Seguimento Meteorológico Livre - 2024

Nos Algarves, a aurora até se viu de dia e certamente foi a Aurora do Pólo Sul. :D



Esta em comparação com a de Lisboa é muito melhor, a de Lisboa nem dignificaram-se em colocar a verdadeira Ponte 25 de Abril e o Cristo-Rei desapareceu. :D

Com Adobe Firefly tudo é possível. :D
 
Esta em comparação com a de Lisboa é muito melhor, a de Lisboa nem dignificaram-se em colocar a verdadeira Ponte 25 de Abril e o Cristo-Rei desapareceu. :D

Com Adobe Firefly tudo é possível. :D
E divertido é ver nas redes sociais os comentários das pessoas crédulas que nem sequer analisam a imagem, nem vêem que certos locais não correspondem à descrição ou à possibilidade do fenómeno. São daquelas que estão em competição de likes e comentários a tudo e mais alguma coisa que lhes apareça nos 'feeds', não podem perder mais do que alguns segundos com cada publicação. :lmao:
 
Quando o Maio nos dava belos céus....este foi em 2017 na zona de Idanha-a Nova.
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Maio vai continuar com temperaturas normais e ainda bem, o que menos faz falta agora são temperaturas muito acima do normal.

Exemplo para Lisboa-cidade:

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Média Normal 81-10 Lisboa/Gago Coutinho (mín/máx): 13,5ºC/21,9ºC

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Média Normal 81-10 Lisboa/Geofísico (mín/máx): 13,9ºC/22,1ºC

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Média Normal 81-10 Lisboa/Ajuda (mín/máx): 12,4ºC/21,9ºC
 

Alguns pontos importantes a discutir (embora por cá eu acho que quase ninguém vai tirar lições e planear de forma diferente do que costuma ser feito em Portugal):

- Construir diferente -

Esta reconstrução do Rio Grande do Sul terá de ser pautada pelo olhar da adaptação à mudança do clima. A região sul do país e toda a bacia do rio Prata são apontadas pelos especialistas como uma área que vai ter fragilidades com eventos associados à pluviosidade. Isto quer dizer que não adianta repetir as cidades da forma como elas eram”, explica ao PÚBLICO a urbanista brasileira Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima.
Opinião semelhante tem Henrique Evers, gerente de desenvolvimento urbano da organização sem fins lucrativos World Resources Institute (WRI na sigla inglesa) no Brasil. “Temos de reconstruir considerando os regimes de chuva, seca e ondas de calor do futuro. Se a gente não reconstruir considerando esses novos cenários, a gente vai ter uma nova destruição assim que as novas infra-estruturas estiverem prontas”, avisa o geógrafo.
Após a tragédia, como reconstruir para evitar novas tragédias? Será necessário, segundo os dois especialistas ouvidos pelo PÚBLICO, garantir que as construções ficam ainda mais afastadas do que estavam das margens dos vários rios e do lago Guaíba. E que as cidades sejam lugares permeáveis, garantindo ainda uma “priorização absoluta do transporte público”.
“Com a mudança do clima, as áreas de preservação permanente previstas hoje pela lei terão de ser aumentadas, porque o que está previsto é claramente insuficiente tendo em conta o volume de água no rio Guaíba. Isto é uma discussão técnica muito necessária”, diz Suely Araújo.
Henrique Evers subscreve. “Não vamos repetir os erros os erros do passado – por exemplo, a ocupação na frente de rio vai ter de recuar, a ponte vai ter de ser mais alta e a ocupação nas encostas já não vai ser possível”, exemplifica o especialista da WRI Brasil.
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- O erro da impermeabilização (tão comum nas cidades portuguesas) -
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Os centros urbanos têm de estar mais permeáveis, a exemplo da lógica das cidades-esponja na China. Tanto Suely Araújo como Henrique Evers criticam a obsessão com a impermeabilização das cidades, “como se fossem piscinas”, fazendo com que a chuva não seja absorvida pelo chão.
Henrique Evers afirma que Porto Alegre e outros centros urbanos do Rio Grande do Sul, a exemplo da maioria das cidades, reproduz um modelo hidrófobo – ou seja, de horror à água, expelindo-a em vez de permitir a lenta absorção da chuva pelos solos. E, ironicamente, foi esse mesmo modelo de cidade-poluidora que contribuiu para enchermos a única atmosfera que temos com carbono, sublinha o geógrafo.
“Construímos as nossas cidades num modelo que nega, doma e combate a natureza. É um modelo de hidrofobia. A gente canaliza e tampa os rios, impermeabiliza os solos, controla ou extingue as árvores, avança sobre os corpos de água com aterros. É imperativo: temos de fazer diferente”, avisa Henrique Evers, numa chamada telefónica com o PÚBLICO a partir de Porto Alegre.
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- Os erros da agro-pecuária (culturas intensivas, mono-culturas em grandes áreas, destruição de barreiras naturais aos agentes meteorológicos) -

