Seguimento Incêndios - 2015

O fumo do incêndio de Cinfães que segundo o site da Proteção Civil já se encontra dominado, o fumo era vísivel em Espinho pelas 18:45h.

Foto tirada a Este de Espinho às 18:45h
RQyGKsG.jpg


Incêndio dominado ás 19:52h
A6v1U34.png
 
  • Gosto
Reactions: StormRic e CptRena
Algo que eu não percebo é esta quantidade ridícula de meios... Ou estarão errados os dados da ANPC?

OeOXvaa.png
Estavam corretos. O Distrito de Viana sempre teve este problema...falta de recursos! Ja se pensou colocar uma companhia de GIPS ou FEB para reforçar mas para já...um segundo problema é a sazonalidade do dispositivo de combate! Não pode ser rigido...terá que evoluir, necessariamente, para uma flexibilidade que permita dispor de meios em qualquer altura do ano, em vez de, por exemplo como sucedeu em julho de 2014, estarem 8000 Homens e respetivos recursos materiais parados pois havia precipitação intensa no continente! A ANPC e os responsaveis politicos "ainda" não perceberam isto...mas a realidade, infelizmente dura, vai fazer com que se chegue lá mais ano menos ano...
 
Incêndio de Sever do Vouga com uma área ardida (primeira avaliação) de 1796 ha
 
  • Gosto
Reactions: CptRena
Incêndios em Portugal podem ser até três vezes piores no futuro

Se acredita que mais meios de combate e melhor prevenção vão ser suficientes para controlar a praga dos fogos florestais em Portugal, não vai gostar de ouvir o que estes cientistas têm a dizer. No futuro, a área ardida em toda a Península Ibérica poderá duplicar ou triplicar em relação ao que já é hoje. E isto por duas razões inescapáveis: o mundo estará mais quente e a meteorologia é quem manda nos fogos.


Uma nova estatística sobre o impacto das alterações climáticas nos incêndios ibéricos é o resultado de um estudo de investigadores portugueses e espanhóis, recentemente publicado na revista
Agricultural and Forest Meteorology.

Usando diferentes modelos de simulação climática, os cientistas testaram novas metodologias para antecipar como podem vir a ser os verões, em termos de temperatura, chuva e fogos. No Noroeste da península, que abrange cerca de um quarto de Portugal e onde está concentrada uma parte importante dos incêndios, os termómetros poderão subir dois a três graus Celsius até 2075, em Julho e Agosto. Na prática, a temperatura média ao meio-dia poderá aumentar dos 24,9 graus Celsius registados entre 1980 e 2005 para os 27,9 graus Celsius dentro de seis décadas, segundo um dos modelos.

Para a região Sudoeste da península, onde se encontra o resto do país, o termómetro pode saltar de uma média de 28,4 graus Celsius até 32,6 graus Celsius – uma subida de mais de quatro graus.

“Isto é a média para todo o Verão. Uma subida de três a quatro graus em todos os dias já é muito significativo”, afirma o autor principal do estudo, Pedro Sousa, do Instituto Dom Luiz, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Esta média pressupõe uma maior frequência de dias de calor extremo, que são o alimento dos incêndios florestais, explica o investigador.

A complicar a situação, os modelos sugerem uma redução de 50% na precipitação no Noroeste da Península Ibérica, com 25% menos dias de chuva em Julho e Agosto. A Sudoeste, os resultados apontam para poucas mudanças na quantidade de precipitação entre Fevereiro e Maio – um período importante para a formação da biomassa que pode vir a arder no Verão.

Com estes cenários, os fogos prometem ser ainda piores do que agora. “Até 2075, as áreas ardidas [na Península Ibérica] podem ser duas a três vezes maiores do que no presente”, conclui o estudo.

“Não é um resultado totalmente surpreendente, tendo em conta estudos anteriores”, afirma Pedro Sousa. Num artigo publicado em 2010, investigadores da Universidade de Aveiro estimaram que, num mundo com o dobro de dióxido de carbono na atmosfera em relação à era pré-industrial, a área ardida em Portugal poderá aumentar 478%, ou seja, quase cinco vezes.

O país já lidera a lista europeia dos incêndios florestais da última década e meia. Um estudo publicado no final do ano passado, de investigadores das universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e de Lisboa, contabiliza 1.564.400 hectares ardidos no país entre 2000 e 2013, cerca de 30% de tudo o que foi transformado em cinzas em toda a Europa. A seguir vem Espanha, com pouco mais de um milhão de hectares, a Grécia, com 593.000 hectares, e a Itália, com 531.000.

