não te preocupes o tamanho do cérebro não é tudo, pois continuamos a estudar ele moldasse
Não é tudo, mas o decréscimo é surpreendente.
Espero que não seja relevante, e que não cause problemas graves.
não te preocupes o tamanho do cérebro não é tudo, pois continuamos a estudar ele moldasse
O que sao gentes de Muge?
São os caçadores pré-históricos que viveram nos Concheiros de Muge (o maior complexo mesolítico da Europa):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Concheiros_de_Muge
Eu ainda postei alguns estudos sobre estas pessoas, aqui neste tópico.
Seria interessante fazer estudos antropológicos e genéticos que nunca foram feitos para esclarecer melhor as nossas origens. Pessoalmente acho os portugueses particularmente heterogéneos em termos de fenótipo, arrisco que são mais heterogéneos que os vizinhos espanhóis. Eu por exemplo pareço-me às pessoas do Sul de Itália, em Inglaterra dizem que sou italiano, sou alto, pele muito clara mas cabelo castanho e barba muito forte e escura, acho que tenho um fenótipo mais mediterrânico (Catalunha, sul de França, Itália, Grécia, Turquia) que Atlântico. O sotavento algarvio, donde sou natural, foi altamente romanizado, fez parte do Império Bizantino, do Al-Andaluz e teve depois a influência da Reconquista. Na zona de Tavira há pessoas ruivas, louras, morenas. Há pessoas que parecem da Suécia assim como outras que parecem de Marrocos. Passamos a fronteira e vê-se uma maior homogeneidade. Isto porque aquela zona de Huelva ficou quase despovoada com a Reconquista e o repovoamento foi muito lento, durou até ao século XVI, com colonos que vinham do Norte de Espanha. No Algarve a situação foi diferente, houve zonas que foram despovoadas e repovoadas com galegos e minhotos, outras onde a população permaneceu intacta. Existem ainda influências recentes. Por exemplo, parte da população de Vila Real de Santo António é natural do Alentejo. A população de Monte Gordo tem ascendência andaluza e catalã. Castro Marim e Alcoutim receberam muitos condenados ao degredo por serem zonas de fronteira. Tavira teve integração de judeus sefarditas no século XVI que depois se diluíram na população, mas deixaram os seus genes e a sua influência cultural até hoje. Este heterogeneidade não existe na vizinha província de Huelva. Ali os mouros e judeus foram expulsos e ponto final! E um estudo recente indica que os repovoadores vinham da zona de Leão e Astúrias. No Algarve os repovoadores vieram do Minho e da Galiza.
Parece-me que Portugal e o interior de Espanha têm das zonas com menor influência indo-europeia, das invasões que vieram do Médio Oriente e da Europa Central no Neolítico, devido à barreiras físicas (montanhas) e a serem uma zona na extremidade do continente. Suspeito que temos mais influências do povos pré-indo europeus que os franceses, italianos, gregos, belgas, ingleses ou irlandeses. Uma marca antropológica dos povos indo-europeus que é fácil de ver a olho nu é o padrão de pêlos terminais nos indivíduos do sexo masculino. Ou seja, presença de barba densa e pilosidade corporal abundante especialmente no tórax, abdómen e membros. Os povos onde esta característica sexual secundária é mais frequente são os povos do Mediterrâneo Central e Oriental e do Próximo e Médio Oriente ou Noroeste da Índia, seguidos dos povos da Europa Central e Ocidental. Parece existir uma associação entre a presença desta característica sexual secundária e a inteligência (QI superior), que poderá ser explicada pela actuação da DHT, metabolito da testosterona, a nível cerebral. Isto deita totalmente por terra a ideia generalizada de que os homens barbudos e peludos são «próximos» do macaco e mais rudes, menos inteligentes. Na realidade os estudos mostram o contrário.
