Se a questão é apenas e só a acção humana, então não sei porque não há em Dezembro os mesmos incêndios que em Agosto, por exemplo.
Concordo com as outras afirmações mas esta interrogação tem uma resposta que já foi dada noutra mensagem. É quando está mais calor e mais seco que a ignição do coberto vegetal é mais fácil, como resultado de acção humana intencional ou negligente, ou muito mais raramente puramente acidental (como um veículo que se incendeia), e ainda mais raramente por causas realmente naturais (raios). Em Dezembro o coberto vegetal dificilmente arde pois está verde e húmido. Nos incêndios intencionais, o perpetrador do crime pretende a máxima eficácia do seu gesto criminoso e o risco mínimo de ser apanhado em relação às possibilidades de "sucesso" da sua acção, logo actua preferencialmente durante a estação e ocasiões de secura da vegetação, do ar, e de calor conjugado com vento, em resumo, verão e nunca ou muito raramente inverno. Fogo de artifício, uma fogueira mal apagada ou projecções de simples fogareiros (tudo devia ser proibido em qualquer meio natural) têm maior probabilidade de atear fogo à vegetação rasteira nas condições de verão referidas. Queimas de lixo, queimadas, até o acto de fumar perto de vegetação, seja ela qual fôr, tudo tem que ser eliminado, legislado e regulamentado com
extrema dureza penal. É necessária muita vontade e coragem política para o fazer, a qual raramente existe em Portugal, e a que se diz que existe tem sempre outras razões de interesses por trás, é uma falsa coragem e falsamente desinteressada, como o é toda a actuação da maioria dos políticos.
Os incêndios geram pobreza e a pobreza gera incêndios, é um ciclo que levará o país à exaustão final da natureza e desertificação. O território já é um deserto disfarçado comparado com o que era há milénios, o solo exaurido, erodido, perdido, as espécies vegetais e animais e o equlíbrio extintos. As florestas substituídas por plantações de espécies arbóreas introduzidas de resinosas e de essências, explosivas perante o fogo.
Estes artigos devem ser lidos, por exemplo, entre muitos outros publicados ao longo dos tempos e das políticas, e arquivados no esquecimento:
http://www.publico.pt/opiniao/jornal/incendios-florestais-causas-e-consequencias-27044990
Causas de incêndios florestais em Portugal continental
Toda a informação está acessível
online usando um motor de busca, estes são apenas dois artigos escolhidos entre os primeiros que aparecem.
O problema dos incêndios e da pobreza em Portugal estão interligados e são, obviamente, um problema político.