Certo, contudo mantenho que o artigo citado não enfatiza o climate change, que não ocupa mais de 5% da prosa.
"Climate change" significa que em termos de médias o Porto vai ter o clima que Coimbra hoje tem e que Coimbra vai ter o de Lisboa, e por aí adiante. Mais umas variâncias em eventos extremos (tornados, ciclones, etc.), cuja tendência em épocas recentes não sei se já foi confirmada.
De resto, do ponto de vista meteorológico, para os incêndios, o que interessa são eventos extremos - sobretudo secas acentuadas e extensas ondas de calor, como aliás bem se viu o ano passado e já nos incêndios de 2018.
É irrelevante se a temperatura média de Pedrógão em julho é 22º ou 23ºC - os incêndios, sobretudo os maiores, fazem a sua própria "meteorologia". Mesmo relativamente aos recordes de máximas absolutas, batidos este ano em muitos locais da rede do IPMA, o que significam para os incêndios? Qual a diferença de estarem 40º, 42º ou mesmo 44º? Irrelevante - na minha modesta opinião.
Já se não choveu nada no inverno e primavera... é outra história. É não é garantido que hoje tenhamos mais secas que no passado, como se vem apurando para várias partes do mundo e como há uns meses eu chamei a atenção - é o caso do noroeste da Península Ibérica.