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O sector agro-pecuário, sendo um sector muito importante no Rio Grande do Sul, sai também bastante fragilizado destas cheias. Há na imprensa brasileira referências à perda de gado e áreas de cultivo, alfaias agrícolas. As enxurradas das últimas semanas também provocaram um grande empobrecimento dos solos, roubando-lhes os nutrientes necessários à agricultura.
“Há relatos de que a terra foi literalmente lavada e que há locais onde o que se vê é a rocha. Num estado que depende da agricultura, isto é um grande desafio que terá de ser enfrentado de imediato”, diz Suely Araújo.
A especialista do Observatório do Clima explica que o Rio Grande do Sul é um “estado com um historial de degradação ambiental na área rural” e que “será necessário fazer um intenso trabalho de restauração de campos nativos, tendo atenção ao que se fez no passado, e isto significa em parte mudar a economia do estado”, numa referência ao “intenso desmatamento”.
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- Será o consenso atingido ainda em tempo útil? -

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Estas eventuais mudanças, contudo, enfrentam, segundo a mesma fonte, uma grande resistência por parte dos partidos políticos que representam os interesses do sector agro-pecuário, que é “um pilar da economia brasileira”. Suely Araújo diz haver uma força grande da chamada bancada ruralista, que faz uma pressão constante, segundo descreve, para que a legislação ambiental seja flexibilizada, sem garantir a sua aplicação.
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a exemplo da lógica das cidades-esponja na China.
A sério que o homem utilizou o exemplo da China? A China é dos piores exemplos no que toca à preparação contra inundações, as grandes cidades por lá estão literalmente a afundar-se devido à falta de planeamento e de regulações. :facepalm:
 
As "ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS" estão ser associadas a estes eventos. Correto.

A Lagoa dos Patos é a maior lagoa da América do Sul. O tamanho é este: cerca de 265 km de comprimento por 30 km de largura, profundidade média de 3 mts e máxima de 7 metros.
Deixo aqui isto: a bacia hidrográfica que abastece a Lagoa dos Patos , possui uma área de cerca de 180.000 km², ou seja, é o dobro da superfície continental portuguesa. É muito terreno a receber água das chuvas...

Imaginem uma situação de chuvas torrenciais com retorno de 500/1000 anos (não associada a "alterações climáticas"), com drenagem das águas para uma zona com ocupação humana relativamente densa, no caso uma lagoa de baixa profundidade, grandes várzeas, terrenos planos, cidades e aldeias dispersas por toda a zona, e drenagem para uma foz de apenas 550 metros de largura.

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A vermelho a zona mais afectada pelas cheias, a amarelo a foz da lagoa.

Veja-se agora a rede hidrográfica que vem de zonas mais montanhosas, muito extensa também, que culmina na zona de Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul:
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É natural, espectável até, que um dia isto iria acontecer. Claro que a questão é que afectando vidas humanas torna-se imperioso saber como e porque aconteceu, e o que fazer para no futuro se evitar outras tragédias como esta.
 
A sério que o homem utilizou o exemplo da China? A China é dos piores exemplos no que toca à preparação contra inundações, as grandes cidades por lá estão literalmente a afundar-se devido à falta de planeamento e de regulações. :facepalm:
Penso que a ideia dele não é de apontar o modelo geral da China, mas refere-se a uma nova ideia que surgiu na China, provavelmente por força de mesmas tragédias como esta.
Não são as cidades tradicionais que já existem na China que estão a ser apontadas como modelo, mas sim planos para novas cidades.



Mas os limites do que já foi experimentado mostram que o problema mesmo é... excesso de povoamento urbano e provavelmente novos regimes de precipitação.

 
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