Seguimento Meteorológico Livre - 2023

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Bom em relação aos modelos temos previsão de tempo quente, sem ser excessivo, até meio do mês e depois tempo algo instável e com tempo fresco!

Bem, depende de a que parte do país se refere essa previsão. É que nos últimos meses o continente está dividido pela cordilheira central em duas partes bem distintas, e quando há uma previsão mais optimista para a parte a sul (a mais de 10 dias) ela tem-se desvanecido sistematicamente.
E mesmo na parte a norte há que colocar o Noroeste quase como uma terceira região bem distinta do resto. Para essa região, Maio tem sido, e parece ir continuar a ser, relativamente normal, como foi o Abril.

Então até dia 17, é mais uma travessia do deserto, a sul...
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...e sempre com aquela miragem no horizonte que tem teimado em fugir quando nos aproximamos:
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Mas mesmo essa miragem está cada vez mais fraquinha e entramos naquela época do ano em que não há oásis algum na paisagem.
 
Média das máximas de Beja em Maio (Normais 81-10) é 24,3ºC.
Média das máximas prevista para os próximos 10 dias em Beja é aproximadamente 29,6ºC, ou seja 5,3ºC acima da média normal.

Para Lisboa a média das máximas normal é 22,1ºC e para todos os próximos 10 dias a máxima prevista estará sempre acima deste valor (média prevista 25,8ºC).

Conclusão, vamos habituando-nos a um novo "normal", mas a natureza não é tão rápida a habituar-se à mudança de normal.
 
Vamos lá a números, quanto por cento está a chover menos no Sul de Portugal na última década, por comparação com os anos 2000s, 1990s e 1980s? Nomeadamente no Algarve. Se no final desta década se se continuar a falar de números de sub deserto, algo vai ter que ser feito. Não interessa construir mais barragens se elas não vão nunca encher ... dessalinização terá que fazer parte da equação se esta conjectura se mantiver ou piorar?
 
Vamos lá a números, quanto por cento está a chover menos no Sul de Portugal na última década, por comparação com os anos 2000s, 1990s e 1980s? Nomeadamente no Algarve. Se no final desta década se se continuar a falar de números de sub deserto, algo vai ter que ser feito. Não interessa construir mais barragens se elas não vão nunca encher ... dessalinização terá que fazer parte da equação se esta conjectura se mantiver ou piorar?
Não tanto a menos quanto fazem querer parecer. A verdade é que antes desta década que passou... Ou seja entre 71 a 2010 a precipitação anual foi variando entre os 470 a 540 mm por década, e só nesta última década que passou ela reduziu para cerca de 410 mm anuais de média nessa década, mas com falta de dados em 2013 e 2014, isto aqui para Faro.
O principal destaque da última década foi mesmo os Invernos extremamente secos.
 
Pelo que vejo a dessalinização bem como outras obras estruturantes virão já tarde...Aí entra o lema bem Português que mais vale tarde do que nunca! O problema é que teremos de racionar entretanto.
Outro problema que vejo é o fim ou quase da água privada. A este ritmo muitos aquíferos terão problemas. Para além de muitos furos começarem a secar não serão emitidas novas licenças.
Basicamente a agricultura levará uma grande quebra pois só será possível em locais com acesso a água a custos comportáveis.
Quanto a dados temos o excelente trabalho do colega @ecobcg que no caso da estação dele apresenta uma quebra de uns 40 a 50% nos últimos 4 anos. Para extrapolar para o Barlavento não precisamos de ir longe, basta ver o estado das barragens neste momento ( Todo o sistema do Barlavento está à Beira da falência)
Entretanto está tudo à espera de um ano dito "normal"...
 
Dessalinização - no sul de portugal já deveria estar implementado, apoiado com sistemas fotovoltaicos já ficam a um preço bastante atrativo e nos próximos tempos é o futuro para zonas que sofrem como sul de portugal.

Falta de agua não temos, pois estamos quase rodeados por ela, é uma questão de vontade, Temos sol com fartura e temos agua com fartura é uma questão de canalizar investimentos para o sitio certo.

Ps: bem mais util do que os milhares de milhões que vão ser enterrados em produção de Hidrogénio "verde".
 
A dessalinização poderá ajudar a resolver a médio/longo prazo o problema da água para o abastecimento às populações em algumas regiões. No entanto duvido que seja viável dessalinizar água para uso agrícola. Ou seja com ou sem dessalinização uma correta e eficaz gestão da água armazenada em albufeiras é crucial, evitando perdas e desperdícios como atualmente acontece.
 
Tem necessariamente que haver uma redução de certos consumos supérfluos e controle das perdas e desperdícios, a par de novas fontes de produção hídrica, senão quando eventuais centrais dessalinizadoras entrarem em funcionamento toda a produção continuará a ser desperdiçada, como já é. Não há em Portugal nesta altura uma cultura de poupança de água e de controle dos consumos, e começando logo pela gestão autárquica que é feita com este recurso.
 

Por acaso observo quotidianamente os formigueiros aqui na zona e infelizmente o que por experiência depreendo da sua actividade neste momento é a continuação da secura e do calor.
Toda esta zona alta da Póvoa de Santa Iria tem um formigueiro enorme que teve de se adaptar à instalação urbana, agora omnipresente, que começou há mais de duas décadas atrás.
Neste momento constato que esse formigueiro abriu um sem número de novas comunicações com o exterior nos passeios de calçada mesmo junto aos edifícios nas várias ruas, do lado norte, abandonando outras localizações nos ajardinamentos, que já estão secos, e nas zonas ensolaradas.
 
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A dessalinização poderá ajudar a resolver a médio/longo prazo o problema da água para o abastecimento às populações em algumas regiões. No entanto duvido que seja viável dessalinizar água para uso agrícola. Ou seja com ou sem dessalinização uma correta e eficaz gestão da água armazenada em albufeiras é crucial, evitando perdas e desperdícios como atualmente acontece.
Para a agricultura, terá de ser com recurso às águas residuais, mas aí tem um custo enorme a construção das infraestruturas, mas essa será uma das soluções.
 
Pelo que vejo a dessalinização bem como outras obras estruturantes virão já tarde...Aí entra o lema bem Português que mais vale tarde do que nunca! O problema é que teremos de racionar entretanto.
Outro problema que vejo é o fim ou quase da água privada. A este ritmo muitos aquíferos terão problemas. Para além de muitos furos começarem a secar não serão emitidas novas licenças.
Basicamente a agricultura levará uma grande quebra pois só será possível em locais com acesso a água a custos comportáveis.
Quanto a dados temos o excelente trabalho do colega @ecobcg que no caso da estação dele apresenta uma quebra de uns 40 a 50% nos últimos 4 anos. Para extrapolar para o Barlavento não precisamos de ir longe, basta ver o estado das barragens neste momento ( Todo o sistema do Barlavento está à Beira da falência)
Entretanto está tudo à espera de um ano dito "normal"...
Pois , e esse ano "normal" muito provavelmente acontecerá...embora no meio de 15 de penúria....
 
Tem necessariamente que haver uma redução de certos consumos supérfluos e controle das perdas e desperdícios, a par de novas fontes de produção hídrica, senão quando eventuais centrais dessalinizadoras entrarem em funcionamento toda a produção continuará a ser desperdiçada, como já é. Não há em Portugal nesta altura uma cultura de poupança de água e de controle dos consumos, e começando logo pela gestão autárquica que é feita com este recurso.
Aprendam com Israel que faz um trabalho incrível e de grande inteligência no sentido de evitar toda e qualquer perda de água.
 
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