Como eram e quem eram os Portugueses nativos?

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Ou isso, ou então alguém não estudou História...

Paleolítico --> Caçadores recoletores, todos os homo Sapiens originais, como o Homem de Cro Magnon viveram neste período. Período de á mais de 30 000 anos atrás.
Neolítico --> Os primeiros agricultores, período de à menos de 30 000 anos.

O artigo fala de Homo Sapiens à 7 000 anos atrás logo é do período do Neolítico, não invalida o facto de já existirem populações residentes de períodos anteriores.
Um artigo interessante, o menino de Lapedo, híbrido de Neandertal e Sapiens --> https://pt.wikipedia.org/wiki/Menino_do_Lapedo
 
Penso que as ultimas descobertas sugerem que os primeiros agricultores chegaram ao Centro de Portugal há cerca de 7600 anos.
E já agora volto a sugerir a leitura do Abstrato.

E isto: The Neolithic began about 12,000 years ago when farming appeared in the Epipalaeolithic Near East, and later in other parts of the world. It lasted in the Near East until the transitional period of the Chalcolithic (Copper Age) from about 6,500 years ago (4500 BC), marked by the development of metallurgy, leading up to the Bronze Age and Iron Age.

E já tínhamos falado do menino do Lapedo neste tópico
https://www.meteopt.com/forum/topic...ortugueses-nativos.6954/pagina-12#post-511655
 
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Mais informações sobre o caso da Aroeira:

https://www.pnas.org/content/114/13/3397

Os autores avançam, com a (já algo esperada) possibilidade, de não se tratarem de Neandertais.
Interessante também a combinação algo peculiar de traços fisionómicos presentes no exemplar Aroeira 3.

F7.large.jpg


Claro que é impossível (pelo menos para já) tentar perceber se este de tipo de hominídeos contribuiu de alguma forma, para a população Portuguesa moderna.
Existe uma grande diferença temporal.
De forma evidente, contudo, já se encontrou a influência da variante «Aurignacensis» do Homo sapiens, que preservava/preserva alguns traços arcaicos e que alguns autores apontam como presente em Muge e em outros sítios arqueológicos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Período_Aurignaciano
Está relacionado com os primeiros movimentos do Homo sapiens na Europa (que se conhece).
O menino do Lapedo é dos poucos casos, relativamente bem documentados, de influência anatómica de Neanderthal em Homo sapiens.
Portanto não é impossível de todo, que este ramo Aurignaciano, transporte «arcaicos» e também um tipo mais antigo de Homo sapiens, relacionado com os exemplares Skhul e Qafzeh.(https://en.wikipedia.org/wiki/Skhul_and_Qafzeh_hominins), ou seja basicamente Homo sapiens incipientes (que evidenciam alguma transição entre o ramo «Heidelbergensis» e o ramo «Sapiens»).

E em algumas análises, Skhul V, por exemplo, aparece como apenas Homo sapiens, mas em outras análises, em que foi comparado com Neanderthal, Heidelbergensis e Sapiens, aparece mais próximo dos ramos arcaicos (Neanderthal/Heidelbergensis) do que dos modernos («Sapiens») e ainda mais próximo do ramo «Heidelbergensis» do que o ramo «Neanderthal».

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Veja-se a posição de Sk5 (Skhul V)...
Referência: Journal of Human Evolution (in press)
doi:10.1016/j.jhevol.2010.09.008


Para explicar esta incipiência, alguns falam de hibridização com o povo Neanderthal local com o qual viveram quase lado a lado, ou até de uma evolução gradual do Neanderthal para o Sapiens (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1580351), mas tal aspeto não é consensual, como aliás se pode ver na comparação acima.
Aparentemente, esta população primitiva de Homo sapiens, poderá não ter sido bem sucedida em colonizar a região, pois há cerca de 80.000 anos atrás, aparentemente desaparece do registo fóssil local, e apenas permanece aí o Homem de Neanderthal.
Entretanto, o exemplar mais antigo que se conhece de Homo sapiens foi encontrado, bem aqui perto, em Marrocos: https://www.sciencemag.org/news/2017/06/world-s-oldest-homo-sapiens-fossils-found-morocco
Não se sabe se estes primeiros «Sapiens» marroquinos contribuiram directamente para o futuro dos humanos modernos, mas sabe-se que são os primeiros hominídeos que se conhece a evidenciarem algumas caraterísticas básicas dos humanos modernos.

