Seca em Portugal

Entrevista interessante!
Destaco este parágrafo...
"O investigador referiu que o problema da escassez de água no Algarve “não é novidade absolutamente nenhuma”, já que é um problema com mais de uma década, mas, argumenta, durante vários anos “ninguém queria que se falasse de escassez de água” na região, porque era uma ameaça para a indústria do turismo.
Desde há muito que existe um problema do decréscimo dos níveis de água, quer de superfície, quer subterrâneos, e que foi sempre empurrado para a frente, tendo chegado agora ao fim da linha”, enfatizou o responsável."

 

Está tudo bem. Afinal há água para tudo e todos.

Proposta da IL para instalação de centrais de dessalinização no Alentejo e na zona Oeste chumbada na AR

O chumbo é meramente uma questão de partidarismo. Fosse a proposta de um dos partidos que chumbaram e teriam aprovado.
Quantas propostas que até seriam muito válidas, nos mais variados assuntos, caiem do mesmo modo? Provavelmente a maioria dos deputados opositores nem lê na íntegra as propostas.
 
Mais depressa, o Algarve fica sem água que a dessalinizadora é feita. :D
 

Está tudo bem. Afinal há água para tudo e todos.

Proposta da IL para instalação de centrais de dessalinização no Alentejo e na zona Oeste chumbada na AR

Talvez se deva ao facto de o governo já estar a trabalhar no assunto mas com uma central prevista para Sines e outra para Odemira. Na proposta do governo não está nada previsto para a região oeste. Bom, isso parece mais política do que outra coisa...
 
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900 milhões está tudo louco. :lol: A central de dessalinizadora custa cerca de 40 milhões e nem passou do projecto e essa obra estaria pronta em 2150.

Se usarem as águas das ETARS e construindo tubagens próprias deve ficar mais barato.

Mas, querem trazer água do Norte para o Sul e darem cabo do ecossistema todo do país, o sul tem que adaptar-se à falta de água e a solução passa pela reutilização das aguas residuais na agricultura, campos de golfe, isso sim, é o futuro.

No ano passado, as barragens do Norte estavam nas lonas, não tivesse chovido no Norte iam buscar a água para o Sul aonde? O Norte não tem secas tão frequentes como o Sul, mas tem e buscar água para regar agricultura intensiva que rebenta com todo o ecossistema.
 
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900 milhões está tudo louco. :lol: A central de dessalinizadora custa cerca de 40 milhões e nem passou do projecto e essa obra estaria pronta em 2150.

Se usarem as águas das ETARS e construindo tubagens próprias deve ficar mais barato.

Mas, querem trazer água do Norte para o Sul e darem cabo do ecossistema todo do país, o sul tem que adaptar-se à falta de água e a solução passa pela reutilização das aguas residuais na agricultura, campos de golfe, isso sim, é o futuro.

No ano passado, as barragens do Norte estavam nas lonas, não tivesse chovido no Norte iam buscar a água para o Sul aonde? O Norte não tem secas tão
Não estou a ver nenhuma ETAR do Baixo Alentejo a ter capacidade para regar terrenos agrícolas. Acho que nem para os jardins públicos devem dar. Mesmo no Algarve, que tem muito mais população, segundo o artigo, a água das ETARs representa só 3% do consumo. Compensa o investimento? Talvez nos terrenos junto às ETARs. Não mais que isso.

Relativamente às barragens do norte, o ano passado estavam vazias não devido à seca, mas à produção hídrica que as levou ao extremo. Neste momento estão a >80%. Se não houvesse qualquer produção hídrica chegavam a Setembro com um volume >75%.

Não acho descabimento nenhum trazer água do norte (não do Minho, mas do Douro) para o sul. Toda a água que chega ao Douro corre em direção ao mar com um único aproveitamento: hidroelétrico. Praticamente o mesmo acontece com o Tejo. Está a maior parte do tempo seco em Santarém. Mas basta Alcantara do lado Espanhol começar a turbinar 1000m3/s para produção elétrica, que as nossas barragens do Fratel e Belver se põem também a turbinar ao máximo. Tudo água que vai direitinha para o mar, em cheia. Bastava uma pequena percentagem dessa água ser transferida para o Guadiana, e daí para as restantes regiões do sul, para fazer muita diferença.

Relativamente a €, a agricultura já está nas lonas. Aumentar o preço da água é mata-la de vez.
 
Não estou a ver nenhuma ETAR do Baixo Alentejo a ter capacidade para regar terrenos agrícolas. Acho que nem para os jardins públicos devem dar. Mesmo no Algarve, que tem muito mais população, segundo o artigo, a água das ETARs representa só 3% do consumo. Compensa o investimento? Talvez nos terrenos junto às ETARs. Não mais que isso.

Relativamente às barragens do norte, o ano passado estavam vazias não devido à seca, mas à produção hídrica que as levou ao extremo. Neste momento estão a >80%. Se não houvesse qualquer produção hídrica chegavam a Setembro com um volume >75%.

