Seguimento Açores e Madeira - Janeiro 2025

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Era criança na altura, mas lembro de ver muitas árvores de grande porte arrancadas pela fúria do vento, casas levadas pelas marés na orla costeira, muros derrubados, telhados que voaram ...
A ultima grande tempestade de inverno mais recente que trago bem nítida na memória (e que até arrastou barcos contra a costa e muita penedia pelas estradas), foi a 25 Dezembro de 1996.
O pessoal da minha geração cresceu com invernos que impunham respeito!
A malta de hoje, sabe lá o que isso é...
Já não há invernos como dantes!
 
Boas ...

Por aqui continua uma ventania descomunal ...

E agora acompanhada com chuva apesar de fraca por agora ...

Mas é impressionante a força do vento ... Parece que vai levar tudo á frente ...

Não me recordo há muito tempo de tantos dias consecutivos com estas ventanias descomunais ...

Temos Inverno ... isso é uma certeza ...

01:53 - Grande carga de água que caiu agora ... Impressionante ...
 
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Já não há invernos como dantes!

off-topic:
Então os dos anos 60 e 70...
Os temporais que arrasaram em 1978, e sobretudo em Fevereiro de 1979, o molhe/quebra-mar de Sines, conseguiram remover, atirar e destruir os famosos 'dolos' de betão que foram dos maiores construídos especialmente para este porto. Pesavam até 42 toneladas, e mesmo assim foram partidos. Ver texto de Mariano Feio, 1980.
Os 'dolos' foram substituídos por cubos de betão de 90 t.
Mais recentemente passou a usar-se os tetrapodes.
 
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Continuam a haver ciclogéneses explosivas. Algumas possivelmente mais intensas do que há alguns anos atrás.

A questão é que como os Açores estão basicamente no limite mais a sudeste do típico trajeto de tais tempestades, não é preciso muito para que um fenómeno pouco frequente se torne ainda menos. Especialmente no GOr, que é muito menos afetado do que o GOc.

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off-topic:
Então os dos anos 60 e 70...
Os temporais que arrasaram em 1978, e sobretudo em Fevereiro de 1979, o molhe/quebra-mar de Sines, conseguiram remover, atirar e destruir os famosos 'dolos' de betão que foram dos maiores construídos especialmente para este porto. Pesavam até 42 toneladas, e mesmo assim foram partidos. Ver texto de Mariano Feio, 1980.
Os 'dolos' foram substituídos por cubos de betão de 90 t.
Mais recentemente passou a usar-se os tetrapodes.

Falei da minha geração, sou de finais dos anos 70.
Só posso falar do que vivi cronologicamente.
óbvio que os Invernos dos nossos avós ainda eram pior.
Meus avós contavam me bem que até os anos 50 , era normal ver as serras mais altas da ilhas cobertas por semanas com neve, ventos ciclónicos que levavam tudo á sua frente...
Onde é que isto hoje acontece?
 
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Continuam a haver ciclogéneses explosivas. Algumas possivelmente mais intensas do que há alguns anos atrás.

A questão é que como os Açores estão basicamente no limite mais a sudeste do típico trajeto de tais tempestades, não é preciso muito para que um fenómeno pouco frequente se torne ainda menos. Especialmente no GOr, que é muito menos afetado do que o GOc.

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Estás a falar de tempestades, certo?
Isso é relativo!
Nem sempre é assim que funciona, basta ler com atenção a lista das catástrofes ocorridas nos Açores disponibilizada até online, e que regista todas ocorrências desde o povoamento.
Curiosamente as ilhas mais atingidas nesta mesma lista até é São Miguel, Terceira, Faial , São Jorge e Pico.
Às vezes a intensidade é outra depois de passar as Flores e Corvo em diante. Nem sempre é regra!
Por exemplo, as ilhas ocidentais são consideradas as mais "tempestuosas", mas chove mais no cume da montanha do Pico e nas serras mais altas da ilha de São Miguel, logo , a altitude também tem um peso muito importante no desencadear da precipitação e do vento!
Nós temos é a memória muito curta.
Por exemplo, estou a lembrar me da última grande tempestade que veio de sueste no dia 14 Maio de 2012 e que afectou particularmente as ilhas orientais e centrais com aviso vermelho e que nada chegou ao GrOC? Ou do Aluvião da Madeira de 2010?
Mas depois (e antes destas) houve outras.
Se estivéssemos dependentes apenas de frentes, nada chegava à Madeira e ao continente.
O padrão climático é que mudou e está alterado!
Mas ainda bem que o clima não é estático e não segue regras!
 
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Estás a falar de tempestades, certo?
Isso é relativo!
Nem sempre é assim que funciona, basta ler com atenção a lista das catástrofes ocorridas nos Açores disponibilizada até online, e que regista todas ocorrências desde o povoamento.
Curiosamente as ilhas mais atingidas nesta mesma lista até é São Miguel, Terceira, Faial , São Jorge e Pico.
Às vezes a intensidade é outra depois de passar as Flores e Corvo em diante. Nem sempre é regra!
Por exemplo, as ilhas ocidentais são consideradas as mais "tempestuosas", mas chove mais no cume da montanha do Pico e nas serras mais altas da ilha de São Miguel, logo , a altitude também tem um peso muito importante no desencadear da precipitação e do vento!
Nós temos é a memória muito curta.
Por exemplo, estou a lembrar me da última grande tempestade que veio de sueste no dia 14 Maio de 2012 e que afectou particularmente as ilhas orientais e centrais com aviso vermelho e que nada chegou ao GrOC? Ou do Aluvião da Madeira de 2010?
Mas depois (e antes destas) houve outras.
Se estivéssemos dependentes apenas de frentes, nada chegava à Madeira e ao continente.
O padrão climático é que mudou e está alterado!
Mas ainda bem que o clima não é estático e não segue regras!

