Vou referir apenas algumas espécies mais frequentes, de 2 zonas do sul da Estremadura, e depois incluir um resumo de outras 2 zonas.
A zona mais quente das primeiras 2, deverá ser a de Queluz, havendo uma transição para um piso bîoclimático, mais fresco e húmido na Serra da Carregueira.
Resta comparar zonas bioclimáticas, ainda mais extremas, de Leste a Oeste e em altitude ( por exemplo, zona de Lisboa e Serra de Sintra). Queluz e Carregueira, ficam a meio termo.
Algumas associações pré-climácicas que conheço da Serra da Carregueira:
Zonas baixas e/ou vertentes umbrias: Carvalho cerquinho ( predominante em vertentes umbrias), sobreiro ( pequenos a médios, em porte), freixo, carrasco ( arbustivo), folhado, loureiro (arbustivo), medronheiro, hera, madressilva, murta, etc...
Zonas baixas ou altas e/ou soalheiras: zambujeiro, pinheiro-manso ( tamanho médio e com pouca expressão), pinheiro-bravo ( tamanho médio e de maior expressão ( provavelmente plantado), carrasco, sobreiro ( arbóreos, mas pequenos e raros), tojos, etc...
Encontrei uns 5 ou 6 exemplares de Quercus faginea em estádio climático, mas a crescer de forma dispersa. Apenas 1 associação foi encontrada, mas com pouca expressão (a nível de área coberta).
Carvalhais encontrados, até ao momento, com alguma complexidade florística: 2.
Não se pode falar em laurissilva, mas podia estar mais longe de o ser ( pelo menos na tendência bioclimática).
Matinha de Queluz:
Associação quase climácica/climácica:
Sobreiros relativamente frequentes com porte climácico ( em associação, sem ser dispersos), carrascos com porte arbóreo e climácico, medronheiro ( com alguns exemplares com porte climácico), pinheiro-manso ( porte climácico) mas apenas com alguns exemplares isolados, apenas 1 pinheiro-bravo encontrado ( porte climácico), aderno ( não vi nenhuma árvore, só arbustos), folhado ( arbustivos e em expansão), loureiro ( arbustivo), madressilva, pervinca e hera.
Resumidamente, houve acção humana, nesta floresta, mas foi muito esporádica. Historicamente, sabe-se que esta floresta, já existe há centenas de anos. O carvalho-cerquinho, terá existido nesta floresta? Haveriam adernos com porte arbóreo e folhados de grandes dimensões?
De referir a expansão muito inapropriada de pitosporos.
Sobre Sintra, vamos até andares bioclimáticos superiores, com o aparecimento do carvalho-negral, do carvalho-alvarinho e até do azevinho entre outros e localmente existem até formações mais laurissilvicas.
Em zonas baixas, encontramos sobreiros e em zonas altas também ( mas de pequenas dimensões).
Sobre a zona de Lisboa ( muito mais quente e seca): vou mencionar um bosque de carvalho-cerquinho ( com um ou outro exemplar de porte climácico), perto do Keil do Amaral, de um sobreiral no mesmo local ( com algumas azinheiras e carrascos) e de outro núcleo de sobreiros ( alguns com porte climácico, tendo em conta os solos onde crescem), perto da sede do Parque. Estes núcleos, são provavelmente alguns únicos que restam da floresta que existia na zona de Lisboa, mesmo antes da Serra de Monsanto, ser usada para a agricultura ( séculos atrás).
Também existem alguns zambujeiros com porte climácico, de forma algo dispersa ou por vezes em pequenos núcleos associados.
São encontradas associações arbustivas ( ainda) de medronheiros, folhados e adernos. Não vou referir os pinheiros-mansos/bravos/alepo, os carvalhos-negrais e alvarinhos, que foram plantados, pelo Homem, embora, alguns até já tenham existido no local, de forma espontânea.
Também é de notar, a presença de mais variedades florestais, mas com pouca expressão.
O extremo mais árido, do Sul da Estremadura, existe numa zona com clima Bsk, segundo Koppen-Geiger, para o Cabo Raso, em que a vegetação estépica, tem maior expressão.
O extremo mais húmido para esta mesma zona, surge nos cumes mais altos e enevoados da Serra de Sintra. Da estepe, ao bosque húmido, a distância, é de poucos kms ( 2-10 kms)?
A zona mais quente de todo o sul da Estremadura, é a zona baixa de Lisboa ( mesmo antes do Homem chegar a viver aqui), apenas representada por um bosquete de sobreiros e zambujeiros ( contudo a mais de 100 metros de altitude). A zona mais fria, fica nos cumes mais altos de Sintra e nas vertentes umbrias desta zona.
Do zambujal «termomediterrânico» ao carvalhal eurossiberiano, estes são os extremos de uma paleta de variações florestais, encontrada numa linha de 30 kms.