Algum dia, quiçá, a RTP permitirá nos boletins meteo do continente o que baniu no boletim meteo dos Açores: Um resumo global das condições do dia anterior. Não me parece que seja exagero escrever que aqui fizeram uma abominação.
Escrito isto, e infelizmente, o IPMA continua a ser uma instituição atrasada e disfuncional, sendo que o orçamento não é desculpa. As redes sociais do IPMA são uma vergonha, não há grande entrosamento entre a delegação do continente e a dos Açores (parece que se vive em países diferentes) e eu continuo a só ver (bem mal tenho que acrescentar) 5 ilhas (faltam pelo menos mais 5) nos mapas meteorológicos do Atlântico.
Sim, eu sei, as críticas são repetitivas e recorrentes mas que fazer? É preciso continuar a escrever o óbvio na esperança de que ocorram mudanças
O "Orion" tem razão, mas... esqueceu-se (penso eu) de pôr o dedo na ferida.
Qual é a razão de haver em Portugal várias entidades a gerir redes meteorológicas? Ninguém sabe.
Se não então vejamos:
- O
IPMA tem uma rede com cobertura quase nacional. Funciona como funciona! A culpa dizem-nos que é a falta de recursos materiais e humanos.
- A
APA tem uma rede também com cobertura quase nacional. Funciona? Não. Curiosamente, o seu sistema
SNIRH contém o seguinte dizer na parte inferior da página inicial: "
O Serviço SNIRH foi premiado pelo Instituto de Informática (Prémio Descartes 1997). O programa Rios-SVARH recebeu o 3.° Prémio, na categoria de Gestão, do Concurso de Software 2003 da Microsoft. O SNIRH participa activamente no Banco Internacional de Objetos Educacionais. ...". Aquilo que podia ser um serviço de excelência, está praticamente paralisado por falta de verba para garantir a manutenção. A que é feita e contratada é por períodos pequenos, com o resultado de séries de dados históricos serem interrompidos, perdendo-se assim todo oseu valor.
- As
DRAP's (Direcções Regionais de Agricultura e Pescas), tem também redes de cobertura regional. Funcionam? Em parte sim, em parte não. Motivo? Falte de verba para aquisição de novas estações e reparação das actuais, para além de não disporem de pessoal para acorrer a todas as situações. Se calhar, tem somente 1 pessoa dedicada para o efeito.
O resultado é o que vemos. Recursos a produzir dados nas mesmas zonas do território em excesso e com carência ou mesmo ausência noutras zonas, que se estivessem a funcionar numa única entidade fornecessem um produto melhor de serviço público com menos gastos.
Não esquecer que nestes três exemplos que os ministérios envolvidos são apenas 2 (Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas e o Ministério do Ambiente. Desculpem agora temos o das Pescas).
Mas poderia-mos ainda acrescentar os dados da REN, das Universidades, dos Institutos Politécnicos e do Instituto Hidrográfico.
Um bom exemplo na minha modesta opinião de contribuinte é o da MeteoGalicia - Meteorologia da Galiza do Governo Regional (se calhar não é perfeito).
Por fim, e desculpem o alongar, e noutra área diferente mas não tão desligada do assunto.
Porque carga de água, num país que o Cadastro Geométrico não está completo existem 2 entidades a produzir cartografia?
Somos assim tão ricos?