O que deixa pouca margem para grandes optimismos é o facto de a gravidade dos incêndios ser muito mais condicionada pela meteorologia do que pela capacidade em combatê-los ou preveni-los.

Os números recentes de Portugal são um sintoma disso. Depois dos anos catastróficos de 2003 e 2005, quando arderam 426.000 e 339.000 hectares respectivamente, várias medidas estratégicas para prevenir e combater os fogos foram postas em prática. Nos anos seguintes, a área ardida baixou consideravelmente. Mas em épocas com verões quentes e secos voltou a subir acima dos 100.000 hectares – em 2010 (133.090), 2012 (110.232) e 2013 (152.758), segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas. No ano passado, com um Verão relativamente frio, os fogos foram mais calmos, com cerca de 20.000 hectares ardidos.

Um modelo desenvolvido pelo climatologista Carlos da Câmara e outros investigadores da Universidade de Lisboa, para a previsão da severidade da época dos incêndios, identifica uma combinação dupla que pode ser fatal ou redentora. Muita chuva com pouco calor em Março e Abril, seguida de pouca chuva e muito calor em Maio e Junho, é a receita ideal para um Verão com muita área ardida. Já um princípio de Primavera seco, seguido de meses frios, promete o contrário, menos fogos.

Seja como for, o grande factor que irá ditar a existência de grandes incêndios é o estado do tempo no Verão. “A variabilidade interanual da área ardida total é sobretudo controlada pelas condições meteorológicas, apesar dos esforços actuais de supressão e controlo do fogo”, refere o estudo agora publicado sobre destino dos incêndios na Península Ibérica.

Pedro Sousa chama a atenção para o facto de os cenários do estudo não levarem em conta outros factores que podem ter influência sobre os incêndios no futuro, em particular as alterações no uso do solo. Mas tudo indica que o melhor é estar preparado para o pior. “A ideia principal aqui é a da adaptação”, refere o investigador. “Sem isso, vai ser complicado.”

Fonte: Publico
 
  • Gosto
Reactions: CptRena
Esse tipo de noticias e puro sensacionalismo , valorizam alguns fatores e desvalorizam outros como o fator humano que e o fator se calhar mais importante na gênese dos incêndios .

Em relação a diminuição da precipitação , já ouço essa ladainha a 20 anos e aquela coisa que se ouve todos os anos que vem ai o verão mais quente de sempre e Tretas do gênero , que isso já não e para levar a serio .

O que e certo e que , felizmente , a precipitação tem - se mantido , aumentando nuns meses e diminuído noutros . E no verão , com uma ou outra exceção , a precipitação ate tem aumentado .
 
  • Gosto
Reactions: Névoa e CptRena
Obviamente que o aquecimento global e e continuara a ser uma realidade . Penso que a maior parte dos seus efeitos são ainda controversos e , acima de tudo , imprevisíveis.

Espanta - me contudo uma coisa :

Os modelos , a 10 dias muitas vezes são falíveis e dão reviravoltas surpreendentes .
Contudo , ha uns tantos iluminados que já sabem de cor e salteado as alterações exatas na temperatura , quantidade de precipitação que vai diminuir e os meses que vai diminuir
Mais e menos para os próximos 60 anos .

Fantástico , também eu gostava de ter esse poder de previsão do futuro .
 
  • Gosto
Reactions: CptRena
O que e certo e que , felizmente , a precipitação tem - se mantido , aumentando nuns meses e diminuído noutros . E no verão , com uma ou outra exceção , a precipitação ate tem aumentado .

Esta afirmação é muito generalista, carece de referência a dados concretos tais como séries de registo de precipitação e valores das Normais desde o século passado. Só posso dizer que dá mesmo muito trabalho fazer esse estudo como deve ser e não é por observar os últimos anos que se podem tirar conclusões, muito menos certezas. Com isto não estou a contrariar nem a confirmar, apenas a apontar que o assunto não pode ser tratado com ligeireza, há que ser estatisticamente rigoroso.
 
  • Gosto
Reactions: CptRena
Atenção , eu estava a falar para a minha região , Viana do Castelo .

Em relação ao ligeiro aumento da precipitação no verão , e uma percepção que eu tenho .

Agora em relação ao aumento da precipitação anual , nas normais climatológicas de 1981- 2010 , houve um ligeiro aumento em relação ao período anterior de 30 anos .

Obviamente que o rigor estatístico e importantíssimo , mas os investigadores também tem que ser sérios e não investigar para aparecer nos media com noticias sensacionalistas .
 
  • Gosto
Reactions: CptRena