Não acho descabimento nenhum trazer água do norte (não do Minho, mas do Douro) para o sul. Toda a água que chega ao Douro corre em direção ao mar com um único aproveitamento: hidroelétrico. Praticamente o mesmo acontece com o Tejo. Está a maior parte do tempo seco em Santarém. Mas basta Alcantara do lado Espanhol começar a turbinar 1000m3/s para produção elétrica, que as nossas barragens do Fratel e Belver se põem também a turbinar ao máximo. Tudo água que vai direitinha para o mar, em cheia. Bastava uma pequena percentagem dessa água ser transferida para o Guadiana, e daí para as restantes regiões do sul, para fazer muita diferença.

Relativamente a €, a agricultura já está nas lonas. Aumentar o preço da água é mata-la de vez.
Do Tejo, talvez. Do Douro, há uma coisinha chata chamada sistema Montejunto-Estrela...
 
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Não estou a ver nenhuma ETAR do Baixo Alentejo a ter capacidade para regar terrenos agrícolas. Acho que nem para os jardins públicos devem dar. Mesmo no Algarve, que tem muito mais população, segundo o artigo, a água das ETARs representa só 3% do consumo. Compensa o investimento? Talvez nos terrenos junto às ETARs. Não mais que isso.

Relativamente às barragens do norte, o ano passado estavam vazias não devido à seca, mas à produção hídrica que as levou ao extremo. Neste momento estão a >80%. Se não houvesse qualquer produção hídrica chegavam a Setembro com um volume >75%.



Não acho descabimento nenhum trazer água do norte (não do Minho, mas do Douro) para o sul. Toda a água que chega ao Douro corre em direção ao mar com um único aproveitamento: hidroelétrico. Praticamente o mesmo acontece com o Tejo. Está a maior parte do tempo seco em Santarém. Mas basta Alcantara do lado Espanhol começar a turbinar 1000m3/s para produção elétrica, que as nossas barragens do Fratel e Belver se põem também a turbinar ao máximo. Tudo água que vai direitinha para o mar, em cheia. Bastava uma pequena percentagem dessa água ser transferida para o Guadiana, e daí para as restantes regiões do sul, para fazer muita diferença.



Relativamente a €, a agricultura já está nas lonas. Aumentar o preço da água é mata-la de vez.

Quanto à reutilização das águas residuais, ainda há um longo caminho a percorrer, apesar de parecer que a situação é "mais fácil", de acordo com o que se vai ouvindo falar na comunicação social e nos vários encontros sobre o tema...

Primeiro.. nem todas as ETAR's estão, ainda, preparadas para que as águas residuais tenham qualidade suficiente para poderem ser utilizadas para reutilização na agricultura, rega de espaços verdes, lavagem de vias públicas, etc... Pode-se pensar que é só utilizar essas águas residuais, mas as mesmas têm de cumprir alguns critérios de qualidade, para que possam ser utilizadas. Para isso é necessário tratamento terciário nas ETAR's e desinfecção final. E muitas ETAR's, mesmo as mais novas, não estão ainda preparadas para isso... estão a ser preparadas, mas ainda não estão...

Depois, coloca-se outro problema. A distribuição dessas águas residuais. Terá de passar pela construção de infraestruturas novas para o efeito. E se queremos chegar a vários espaços verdes, campos de golf, etc... terá de ser uma rede de distribuição bem grande ainda... cada Município terá, ainda, de construir as redes em Baixa para esse efeito, uma vez que as ETAR's, da ALTA, apenas irão disponibilizar essa água residual à saída das mesmas...

Acho que ainda vamos passar muitas dificuldades com falta de água, até que todas as medidas que se ouvem falar, estarem implementadas e a cumprir o seu desígnio...
 
Quanto à reutilização das águas residuais, ainda há um longo caminho a percorrer, apesar de parecer que a situação é "mais fácil", de acordo com o que se vai ouvindo falar na comunicação social e nos vários encontros sobre o tema...

Primeiro.. nem todas as ETAR's estão, ainda, preparadas para que as águas residuais tenham qualidade suficiente para poderem ser utilizadas para reutilização na agricultura, rega de espaços verdes, lavagem de vias públicas, etc... Pode-se pensar que é só utilizar essas águas residuais, mas as mesmas têm de cumprir alguns critérios de qualidade, para que possam ser utilizadas. Para isso é necessário tratamento terciário nas ETAR's e desinfecção final. E muitas ETAR's, mesmo as mais novas, não estão ainda preparadas para isso... estão a ser preparadas, mas ainda não estão...

Depois, coloca-se outro problema. A distribuição dessas águas residuais. Terá de passar pela construção de infraestruturas novas para o efeito. E se queremos chegar a vários espaços verdes, campos de golf, etc... terá de ser uma rede de distribuição bem grande ainda... cada Município terá, ainda, de construir as redes em Baixa para esse efeito, uma vez que as ETAR's, da ALTA, apenas irão disponibilizar essa água residual à saída das mesmas...

Acho que ainda vamos passar muitas dificuldades com falta de água, até que todas as medidas que se ouvem falar, estarem implementadas e a cumprir o seu desígnio...
As que estão preparadas são as ETAR'S de Faro/Olhão e da Companheira em Portimão, são as mais recentes.
 
As que estão preparadas são as ETAR'S de Faro/Olhão e da Companheira em Portimão, são as mais recentes.
Mesmo a da Companheira, ainda não está... falta a parte do tratamento terciário e a desinfecção...