Sem chuvas, nível do Rio Sapucaí está 3,5 metros abaixo do normal
Nesta época de chuvas de verão, a preocupação com as enchentes é uma constante no Sul de Minas. Um dos locais de risco na região é a Bacia do Rio Sapucaí, próximo a Itajubá (MG), mas neste ano a preocupação é outra. Com pouca chuva, a seca fez o nível do rio baixar de uma forma que preocupa moradores e autoridades. Existe até a possibilidade de faltar água em algumas cidades da região se não chover o esperado para esta época do ano.
O nível do Rio Sapucaí está 3,5 metros abaixo do normal. De outubro a março deste ano são esperados cerca de 1,5 mil milímetros de chuva, mas até agora choveu apenas 350 milímetros, em média. Segundo a Somar Meteorologia, só neste mês de janeiro choveu cerca de 47 milímetros até esta terça-feira (14), quando o esperado era mais de 230 mm.
Ao todo, 48 municípios em Minas Gerais e três no Estado de São Paulo são banhados pelo Rio Sapucaí. Segundo o presidente do Comitê da Bacia do Rio Sapucaí, Celem Mouhallem, a falta de água em municípios que dependem dos afluentes do Rio Sapucaí é uma possibilidade. "Em municípios como Itajubá, que são banhados por grandes rios, a possibilidade é pequena, mas nos municípios banhados pelos afluentes e os que fazem captação de água subterrânea, a falta de chuva pode ocasionar algum problema de desabastecimento", afirma.
Mouhallem disse ainda que a devastação no meio ambiente prejudicam a recarga das nascentes dos rios, o que faz com que a falta de chuvas influencie mais nas bacias hidrográficas. "Quando chove normalmente, a chuva compensa essa degradação. Como agora está chovendo abaixo da média, a gente vê com preocupação essa degradação", completa.
Segundo Mouhallem, nas três bacias hidrográficas que influenciam na região, a do Rio Sapucaí, Rio Verde e Rio Grande, está chovendo abaixo da média, o que pode afetar também o abastecimento do Lago de Furnas. "O reservatório [de Furnas] já está para o mês de janeiro em torno de 15% abaixo do que deveria estar, então eu vejo como problema essa situação para a futura geração de energia elétrica. Não muito distante dali, o sistema Cantareira, responsável por abastecer São Paulo, está apenas com 26% de capacidade, quando a capacidade normal é de 60%, afirma.
"Eu estou sentindo que ao longo dos anos a coisa está piorando", afirma Mouhallem sobre a falta de chuvas. "Existem estudos científicos que comprovam que as bacias hidrográficas estão perdendo água, e é uma questão mundial, não somente do Brasil", finaliza o presidente.
http://m.g1.globo.com/mg/sul-de-min...-sapucai-esta-35-metros-abaixo-do-normal.html
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Tenho percebido que o clima está meio louco desde o último inverno: depois de toda aquela neve, seguiu-se uma das ondas de calor mais duradouras, recorde de chuva para dezembro no Brasil (Enchente no Espirito Santo), poucos dias depois a atuação anormal da Alta Subtropical que deixou Brasília e grande parte do país com 0 mm na 1º quinzena de janeiro (média de 300 mm), e agora é a seca que preocupa. Sempre há variações, mas não tão extremas e consecutivas.