A minha dúvida em relação à terra quente transmontana, prende-se com o facto de ter constantemente temperaturas um bocado acima das regiões circundantes, nomeadamente no seu curso inferior, onde o calor se sente, de facto, durante o verão de forma marcada - até final de Setembro...
Quanto ao resto, muito obrigado pela ajuda![]()
Programa de Conservação do Parque Arqueológico do Vale do Côa:
«O PAVC localiza-se no Nordeste Português, numa zona também caracterizada pela existência
de diversas fronteiras: desde logo a fronteira com Espanha, mas também as divisões administrativas,
regionais, naturais e sócio culturais entre a Beira Alta e Trás-os-Montes e Alto Douro. Geomorfologicamente
a área do PAVC integra-se na Meseta Ibérica, situando-se mais concretamente
na Meseta Setentrional e na bacia hidrográfica do Rio Douro. Esta região possui atributos específicos
que contribuem para a existência de um cluster climático, geomorfológico, orográfico e mesmo
social, económico e cultural particular. De entre estes atributos destacamos as formações xistosas,
o clima seco e quente e de baixa pluviosidade anual, especialmente nas zonas do vale de cotas mais
reduzidas (Aubry et al., 2002a, p. 62), aonde no pico do Verão as temperaturas alcançam facilmente
os 50ºC ou a pobreza dos solos que determinaram a implantação ao longo dos últimos dois milénios
dum modelo de exploração económica do território baseado numa agricultura tradicionalmente
assente em 3 grandes monoculturas (oliveira, amendoeira e vinha) adaptadas a estas exigentes
condições.».
«Clima:
A monitorização da evolução e variabilidade anual, mensal e mesmo diária dos elementos climáticos
é de grande importância para a conservação da Arte do Côa. O INAG (Instituto da Água)
fornece já os dados relativos à precipitação local, obtidos através das estações de medição de Escalhão
e de Castelo Melhor, que permitem calcular quer as médias anuais globais de pluviosidade
quer a precipitação abaixo de determinada cota, ou seja no fundo do vale. Por outro lado, faculta
ainda, através da estação hidrométrica de Cidadelhe, informações acerca do volume e fluxo do caudal
do Côa. Todas estas informações podem ser facilmente acedidas no endereço electrónico do
INAG (www.inag.pt) e contribuem decisivamente para definir o contexto climático de intervenção
dos trabalhos de conservação da Arte do Côa.
Estes dados são contudo insuficientes para a caracterização integral do regime climático regional
e local. De facto as informações sobre a temperatura (variações anuais, mensais e diárias entre
o fundo do vale e os planaltos adjacentes; entre e nos diversos Núcleos de Arte Rupestre; numa ou
em várias superfícies gravadas) são fundamentais para compreender cabalmente os contornos climáticos
microlocais e das quais o Programa de Conservação não pode obviamente prescindir. Como
tal, foi implantado um sistema de monitorização da temperatura e suas amplitudes que compreende
também competências na medição da precipitação e da humidade relativa de modo a complementar
o retrato climatérico da região que os dados fornecidos pelo INAG já possibilitam no
que diz respeito às duas variáveis referidas.»
In Revista Portuguesa de Arqueologia volume 7.número 1. 2004
http://www.ipa.min-cultura.pt/pubs/RPA/v7n1/folder/01.pdf