Relativo porque são fenómenos diferentes.

Tempestuoso = ondulação + vento + precipitação. O GOc está num patamar distinto até nas temperaturas já que no verão por vezes não baixa dos 20 e alguns e excluindo o Pico são sempre as primeiras ilhas onde pode ocorrer queda de neve.

Madeira 2010 foi uma frente com muita precipitação estratiforme. Maio de 2012 foi uma depressão semi-estacionária a sul dos Açores, cuja frente teve convecção intensa.

Um cone não é mesma coisa que elevações tendencialmente perpendiculares ao fluxo atmosférico mais comum.


Pico_Prec.jpg


S_Miguel_Prec.jpg
 
Relativo porque são fenómenos diferentes.

Tempestuoso = ondulação + vento + precipitação. O GOc está num patamar distinto até nas temperaturas já que no verão por vezes não baixa dos 20 e alguns e excluindo o Pico são sempre as primeiras ilhas onde pode ocorrer queda de neve.

Madeira 2010 foi uma frente com muita precipitação estratiforme. Maio de 2012 foi uma depressão semi-estacionária a sul dos Açores, cuja frente teve convecção intensa.

Um cone não é mesma coisa que elevações tendencialmente perpendiculares ao fluxo atmosférico mais comum.


Pico_Prec.jpg


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Precisamente por serem situações dispares , é que não é regra!
Um cone, (como referes) independentemente da sua localização geográfica, pode registar índices de precipitações excessivas, e neste caso, os gráficos não mentem, porque apesar de Pico e São Miguel estarem situadas numa latitude diferente do grupo ocidental, tendem a registar maior quantidade de precipitação acumulada anual.
Ou será que as Flores e o Corvo registam o mesmo nível de precipitação das suas serras a cotas baixas? óbvio que não!
O mesmo acontece na Madeira (ou Canárias) que por estarem situadas numa posição desfavorável às perturbações de W, conseguem acumular nas suas serras precipitação superior às serras da maior parte das ilhas dos Açores, rivalizando neste aspecto apenas com Pico e São Miguel.
Na lista online (sobre as catástrofes naturais ocorridas nos Açores desde o seu povoamento,) não há uma única alusão sequer a falta de água ou seca na ilha de São Miguel, e no entanto a ilha fica bastante a SE das Flores e Corvo.
Pelo contrário, existem variados relatos de falta de água e secas mortíferas em algumas ilhas localizadas mais a W. (Pico, Terceira, São Jorge, Graciosa)
Está relacionado com a sua localização geográfica? Com a orografia? Ou outras componentes?
Enquanto algumas ilhas apesar de estarem localizadas mais a oeste, outras são "salvas" pela sua componente orográfica.
Graciosa por exemplo é a ilha mais a norte do grupo central, a mais sêca e a única onde não existem cursos de água, e Santa Maria mais a sueste, consegue acumular valores (na estação das Fontinhas) superiores à primeira.
Há muitas situações que frentes moribundas após passarem as Flores e Corvo, conseguem se intensificar e despejar mais água em cima de outras ilhas mais montanhosas.
Se as maiores ilhas dos Açores, ou até a Madeira estivessem localizadas no mesmo patamar do grupo Ocidental, os valores de precipitação seriam (como deves de calcular) astronómicos.
Não é só a latitude que conta , existem outras variáveis em jogo, portanto é relativo!
Cada ilha é uma realidade diferente, e o clima não obedece a regras!
 
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Em teoria, o valor de Morro Alto deveria substituir os 176 qph de Santa Maria. A estação é nova (associada ao radar - ~900m de altitude) e por isso o valor é legítimo.

Na prática, é um valor espantoso para Sta. Maria.
 
Última edição:
E só em jeito de conclusão já, Gaspar Frutuoso no séc. XVI, chamava de "ilhas de água" às Flores e a São Miguel, e não era à tôa, precisamente por serem as únicas ilhas do arquipélago com mais abundância deste elemento, e no entanto a distância entre as duas é de aproximadamente de 600km!
Não há regras em meteorologia e o tempo não está dependente da vontade humana!
Há imensas componentes climáticas em jogo.
Uma coisa são previsões e estatísticas baseadas em modelos de computador, outra coisa é a realidade!
Chove onde tiver que chover, e ninguém pode controlar isso!
 
Mas os radares
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Em teoria, o valor de Morro Alto deveria substituir os 176 qph de Santa Maria. A estação é nova (associada ao radar - ~900m de altitude) e por isso o valor é legítimo.

Na prática, é um valor espantoso para Sta. Maria.

Os radares das Flores e São Miguel já estão disponiveis na página do IPMA?
 
Mas os radares


Os radares das Flores e São Miguel já estão disponiveis na página do IPMA?

Segundo me recordo, seria no início deste ano


Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
 
Finalizo, acrescentando que - felizmente para mim - posso recorrer aos avisos do IPMA :D

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Mais tempestuoso não significa necessariamente mais desastres. O este do Canadá todos os anos é afetado por diversas ciclogéneses explosivas (os tais Nor'Easters) sem desastres associados.

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Ainda faltam uns dias para - esperançosamente - o padrão quebrar. Mais do mesmo:

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Como o sol está baixo, os dias não têm estado muito desagradáveis. Mas se na parte final do mês não houver frio de jeito, é mais uma brutal anomalia para acrescentar.

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