Seria interessante termos mais estudos antropológicos das nossas características fenotípicas. Saber percentagens para cor de cabelo, cor de olhos, pigmentação da pele, medidas antropométricas, etc. Recordo de ver um estudo, mas não me recordo da referência, que dizia que os portugueses tinham a pele mais branca que os italianos, nas zonas não expostas ao sol, o que quebra certos mitos. Quanto à altura, não é uma questão de Norte/Sul. Os gregos e os povos dos Balcãs são altos, os irlandeses e os galeses são relativamente baixos. Em Portugal a diferença entre ricos e pobres pode ser de 10 cm, a altura resulta de interacção genético-ambiental fortíssima e os portugueses são em média mais baixos porque até décadas recentes a alimentação da maioria da população era muito pobre em proteínas de qualidade e os cuidados de saúde estavam atrasados em relação à Europa rica. Há cem anos os nórdicos e os holandeses também eram baixos.
Quanto aos judeus. No Reinado de D. Manuel I haveria 40 mil judeus sefarditas portugueses. Viviam em comunidades próprias, as judiarias. Casavam uns com os outros, eram uma comunidade fechada deste o Império Romano. Com o édito da expulsão dos Reis Católicos terão entrado 50 a 100 mil judeus espanhóis em Portugal. Portugal ficou assim com mais de 100 mil judeus em território nacional. Alguns autores falam em 200 mil. Isto num país de 1 milhão de habitantes. D. Manuel fechou os portos e as fronteiras e obrigou à conversão forçada. Alguns conseguiram fugir mas a maioria ficou em Portugal, convertida à força. Acabaram por integrar-se e casar com cristãos. Nascem assim os cristãos-novos, que décadas depois constituíam cerca de metade da população portuguesa. Eram famílias que tinham pelo menos um ascendente que fora judeu. Estes cristãos-novos eram o alvo da Inquisição. Por isso houve uma emigração maciça. Foram para o Brasil, onde exploraram engenhos de açúcar. Foram para a Holanda, onde criaram uma comunidade rica e empreendedora. Muitos foram para os domínios do Império Espanhol, onde não eram perseguidos, dedicar-se ao comércio. Havia cidades que tinham judiarias fortes, que esvaziaram por acção da Inquisição. Deu-se assim um despovoamento forte do Interior Norte e Centro, e de alguns locais do Alentejo e Algarve, nos século XVI e XVII. É o caso de Miranda do Douro, Trancoso, Castelo de Vide ou Tavira. Ainda assim, apesar da emigração maciça de cristãos-novos para o Brasil, Império Espanhol, Norte da Europa e Império Otomano muitos outros ficaram. Integrar à força mais de 100 mil judeus num país com 1 milhão de habitantes deixou certamente a sua herança na pool genética da população portuguesa, especialmente em algumas localidades.
«On Italy:
There is relatively little common ancestry shared between the Italian peninsula and other locations, and what there is seems to derive mostly from longer ago than 2,500 ya [i.e. ~5500 y.a.: Megalithic era onwards]. An exception is that Italy and the neighboring Balkan populations share small but significant numbers of common ancestors in the last 1,500 years [i.e. after 3750 years: since the Mycenaean period] ...
On Iberia:
Patterns for the Iberian peninsula are similar, with both Spain and Portugal showing very few common ancestors with other populations over the last 2,500 years [i.e. 5500 years: Megalithic era onwards]. However, the rate of IBD sharing within the peninsula is much higher than within Italy...»
...« In fact the Italian and Iberian peninsula show very low levels of "recent" relatedness with other populations, which is a bit perplexing, considering their non-negligible roles in Medieval and Modern European history. I guess that this may be partly caused by geographic barriers (mountains) and also by these areas having large populations since Antiquity or before. »
http://forwhattheywereweare.blogspot.pt/2013/06/the-less-homogeneous-european.html
As populações ibéricas estão mais relacionadas entre si, do que as populações italianas. Existe também uma maior heterogeneidade na população italiana.
Fiquei ainda sem perceber se os Judeus que vieram para Portugal, são originários da Palestina ou de Espanha (ou de ambas).
De todas as formas, se os Judeus da Palestina, tivessem tido um impacto significativo nas populações ibéricas, resultados genéticos como estes, seriam impossíveis.