Não há fragmentação nenhuma. O vento ao ser forçado a subir a montanha perde alguma velocidade. E quanto mais depressa o ar subir mais forte será a convecção.
O vento não toma a sua direção original. Há o surgimento de turbilhões para restabelecer a circulação 'normal' do ar:
Quando o ar sobe, força o que está mais acima a subir. As consequências posteriores dependem das restantes condições atmosféricas. As montanhas não se movem. Portanto, enquanto o fluxo se mantiver com as mesmas condições haverá ali uma constante condensação. Mesmo que o vento acima seja muito forte continuará a haver condensação. As nuvens podem é ficar muito esticadas e não crescerem muito verticalmente (e se reparares na imagem a nuvem está torta mas chove na mesma):
O cisalhamento decapita a convecção fraca (que de si não dura muito). As tempestades severas precisam de cisalhamento intenso e de fortes correntes ascendentes.
Faço referência ocasionalmente a isto. Os Açores não têm insolação e muito menos orografia suficiente para gerar trovoada e/ou nuvens de grande desenvolvimento vertical. Só sistemas frontais e depressões. Neste dia não houve trovoada. Nem mesmo com 2431 de CAPE e -5.5 de LI:
http://www.meteopt.com/forum/topico/seguimento-acores-e-madeira-julho-2015.8312/page-6#post-497936
Correntes de sudoeste/sul, com elevado conteúdo de água precipitável e ar tendencialmente muito saturado. Ventos fortes são aconselháveis mas o dilúvio na Terceira no ano passado indica que mesmo a orografia pode gerar instabilidade local e persistente (e há sempre os factores inesperados na meteorologia):
Sistemas frontais de oeste nem sempre captam o ar húmido de sul. Daí que pode haver frentes frias e depressões fortes mas não despejam a mesma quantidade de água.