Quanto ao ramo «Aurignaciano», poderá ter-se combinado com hominídeos arcaicos ou simplesmente, poderá ter preservado algumas características «heidelbergensis».

O povo Skhul/Qafzeh, poderá ter desaparecido, mas uma linhagem semelhante pode ter persistido algures.

Na Ásia, encontraram-se fósseis recentemente, que resultam da combinação entre diferentes hominídeos arcaicos (inclusive ramo «Denisova» X ramo «Neanderthal»: https://www.nature.com/articles/d41586-018-06004-0) e estudos mais recentes, usando a genética e mais fósseis, suportam estes achados.
Do ramo Aurignacoid, em alguns Portugueses modernos encontrou-se a influência Predmost e Combe Capelle (as principais, portanto).
Certos haplogrupos ainda presentes em Portugal, também podem evidenciar esta influência.
O exemplar Predmost 3, por exemplo, é considerado como semelhante em alguns aspetos (como o perfil) com Skhul IV, mas menos próximos neste aspecto entre si, do que 2 homens de Neanderthal entre si (ok, isto seria de esperar). Mais estudos são necessários, para esclarecer este aspeto...

Crâneos Aurignacoid, Neanderthal, Skhul V:

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Combe Capelle (França)

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Neanderthal (?) e Combe Capelle (França)

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Neanderthal (Saint Cesaire) e Predmost (número?)

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Predmost (número?)

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Skhul V



Aqui aparece de forma bem evidente, a presença de arcaísmo até tempos surpreendentemente recentes (primeiros registos de Combe Capelle surgem no Paleolítico Superior (Europa Central), mas estendem-se até ao Mesolítico (P. Ibérica, França, etc...), Neolítico (P. Ibérica, França) e até tempos modernos (P. Ibérica, França, Sardenha, etc...).
Mas a anatomia geral (como sobretudo no caso de Predmost), pode levar-nos ainda mais atrás.
Será que a influência do Predmost 3 está presente em Portugal? Não sei, na referência original, apenas falam em Predmost (termo geral). Tal subtipo foi descrito como presente em tempos modernos em Trás os Montes (e em poucos outros lugares do mundo), mas deverá ter certamente uma maior distribuição no nosso país, tendo eu já observado, como presente, em zonas menos remotas, como nos arredores de Óbidos.
Eventualmente, poderá é ser mais comum na Beira Interior e Trás-os-Montes, por exemplo.

Como está indicado neste vídeo:
()
descobertas recentes sugerem a, sobrevivência de populações bastante antigas na P. Ibérica até há pouco tempo.
Surpreendente como ainda havia gente relacionada com os primeiros Homo sapiens que entraram na Europa no Mesolitico ibérico. (e que muito provavelmente deixaram marcas na população moderna).
Tal parece perfeitamente possível, pois descobertas recentes reforçam a teoria de que houve integração das populações mesolíticas nos grupos neolíticos e no modo de vida neolítico na P. Ibérica.
 
Tem sido discutida a hipótese de haverem dois grandes troncos, na origem dos primeiros europeus caucasianos, um Cromagnoid e outro Aurignacoid.
Na minha opinião, a influência do subtipo de Cro-magnon, pode ser facilmente visível neste homem:

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Subtipo Cromagnoid que está descrito como presente em Muge.

Mais exemplos:

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Na minha opinião, a influência de Predmost/Combe Capelle (Aurignacoid) ou algo mais arcaico está bem visível aqui:


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De forma um pouco mais subtil nesta mulher:
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Também está descrito como presente em Muge.

Depois coloco mais exemples destes subtipos e de outros (ibero-insulares, etc...).
 
