Seguimento Rios e Albufeiras - 2017

Reserva estratégica de água contaminada
Ourém, Maciço Calcário Estremenho e Caldas da Rainha-Nazaré

Da massa total de água que existe no nosso planeta, 97% é salgada. Os restantes 3% são de água doce, que se dividem por 30,8% de água no subsolo e 68,9% em gelo polar, glaciares e 'permafrost'. A água de superfície, de rios, albufeiras e lagos, compreende apenas 0,3% da água doce.

Perante este cenário, a existência de uma grande reserva de água doce, sob o queijo suíço calcário das serras de Aire e Candeeiros, também chamado Maciço Calcário Estremenho, reveste-se de grande importância para a região.

As serras, situadas entre as cidades de Alcobaça, Rio Maior, Tomar e Leiria, integram o Sistema Montejunto- Estrela e são um grande bloco de calcários jurássicos com cerca de 160 milhões de anos, que serve como reservatório subterrâneo.

É uma das maiores reservas nacionais de água doce, se não a maior, a par da serra da Arrábida, mas não é invulnerável à poluição das águas fósseis dos seus rios, algares e zonas profundas.

Embora adormecidas nas entranhas da Terra, estas têm vindo a ser contaminadas com metais pesados e substâncias contaminantes, fruto de décadas de agricultura, exploração pecuária e de pedreiras, tratamento defeituoso ou despejo directo de efluentes humanos.

https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/reserva-estrategica-de-agua-contaminada-7547
 
Por isso devíamos seriamente pensar na construção de centrais de dessalinização!

Já devíamos era ter e não estar sempre à espera do milagre. :rolleyes: Aliás, os governos gostam mais de estourar dinheiro numa 3ª Auto-Estrada Lisboa-Porto, num aeroporto em Beja para aterrar cegonhas, em vez, de investirem dinheiro aonde é estritamente necessário.

Mas, essa solução, agora pode ser levantada, mas quando chover será esquecida e só quando a seca apertar novamente é que lembram-se outra vez e vão estourar o dinheiro nalguma obra faraónica para atrair fantasmas. :rolleyes:
 
Já devíamos era ter e não estar sempre à espera do milagre. :rolleyes: Aliás, os governos gostam mais de estourar dinheiro numa 3ª Auto-Estrada Lisboa-Porto, num aeroporto em Beja para aterrar cegonhas, em vez, de investirem dinheiro aonde é estritamente necessário.

Mas, essa solução, agora pode ser levantada, mas quando chover será esquecida e só quando a seca apertar novamente é que lembram-se outra vez e vão estourar o dinheiro nalguma obra faraónica para atrair fantasmas. :rolleyes:
A Espanha tem 700 centrais dessas...
 
Já devíamos era ter e não estar sempre à espera do milagre. :rolleyes: Aliás, os governos gostam mais de estourar dinheiro numa 3ª Auto-Estrada Lisboa-Porto, num aeroporto em Beja para aterrar cegonhas, em vez, de investirem dinheiro aonde é estritamente necessário.

Mas, essa solução, agora pode ser levantada, mas quando chover será esquecida e só quando a seca apertar novamente é que lembram-se outra vez e vão estourar o dinheiro nalguma obra faraónica para atrair fantasmas. :rolleyes:

Se não fosse este processo de dessalinização, a vida nos nosso arquipélagos portugueses seria bem mais dificultada, pois só se transportasem a água daqui para lá em depósitos dentro dos navios de carga.
 
