Boa tarde, eu na minha opinião existe dois problemas graves, o primeiro a desorganização total do território e em algumas zonas que arderam em 2017 com o renager da floresta ainda ficou pior. Onde os eucaliptos, pinheiros e toda a vegetação que renasceu, está toda aglomerada chegando a haver árvores que nasceram tipo trepadeiras nos troncos queimados do incêndio anterior, a zona onde moram os meus sogros são prova visivel desse problema, quem fizer a N222 entre Pedorido e Castelo de Paiva zona bastante afectada em 2017, fica com a clara ideia que está ali um barril de pólvora à espera do desastre. A segunda questão e na minha opinião a mais importante e mais estrutural para o país é a questão da desertificação, como é possivel haver gestão florestal se não houver pessoas a habitar e cuidar o território? Como é óbvio o paradigma tem de ser invertido para as pessoas deixarem de fazerem o fluxo interior-litoral, só com politicas para cativar e fixar as populações o problema se resolve, ou pelo menos atenua. Eu na minha profissão viajo bastante e é possível tirar uma radiografia da situação real do terreno e o que se vê com frequência em muitas regiões do nosso país é antigos palheiros e casas de abrigo para animais de pasto que estão ao abandono devido ao desaparecimento dos mesmos, e isso é o reflexo do abandono das aldeias e vilas, eu pude testemunhar em criança pois o meu avô tinha rebanhos, onde passava um rebanho o terreno ficava numa limpeza total e o combustivel no solo era minimo, a juntar ao facto de outras actividades agricolas ajudar a manter a zona organizada. Havia incêndios? Havia mas não atingiam estas proporções pois não havia tanto combustível disponível, como digo na minha opinião enquanto não se resolver o problema da desertificação nunca se vai conseguir resolver o dos incêndios, não sou especialista na área mas é a minha opinião.