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«It has a long association with disputed anthropological and ethnic interpretations. Morton called it Metatarsus atavicus, considering it an atavism recalling prehuman grasping toes. In statuary and shoe fitting it has been called the Greek foot (as opposed to the Egyptian foot, where the great toe is longer). A longer second toe has often been associated with royalty, particularly during the rule of the Ptolemaic dynasty when Egypt was under Greek rulership. It was an idealized form in Greek sculpture, and this persisted as an aesthetic standard through Roman and Renaissance periods and later (the Statue of Liberty has toes of this proportion). There are also associations found within Celtic groups. The French call it pied ancestral or pied de Néanderthal.»

http://en.wikipedia.org/wiki/Morton's_toe


«According to anatomists three quarters of the population have a so-called Egyptian foot which is characterized by a great toe longer than the second toe, 1/6 of the population have a so-called Greek foot where the great toe is shorter than the second toe, while the rest of the population have a square foot where the great toe has the same length as the second. The reference to Egypt is due to the fact that in Egyptian paintings (where usually feet were shown from a profile point of view) the great toe appeared longer than the second toe. The reference to Greece is due to the fact that Greek statues showed feet having the second toe longer than the great toe.
Notwithstanding the prevailing anatomy, nearly all the Roman statues, often copies of Greek originals, have Greek feet. It is not easy to find a statue with an evident Egyptian foot, because even Egyptian statues have Greek feet. Anyhow maybe by chance, maybe on purpose the colossal statue of the Nile in Piazza del Campidoglio was restored by replacing its lost foot with a distinctly Egyptian foot. Neoclassic artists had such an admiration for Greece that their statues have Greek feet bordering deformity. Rinaldo Rinaldi, a scholar of Canova, provided a perfect example of this tendency in his statue of Faith in S. Marcello.»


É só mais um detalhe que dizem ser ancestral.

Terei que verificar se existe alguma conexão realista com fósseis de humanos primitivos.

Mas há aspetos comprovadamente primitivos (além dos que já foram mencionados neste tópico) que são: caninos relativamente desenvolvidos conjugados com a existência de dentes do siso, e mandíbulas e maxilares protuberantes...
Crânios dolicocefálicos e mesocefálicos terão surgido primeiro do que os braquicefálicos.,
Nariz sobretudo de tipo mesorrino ou platirrino (em Caucasóides, mesorrino é o mais frequente para os casos primitivos, platirrino só para casos extremos).
Uma saliência óssea deverá estar presente no osso frontal (acima do olho). São frequentemente chamadas de arcadas supraciliares. Por vezes apenas surgem de forma vestigial. Mais raras são os limites laterais das mesmas, quando são salientes. Teorizam alguns, servia de proteção para os olhos contra pancadas e golpes, outros dizem que estão relacionadas com suporte para a masticação.. .


Mas devem haver outros tantos, de que depois pode-se falar.
E não é necessário ter todos os pormenores combinados, para se ter uma maior proximidade com os caçadores da pré-história do que com exemplos mais modernos.

Nos casos primitivos, também existe alguma tendência para haver intolerância à latose (em Portugal e Espanha, atinge-se um dos níveis mais altos da Europa) e para apresentar níveis de testosterona mais altos (e com efeito no físico das pessoas, daí inerente).
A intolerância à latose, também pode estar presente de forma recessiva e manifestar-se em outros membros da família. Mas a adaptação à latose, em princípio, não levou a alterações significativas na anatomia humana, pelo menos, não deverá ser sequer minimamente comparável aos efeitos causados pelo sedentarismo e pela perda de testosterona.

Interessante este vídeo:

Já agora também deveria mencionar a protuberância occipital externa, que é um vestígio dos nossos antepassados arcaicos, que representa um ponto de ancoragem dos musculos que conectavam a cabeça ao tronco. Com o progredir da evolução este ponto foi subindo, pois o nosso pescoço esticou.
É portanto também uma característica primitiva ter um pescoço curto e largo.
Mais informação:



No Homo erectus a base desta protuberância era mais desenvolvida e alargada do que no Homo sapiens por isso ter uma base de grandes dimensões nos dias de hoje poderá ser um aspeto bastante primitivo.
 
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