Um bombeiro desaparecido e vários civis feridos no incêndio de Pedrógão Grande
Falta de electricidade e de comunicações preocupa população, que vê o vento forte a dificultar o combate às chamas. Autarca diz que há aldeias "em muito perigo, completamente cercadas".
Um bombeiro está desaparecido e outros quatro ficaram feridos no combate a um incêndio que lavra no concelho de Pedrógão Grande desde as 14h, disse à Lusa fonte da Protecção Civil. O presidente da câmara municipal, Valdemar Alves, diz que há aldeias "em muito perigo, completamente cercadas" e que há falta de bombeiros no combate às chamas.
Uma fonte dos bombeiros explicou que há igualmente vários civis feridos e que este incêndio já passou para o concelho de Figueiró dos Vinhos, também no distrito de Leiria, tendo adiantado ainda que diversos carros de bombeiros foram destruídos pelo fogo, sem precisar quantos. Alguns populares foram obrigados a abandonar as casas em zonas mais remotas.
Este incêndio, de acordo com a página da Protecção Civil, mobilizava (às 21h) 264 bombeiros, dois meios aéreos e 83 viaturas.
O fogo começou nos Escalos Fundeiros, no norte do distrito, e já obrigou ao corte do Itinerário Complementar 8, bastante a sul daquela ignição.
A ausência de electricidade e de comunicações está a preocupar a população, que, contactada pela Lusa, vê o vento forte a tornar-se adversário no combate às chamas.
"Estamos a tentar evacuar aldeias completamente cercadas e em muito perigo", sublinhou Valdemar Alves, referindo que as zonas mais afectadas são as de Mosteiro, Vila Facaia, Coelhal, Escalos Cimeiros, Regadas e Graça.
Segundo Valdemar Alves, o número de bombeiros a combater as chamas é "insuficiente".
"É impossível acudirmos a todas as aldeias. Estamos a todo o custo a ver se nos chegam bombeiros de Lisboa", realçou o autarca, visivelmente abalado, afirmando que a situação é "bastante dramática".
"Não tenho ideia de ter uma situação como esta em Pedrógão Grande. O fogo esteve às portas da vila, a 50 metros", disse, frisando que na localidade temeu-se o pior.
De acordo com Valdemar Alves, o secretário de Estado responsável pela Administração Interna está a caminho do concelho para averiguar a situação.
“Estou muito assustada e não me recordo de algum incêndio semelhante nos últimos 10 anos”, disse à Lusa um moradora de Atalaia Fundeira. Às 19h30, em Pedrógão Grande, era praticamente de noite, tal o fumo que pairava pelo ar.
“Temos muito medo que o fogo venha por aí abaixo e nos atinja”, disse também Palmira Coelho, outra moradora, antes de se refugiar em casa para proteger os seus bens.