Seguimento - Incêndios 2024

Em que é que ficamos? Era um BYD eléctrico ou não? Viste-o?

Ver anexo 14137
Passei rápido na autoestrada a 100 km/h e provavelmente fiz confusão. É a vida. :facepalm:

Não confiem cegamente nas conversas de Facebook, pois algum dia estão como o Trump a afirmar que os estrangeiros andam a comer os animais de estimação dos "puros" americanos (ironia do caraças quando os EUA são, essencialmente, um país de emigrantes)...
Mas no meu caso nem foi por causa de conversas de Facebook ou de redes sociais, eu passei mesmo na autoestrada quando o carro ainda estava na estrada e havia vários carros da polícia. Aliás, eu tenho filmagens e posso provar exatamente que passei naquela zona nestas condições, se for necessário. :dry:

O que aconteceu é que eu não percebo absolutamente nada de carros e fiz confusão entre logotipos. O meu intuito não era o de espalhar boatos mas sim o de reportar aquilo que consegui ver no curto espaço de tempo em que passei pelo "foco inicial".
 
quando o carro ainda estava na estrada e havia vários carros da polícia.
Também me acontece confundir os logotipos, estive a ver fotos dos vários modelos dos BYD e há um modelo que até se podia confundir numa passagem rápida.

Então o carro não estava na berma quando passaste? E se a polícia estava lá como é que não lançou logo o alerta para a propagação do fogo ao mato da berma?
 
Foto de há 2 minutos
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O incêndio na Apostiça mantém-se em fase de resolução desde as 3h da madrugada, isto é conseguem que ele não vá para zonas de risco mas ainda está difícil de extinguir todos os inúmeros focos.


Faixa de protecção na auto-estrada, existe? Estava limpa de matos?
Há tanta pressão oficial para limpeza de terrenos de particulares mas há faixas ao longo das auto-estradas e vias rápidas em que a vegetação até oculta os rails.

É irónico pensar que talvez se o condutor não tivesse encostado à berma, não se teria perdido a enorme área natural e de biodiversidade que já ardeu nestas mais de 24 horas. Porque será que não existe essa preocupação relativamente ao que se vai perdendo da natureza, em notícia ou comentário quase nenhum? Só se lê e ouve falar de que ficou tudo bem porque não houve desastres pessoais e as perdas materiais limitaram-se a algumas viaturas.

As tragédias marcam a forma como as pessoas vêm e relativizam as coisas. Não creio que haja insensibilidade em relação à floresta mas acho que há 2 momentos a nível nacional que marcam o combate a incêndios a Portugal: 2013 com a tragédia do Caramulo mudou a forma de como os bombeiros são expostos ao perigo de dependendo do que está em causa. Quandos hectares de floresta valem uma vida de um bombeiro?

A segunda é 2017. Quantos hectares de floresta queimaram nesse ano. Provavelmente já ninguém saberá. Quantas pessoas morreram? A maioria terá na memória o constante aumento de vítimas em Junho e Outubro desse ano.

Ainda esta semana foram homenageados os bombeiros que morreram há 26 anos no combate ao incêndio na Serra de Água. A floresta já foi, já veio, já foi, já veio e já foi outra vez. As vidas não. O que fica são as viúvas, os órfãos e as tristes memórias dos colegas que testemunharam a tragédia.

 
As tragédias marcam a forma como as pessoas vêm e relativizam as coisas.
Sem dúvida.
Vivi em criança a tragédia de 1966 na Serra de Sintra, em que 25 militares do regimento de Queluz, sem qualquer treino de combate a incêndios, morreram encurralados pelo fogo do grande incêndio. Estava nessa altura numa casa em Galamares e tivemos que sair porque o ar se tornou irrespirável, as faúlhas caíam por todo o lado, toda a crista da serra em chamas. No vídeo-cópia do filme da RTP de então (link acima) diz-se que a Serra demoraria 50 anos a recuperar. Nunca recuperou, o que lá resta continua a ser devastado periodicamente,
Observei que as lições do grande incêndio não foram aprendidas, os bosques originais que se perderam, as plantações posteriores de eucaliptos e pinheiros que voltaram a tornar a serra um inferno em vários incêndios subsequentes. Quem não conheceu a Serra antiga nem calcula o que se perdeu. A memória da tragédia humana e ambiental continua viva e é sempre com grande consternação que assisto ao dizimar progressivo da Natureza e perda de vidas humanas por um desgoverno permanente e quase tradicional neste país.
 
