste e a serra de monchique tenham efeitos muito mais intensos, sendo as primeiras, beneficiadas pelos nevoeiros advectivos que se formam sobre as aguas mais frias do litoral a norte de sintra e pela maior frequencia de frentes.:thumbsup:
 
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Eu conheço muito bem a serra de grandola ( 320m), posso dizer que tem um clima muito ameno ( vejam as normais para santiago do cacem, a 230m: http://www.meteopt.com/forum/climat...cas-de-santiago-do-cacem-4376.html#post206698) e com hr´s e precipitações bastante superiores ás areas circundantes.
É uma serra vastamente arborizada, essencialmente por sobreiros, pinheiros mansos, inumeras herbaceas, eucaliptos e até especies selvagens de pereiras, entre outros exemplares de flora do sul do pais, requerente de temperaturas amenas ou elevadas e bastante humidade.
A nivel de fauna tambem é um local rico.

Embora seja uma serra com alguma capacidade de provocar precipitações orograficas, tal como a do cercal, suponho que as serras do oeste e a serra de monchique tenham efeitos muito mais intensos, sendo as primeiras, beneficiadas pelos nevoeiros advectivos que se formam sobre as aguas mais frias do litoral a norte de sintra e pela maior frequencia de frentes.:thumbsup:


A Serra de Grândola, no seio da comunidade científica portuguesa, é um local bastante conhecido, pois é um reservatório de biodiversidade, tendo uma fauna riquíssima em insectos, anfíbios, aves e muitos dos seus mamíferos carnívoros têm sido acompanhados por estudos muito interessantes.
 
Já começam a aparecer os primeiros vaga lumes estivais. :)




Foto de Marc Blanco

E aguardo mais descrições de avistamentos.
Quem quiser descrever a sua experiência, pode fazê-lo por aqui ou enviando-me uma pm.
Qualquer relato por mais simples que seja pode ser muito importante para a protecção destas espécies tão importantes quanto singulares.

Obrigado! :)
 
Avistei um pirilampo aqui em minha casa há cerca de 3\4 semanas. Bem bonito e luminoso.

Se tiver oportunidade irei tentar obter uma fotografia.:thumbsup:
 
Interessante!
Como brilhava?
Tinha um luz estável, intermitente, voava com a luz sempre acesa, etc..?
Ainda não consegui a foto "prometida"...:D
A luz era estável. Também o pirilampo estava imóvel. Teria cerca de 2,5\3 cm de comprimento.
Tem brilhado várias noites seguidas ultimamente.

Se puder eu tiro uma foto;)
 
Ainda não consegui a foto "prometida"...:D
A luz era estável. Também o pirilampo estava imóvel. Teria cerca de 2,5\3 cm de comprimento.
Tem brilhado várias noites seguidas ultimamente.

Se puder eu tiro uma foto;)

Muito obrigado pela atenção.
A zona onde ela tem brilhado tem muita luz artificial?
Podes dar alguma descrição do local?
 
Muito obrigado pela atenção.
A zona onde ela tem brilhado tem muita luz artificial?
Podes dar alguma descrição do local?

Fica mesmo no meu quintal\jardim.
Encostado a dois dos muros, debaixo da ramada, sem luz directa mas com alguma luz residual da iluminação pública. Tem pouca vegetação o local onde já o(s) vi. É um local um pouco protegido.