Seguimento Incêndios - 2019

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http://bestweather.pt/incendios-em-...rMxnNungLaIY17tdtrdS1vwNq4yO0wzm9Y62ihJJM2X8s
 
O AJB tem toda a razão. Em termos de meteorologia não há dúvidas que a memória de "tempos" antigos é sempre curta, e também nos incêndios...

Movido pela curiosidade e sem nada para fazer hoje à noite, pus-me em modo "fact-checking", como é chique dizer nos dias que passam.

Na página de entrada do ICNF (https://www.icnf.pt/) vem em baixo uma estatística para este mês de março de 2019, cerca de 3000 ha ardidos. Mas o mês também ainda não chegou ao fim, e pelo que vi há pouco na televisão, e nos últimos dias, penso que a área ardida andará à roda de uns 5 000/6 000 hectares (wishful thinking?)

Ora, como disse, pus-me a ver as estatísticas oficiais dos meses de março dos anos anteriores (ICNF: http://www2.icnf.pt/portal/florestas/dfci/relat/rel-if) e vê-se que em 2015 e 2017 arderam à roda de 4500 ha, 21000 hectares em 2012, 14 000 em 2009, 7000 em 2005,...

E não comento mais, só espero que este surto termine (e não venham com a história dos "incêndios às 3 da manhã", é óbvio que o incêndio de Pinheiro da Bemposta já lá andava, como admitiu - nas calmas - um popular entrevistado. Não o apagaram convenientemente no dia anterior, e com o vento noturno muito forte reacendeu - é a minha tese. O resto é para desviar atenções).

Nota final:

Só quem não conhece a região e o distrito de Aveiro é que nunca viu os brutais incêndios que aqui ocorrem todos os anos em que prevalecem os ventos de leste, em fevereiro, março e abril - Sever do Vouga, Albergaria, Águeda, etc..

Acontece um fenómeno já muito consabido dos autóctones e dos geógrafos: nestas situações meteorológicas, o vento leste (vindo da Meseta) é fortemente comprimido pelas serras do Ladário/Caramulo e do Arestal/Freita/São Macário (maciço de Fuste), acelerando pelo vale do Vouga abaixo com grande violência - aliás muitos destes incêndios tipicamente são provocados por linhas elétricas.

Portanto, tudo somado, e lamentavelmente, "business as usual".
Numa palavra: Fohen:)
 
Numa palavra: Fohen:)

Não sei se será especificamente só um fenómeno Fohen até porque estes ventos são já na origem muito secos. Do que me lembro dos bancos da escola, é que tem a ver com a disposição dos maciços montanhosos imediatamente a norte e a sul do vale do Vouga, que é muito encaixado, combinado com o efeito de Coriolis associado rotação da Terra... as massas de ar são ultra-comprimidas no vale e (segundo Bernouli) aceleram...

Há um relato muito giro do processo por um pároco da região, numa das memórias (paroquiais) de 1758, mas já não tenho memória de qual...
 
O AJB tem toda a razão. Em termos de meteorologia não há dúvidas que a memória de "tempos" antigos é sempre curta, e também nos incêndios...

Movido pela curiosidade e sem nada para fazer hoje à noite, pus-me em modo "fact-checking", como é chique dizer nos dias que passam.

Na página de entrada do ICNF (https://www.icnf.pt/) vem em baixo uma estatística para este mês de março de 2019, cerca de 3000 ha ardidos. Mas o mês também ainda não chegou ao fim, e pelo que vi há pouco na televisão, e nos últimos dias, penso que a área ardida andará à roda de uns 5 000/6 000 hectares (wishful thinking?)

Ora, como disse, pus-me a ver as estatísticas oficiais dos meses de março dos anos anteriores (ICNF: http://www2.icnf.pt/portal/florestas/dfci/relat/rel-if) e vê-se que em 2015 e 2017 arderam à roda de 4500 ha, 21000 hectares em 2012, 14 000 em 2009, 7000 em 2005,...

E não comento mais, só espero que este surto termine (e não venham com a história dos "incêndios às 3 da manhã", é óbvio que o incêndio de Pinheiro da Bemposta já lá andava, como admitiu - nas calmas - um popular entrevistado. Não o apagaram convenientemente no dia anterior, e com o vento noturno muito forte reacendeu - é a minha tese. O resto é para desviar atenções).

Nota final:

Só quem não conhece a região e o distrito de Aveiro é que nunca viu os brutais incêndios que aqui ocorrem todos os anos em que prevalecem os ventos de leste, em fevereiro, março e abril - Sever do Vouga, Albergaria, Águeda, etc..

Acontece um fenómeno já muito consabido dos autóctones e dos geógrafos: nestas situações meteorológicas, o vento leste (vindo da Meseta) é fortemente comprimido pelas serras do Ladário/Caramulo e do Arestal/Freita/São Macário (maciço de Fuste), acelerando pelo vale do Vouga abaixo com grande violência - aliás muitos destes incêndios tipicamente são provocados por linhas elétricas.

Portanto, tudo somado, e lamentavelmente, "business as usual".
Numa palavra: Fohen:)
Não sei se será especificamente só um fenómeno Fohen até porque estes ventos são já na origem muito secos. Do que me lembro dos bancos da escola, é que tem a ver com a disposição dos maciços montanhosos imediatamente a norte e a sul do vale do Vouga, que é muito encaixado, combinado com o efeito de Coriolis associado rotação da Terra... as massas de ar são ultra-comprimidas no vale e (segundo Bernouli) aceleram...

Há um relato muito giro do processo por um pároco da região, numa das memórias (paroquiais) de 1758, mas já não tenho memória de qual...
Sim, poderá haver o "efeito Venturi" também a potenciar a lestada
 
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Segue.se outra ocorrência que tem vindo a ser reforçada com mais meios na última hora em Carrazedo, Bragança com 64 operacionais, 14 veículos e 1 MA.
 
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Vale de Cambra em resolução, Carrazedo , Bragança já com 80 Op e apenas um MA, ignição em Pombal com apenas 35 minutos e já com 64Op e 4 MAs .
 
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Incêndio nos Arcos de Valdevez com muita força.
Um dos 2 está com grande força.
Coluna de fumo visível de Viana do Castelo
Dois incendios em Arcos de Valdevez ainda continuam ativos já há algumas horas, mas com poucos operacionais.
Espero que com a chegada da noite sejam dominados.
 
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