Então o carro não estava na berma quando passaste? E se a polícia estava lá como é que não lançou logo o alerta para a propagação do fogo ao mato da berma?
O carro estava na berma e a via direita, bem como os acessos a Belverde vindo de norte pela A33 estavam fechados. Toda a zona a sul estava queimada mas a frente do incêndio já se tinha movido bastante para sul - relembro que eu passei por ali por volta das 15:20 e o incidente com o veículo que provocou o incêndio ocorreu à uma da tarde (olhando para a informação em Fogos.pt). :hmm:

Quanto à parte a negrito, como deves saber eu não saberei responder... :D
 
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O carro estava na berma e a via direita, bem como os acessos a Belverde vindo de norte pela A33 estavam fechados. Toda a zona a sul estava queimada mas a frente do incêndio já se tinha movido bastante para sul - relembro que eu passei por ali por volta das 15:20 e o incidente com o veículo que provocou o incêndio ocorreu à uma da tarde (olhando para a informação em Fogos.pt). :hmm:

Quanto à parte a negrito, como deves saber eu não saberei responder... :D
Aqui há algumas coisas a ter em consideração diria eu, o primeiro alerta dado terá sido certamente com a informação de um carro a arder na berma da A33, nas redes sociais há vídeos de uma fase relativamente inicial da resposta com um veiculo de combate urbano dos bombeiros mistos de Amora salvo erro, sem presença de força policial no local ainda. Ora do quartel destes até á localização em que o carro se encontraria serão pelo menos uns 15 minutos, mesmo assumindo que tenham existido chamadas subsequentes a alertar do incêndio já na mancha florestal, estamos a falar de 20/25 minutos. Também não é uma zona que tenha quarteis dos bombeiros em número considerável propriamente a 5 minutos, pelo que uma resposta mais reforçada também deverá ter demorado. O quartel mais perto da área será mesmo o destacamento dos bombeiros mistos do seixal de fernão ferro a qualquer coisa como uns 10 minutos.
Ora tendo em conta o povoado florestal de pinheiros bravos do local e tendo em conta que numa fase inicial o incêndio decorreu sobretudo no solo, via-se nas imagens da zona de inicio que as copas dos pinheiros se mantinham intactas, é fácil imaginar a rapidez com que o incêndio progrediu tendo em conta o vento que se fazia sentir, quem já usou caruma para acender um qualquer fogareiro consegue ter noção da rapidez com que arde e da dimensão de chama que produz.
O que digo aqui é apenas uma cenarização dos vários fatores de que me fui apercebendo e terá sido a conjugação de todos eles, que levou ao rápido crescimento do incêndio.
 
O carro estava na berma e a via direita, bem como os acessos a Belverde vindo de norte pela A33 estavam fechados. Toda a zona a sul estava queimada mas a frente do incêndio já se tinha movido bastante para sul - relembro que eu passei por ali por volta das 15:20 e o incidente com o veículo que provocou o incêndio ocorreu à uma da tarde (olhando para a informação em Fogos.pt). :hmm:

Quanto à parte a negrito, como deves saber eu não saberei responder... :D

Obrigado pelos teus esclarecimentos! ;)

O que digo aqui é apenas uma cenarização dos vários fatores de que me fui apercebendo e terá sido a conjugação de todos eles, que levou ao rápido crescimento do incêndio.

Obrigado por mais estas informações!

Começa a esboçar-se que o principal problema é o arranjo das bermas das auto-estradas, nomeadamente daquelas que atravessam zonas de povoamentos florestais próximos, separados da via por bermas de mato cujo estado de manutenção parece ser insuficiente. Ou seja, em qualquer altura pode ocorrer novamente (e ocorre) uma situação destas em que o incêndio de uma viatura numa auto-estrada (e nem falo em outro tipo de vias) origina um incêndio de grandes proporções. As teóricas medidas de prevenção que estipulam uma faixa de protecção lateral livre de combustíveis secos não estão a ser implementadas. Penso que a responsabilidade é fácil de encontrar, e que não pode ser sempre o vento a desculpa para o início de incêndios a partir de ignições deste tipo.
 
Entretanto, nos próximos dias, temos provavelmente pela primeira vez este Verão a sinóptica típica para propagação de grandes IF´s no continente com fluxo de leste bem marcado em grande parte do território.
Vamos muito provavelmente ter a semana mais complicada no que diz respeito a IR este ano com os três "30" bem vincados em grande parte do país a partir de hoje :unsure: