Seguimento Interior Norte e Centro - Janeiro 2015

- Continentes e oceanos. Estamos inseridos numa distribuição de massas de ar a qual não podemos fugir: temos um anticlone subtropical dos açores a oeste de nós durante a maior parte do tempo.

- também não podemos alterar a inclinação da terra. Nesta altura do ano as noites são bastante maiores que os dias.

- a península ibérica comporta-se como um pequeno continente... uma frigideira. Aquece no centro se tiver radiação solar e isso faz baixar a pressão atmosférica. Desaparecendo o sol pelo horizonte, o calor rapidamente se perde e a pressão começa a subir até atingir o máximo às primeiras horas da manhã.
 
Fica aqui o "pódio" dos máximos históricos de pressão desta manhã:
VIUImuS.jpg
:winner:
bStZ4qP.jpg
:palmas:
o4epmkn.jpg
:thumbsup:
 
Para os menos entendidos, como eu, o que significa (de forma resumida) a pressão alta, e o valor dos 1050? Thanks!
Eu não sou moderador do forum nem especialista mas tenho umas "luzes" do assunto, poderei tentar explicar:
A pressão atmosférica é a força que a atmosfera exerce por unidade de área. O valor é medido em Pascal (N/m2) sendo N o "Newton" (unidade da força) e m2 a area. os 1050 correspondem a 1050 hPa (ou hectopascal), sendo que 1 hPa = 100 Pa. Ora, o valor médio à superfície da terra e ao nível do mar é de 1013 hPa (ou seja 101 300 N/m2). Quando ocorre a formção de anticiclones (zonas de alta pressão) o valor da pressão aumenta, mas é muito raro atingir valores tão elevados (normalmente não excede os 1030 a 1040 hPa). O record mundial de pressão atmosférica foi registado na Sibéria em 1968 com 1083 hPa. Em Portugal tanto quanto eu saiba estes 1050 hPa consituem record absoluto.
 
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Também estou curiosa :) Sei que no Verão traz calor, no Inverno traz mais frio, será isso? Quanto mais alta mais calor/frio?

Não há uma relação directa entre temperatura e pressão atmosférica num determinado local. Uma pressão atmosférica mais alta no Inverno está normalmente (mas nem sempre) associada a uma massa de ar frio, estável, estando muitas vezes centrada na Peninsula Ibérica. Isso acontece porque a nossa península é um "mini-continente" e no Inverno quando se acumula ar frio (mais denso) e na ausência de correntes de vento de oeste (que trazem ar mais tépido e húmido do oceano) tendem-se a formar os chamados "anticiclones frios"(como acontece e com muito mais intensidade nas grandes massas continentais euroasiáticas). Como é natural, as temperaturas são baixas com a agravante de em certas zonas (como sucede muito em Trás-os-montes e na região espanhola de Castela-Leão) se formarem nevoeiros densos que, sem vento, (o anticiclone é uma região de vento nulo), levam por vezes dias a dissipar (daí o sincelo que tantas vezes se forma em Trás-os-montes). Mas não se trata da situação mais fria. Uma corrente de nordeste (como muitas vezes sucede) pode criar temperaturas ainda mais baixas, devido ao fluxo de ar muito frio vindo do leste da Europa).
Quanto ao Verão, muito pelo contrário, as situações de temperatura muito elevada estão associadas com a formação de núcleos depressionários (como a depressão térmica que se forma muitas vezes no Sul de Espanha) devido ao ar quente ter mais baixa densidade e tender a elevar-se.
 
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Boa tarde. Hoje quebrou-se o padrão de madrugadas com temperaturas negativas, e a próxima julgo que também não promete muito. Mínima de (0ºC?) e não havia qualquer geada de manhã, digamos que a temperatura foi descendo de uma forma muito atribulada dado o vento fraco praticamente constante, e os níveis de humidade relativa também não foram nada de especial. Ainda assim não é todos os anos que se tem 10 dias seguidos de temperatura mínima negativa aqui pelas redondezas.:hehe:
 
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De momento céu limpo, vento fraco e (6.5ºC?).
 
Para os menos entendidos, como eu, o que significa (de forma resumida) a pressão alta, e o valor dos 1050? Thanks!

Também estou curiosa :) Sei que no Verão traz calor, no Inverno traz mais frio, será isso? Quanto mais alta mais calor/frio?

Basicamente como já foi dito é o peso da coluna de ar sobre uma unidade de superfície. Por curiosidade, os 1050 hPa correspondem aproximadamente a 10,7 toneladas de ar sobre um metro quadrado. Ou seja, se fossemos ocos, seria essa a pressão que nos esmagaria, mas como a nossa pressão interna é semelhante, nada sentimos.

Uma forma de interpretar intuitivamente a pressão e os mapas de isóbaras (linhas que unem pontos da superfície com igual pressão atmosférica num dado momento) é fazer uma analogia das isobaras com as curvas de nível (linhas que unem pontos de igual altitude) que servem para representar o relevo num mapa.
Assim os anticiclones, centros de alta pressão, são montanhas e os ciclones, centros de baixa pressão, comumente chamados de depressões para não confundir com os sistemas tropicais de ventos muito intensos (designação para o Índico, no Atlântico e Pacífico são os furacões e tufões), são os vales, as zonas baixas, as depressões de terreno no exacto sentido do termo.

Anticiclone=alta pressão=montanha de ar ; Depressão=baixa pressão=vale ou fundura.


Com esta analogia, intuimos então que a circulação do ar à superfície num anticiclone diverge, afasta-se do centro, dispersa-se para a periferia tal como uma montanha funciona como um centro dispersor das águas de escorrência; as depressões funcionam portanto ao contrário, a circulação converge, aproxima-se do centro, concentra-se como as depressões de terreno fazem relativamente às águas de escorrência.

Simultaneamente com este movimento horizontal há os movimentos verticais de circulação do ar: simplificadamente também, num anticiclone o ar desce das altas camadas atmosféricas para a superfície; numa depressão o movimento é de ascensão.

No entanto a circulação horizontal do ar na sua tentativa de encher as depressões é desviada e faz-se segundo direcções muito próximas das linhas isóbaras. Uma analogia intuitiva poderá ser a de quando lançamos uma esfera, um berlinde por exemplo, na periferia de um recipiente redondo do tipo calote esférica, se o fizermos imprimindo-lhe alguma velocidade lateral a esfera efectuará um percurso em espiral podendo dar várias voltas até chegar ao fundo. A circulação do ar numa depressão é semelhante à circulação da esfera no recipiente redondo. Assim, também de uma forma simplificada, podemos em geral ver o vento a soprar segundo direcções próximas das direcções das linhas isóbaras, desviando-se ligeiramente destas para o lado dos centros depressionários; afastando-se dos centros de altas pressões.

O sentido em que se faz esta circulação próxima das isóbaras é o sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, em torno dos centros de baixas pressões no hemisfério norte (no hemisfério sul é inverso). Nos anticiclones a circulação é no sentido horário em torno dos seus centros no hemisfério norte (anti-horário no hemisfério sul).

Esta é uma visão, repito, muito simplificada e intuitiva. O sistema atmosférico é muito mais complicado do que isto, pois a várias altitudes, em diferentes níveis da atmosfera, as circulações podem seguir diferentes padrões. Assim podemos ter uma depressão à superfície com um anticiclone em altitude por cima, ou vice-versa, ou toda uma variedade de situações para sucessivos níveis sendo que para cada nível o mapa ou carta de isóbaras tem aspectos que podem ser completamente diferentes. As circulações do ar têm distribuições extremamente complexas, não só em cada nível, mas entre níveis devido aos movimentos verticais conjugados com os movimentos horizontais.
 
Boas. Por aqui a mínima ficou pelos -2,1ºC. A máxima de hoje foi de 16,8ºC. Hoje a temperatura já não esta tão baixa. De momento registo 7,4ºC e 68%HR. Pressão 1041hpa
 
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