A explicação correcta: a escala da imagem
http://www.meteoam.it/satelliti/nefo/nefomedi.gif representa a temperatura das nuvens. Não representa precipitação nem é um radar. Quanto mais altas as nuvens, mais frias são e a escala neste caso está em ºC. Tal como nas imagens IR (Infravermelho) clássicas em que a intensidade do branco representa a temperatura, quanto mais branco for, mais fria é a nuvem, portanto mais alta é. Nuvens muito baixas, quentes, mal se distinguem no IR. Neste caso na vez de ser uma escala de brancos é uma escala de cores, geralmente chamadas de IR melhoradas (enhanced IR) havendo muitas diferentes com fins especificos.
Para teres uma noção da altura, temperatura e escala de brancos num IR clássico podes ver neste site:
http://cimss.ssec.wisc.edu/wxwise/satir/IRCloud.html
E como todos sabem há nuvens altas que não são necessáriamente células e hoje temos um clássico exemplo de nuvens médias e ligeiramente altas que não são células convectivas de trovoadas. Normalmente as células convectivas já entram no fim da escala, nos amarelos, temperaturas muito frias, nuvens muito altas a chegar aos limites da troposfera e o próprio formato dessas celulas nestas imagens é reconhecido facilmente por muitos aqui como sendo trovoadas.
E não há nucleos convectivos nenhuns, há uma massa de ar muito humida que saiu de Africa há poucos dias atrás a sul das Canárias e à medida que vai chegando a norte vai condensando e criando estas nuvens pastelosas.
Normalmente nestas condições como as de hoje (sem instabilidade para sul) não deixam muita chuva, como referi mais atrás, e como se confirmou, a não ser por exemplo por efeito orográfico em zonas com montes ou montanhas ou a interagir com ar com caracter´sticas muito diferentes. Quando chegar a norte aí é natural que interaja um pouco com o ar mais frio e a frente.
E também não há depressão em altura nenhuma nem se formou agora assim de repente. Há sim um cavado a norte.
A interpretação destas imagens e o algoritmo que constroi os tais nucleos convectivos exige de quem as utiliza saber interpretá-las e para isso quem as quiser usar deve analisar a restante situação e comparar os dados que tem com outros. Está prevista instabilidade ? Existem células convectivas noutras imagens de satélite como o visivel ? Existem indícios de células convectivas no radar ? Há chuva intensa ou granizo ? Há descargas eléctricas ? Etc, etc. Se não existir não se pode usar a interpretação de nucleos que aparecem como sendo de células de trovoada.
Porque o algoritmo limita-se a detectar pontos mais frios/altos e define o local como o topo de uma célula, mas se o tipo de nuvens não forem células a informação que ele dá é irrelevante. Ele está a detectar normais flutuações e ondulações na altitude das nuvens à medida que elas evoluem e interajem com a superficie ou ventos.