2009, 2010 e 2012 so pra referir os mais recentes
O AJB tem toda a razão. Em termos de meteorologia não há dúvidas que a memória de "tempos" antigos é sempre curta, e também nos incêndios...
Movido pela curiosidade e sem nada para fazer hoje à noite, pus-me em modo "fact-checking", como é chique dizer nos dias que passam.
Na página de entrada do ICNF (
https://www.icnf.pt/) vem em baixo uma estatística para este mês de março de 2019, cerca de 3000 ha ardidos. Mas o mês também ainda não chegou ao fim, e pelo que vi há pouco na televisão, e nos últimos dias, penso que a área ardida andará à roda de uns 5 000/6 000 hectares (wishful thinking?)
Ora, como disse, pus-me a ver as estatísticas oficiais dos meses de março dos anos anteriores (ICNF:
http://www2.icnf.pt/portal/florestas/dfci/relat/rel-if) e vê-se que em 2015 e 2017 arderam à roda de 4500 ha, 21000 hectares em 2012, 14 000 em 2009, 7000 em 2005,...
E não comento mais, só espero que este surto termine (e não venham com a história dos "incêndios às 3 da manhã", é óbvio que o incêndio de Pinheiro da Bemposta já lá andava, como admitiu - nas calmas - um popular entrevistado. Não o apagaram convenientemente no dia anterior, e com o vento noturno muito forte reacendeu - é a minha tese. O resto é para desviar atenções).
Nota final:
Só quem não conhece a região e o distrito de Aveiro é que nunca viu os brutais incêndios que aqui ocorrem todos os anos em que prevalecem os ventos de leste, em fevereiro, março e abril - Sever do Vouga, Albergaria, Águeda, etc..
Acontece um fenómeno já muito consabido dos autóctones e dos geógrafos: nestas situações meteorológicas, o vento leste (vindo da Meseta) é fortemente comprimido pelas serras do Ladário/Caramulo e do Arestal/Freita/São Macário (maciço de Fuste), acelerando pelo vale do Vouga abaixo com grande violência - aliás muitos destes incêndios tipicamente são provocados por linhas elétricas.
Portanto, tudo somado, e lamentavelmente, "business as usual".