Se não fosse este processo de dessalinização, a vida nos nosso arquipélagos portugueses seria bem mais dificultada, pois só se transportasem a água daqui para lá em depósitos dentro dos navios de carga.
Como se isso desse à conta :huhlmao: Andar para lá e para cá a transportar água como provavelmente vai ser o caso de Viseu se não chover nas próximas semanas. Haja paciência para esta gente que gere este país que só faz as coisas quando já é tarde demais. :buh: Só se gasta dinheiro em coisas que não nos levam a lado nenhum, fala-se na falta de água mas ainda não se ouvi falar em nenhuma hipótese de construir algo desse género, provavelmente só vai acontecer quando o Porto e Lisboa tiverem falta de água também, o resto não interessa, como é habitual. :rolleyes:
 
Como se isso desse à conta :huhlmao: Andar para lá e para cá a transportar água como provavelmente vai ser o caso de Viseu se não chover nas próximas semanas. Haja paciência para esta gente que gere este país que só faz as coisas quando já é tarde demais. :buh: Só se gasta dinheiro em coisas que não nos levam a lado nenhum, fala-se na falta de água mas ainda não se ouvi falar em nenhuma hipótese de construir algo desse género, provavelmente só vai acontecer quando o Porto e Lisboa tiverem falta de água também, o resto não interessa, como é habitual. :rolleyes:

Claro isto tudo são maneiras urgentes para desenrascar o abastecimento público, esta toda logística de transporte de água só causa mais prejuizos para os cofres do estado, e só nos resta aguardar pela chuva que tarda em não cair.
 
Entrevista a Carlos Martins secretário de Estado do Ambiente sobre a seca.
http://observador.pt/especiais/carl...isariamos-de-um-ano-com-chuva-acima-da-media/

"Foram também retirados peixes nas albufeiras, nomeadamente em cinco da zona do Alqueva, entre as quais Vígia, Monte da Rocha, Roxo, Pego do Altar. Retirámos 120 toneladas de peixe que foram usados para produzir ração animal. Se ficassem lá mais tempo, levariam à degradação da qualidade da água e os peixes também acabariam por morrer."

"Mas também há freguesias de Lisboa a usar água da rede para lavar ruas. Não devia haver legislação para evitar esses comportamentos?
Não há legislação nacional, porque os recursos alternativos não existem em todas as áreas do país. Em Lisboa, quando se retiraram os esgotos do Terreiro do Paço e se trouxeram para Alcântara, foi feita uma conduta que permite colocar água a partir da ETAR de Alcântara em todo o eixo ribeirinho da cidade. Está previsto que possa chegar ao Parque Eduardo VII a partir do caneiro de Alcântara. No Algarve, há três campos de golfe que vão fazer a ligação a águas residuais tratadas para rega. Há bons exemplos, mas ainda estamos abaixo daquele que é o potencial. Um dos critérios de financiamento que aplicamos a projetos é dar um prémio às candidaturas de obras para ETAR que incentivam à reutilização em projetos concretos."

"E a dessalinização? Faz sentido?
Há uma unidade em Porto Santo, mas não temos uma necessidade hídrica histórica que nos remeta para essas soluções. Nem seriam generalizadas. As nossas zonas de maior densidade populacional, eixo litoral do Porto ao Algarve, têm infraestruturas que permitem ultrapassar estes períodos sem grande perturbação. No interior, não faz sentido levar condutas com centenas de quilómetros. Aí o que estamos a ponderar, em casos como o de Fagilde, é fazer um alteamento da parede da barragem para aumentar a capacidade de encaixe.
Mas para isso é preciso que chova.
Neste momento, temos barragens, mas não temos água. Se tivesse lá mais água encaixada, demoraria mais tempo a ser consumida. Vamos ser cuidadosos nestes investimentos, porque acarretam custos que têm de ser suportados. (acho esta frase bem perigosa) Barcelona viveu um problema crítico em 2005 e construiu duas unidades dessalinizadoras que são as maiores na Europa a seguir às de Israel. Estão praticamente sem funcionar porque felizmente tem chovido. Os custos são muito significativos para não ter utilização, para além disso tem problemas ambientais importantes. As tubagens têm que ser especiais porque transportam uma espécie de salmoura que destrói os tubos. Têm que ser monitorizados como um pipeline porque se houver uma fuga têm impacto no habitat e a ligação ao mar tem de ser feito em condições muito especiais que permita dispersar a salinidade. Não ignoramos que a tecnologia existe, será utilizada se algum dia considerarmos que está em risco o abastecimento público.
 
Última edição:
Entrevista a Carlos Martins secretário de Estado do Ambiente sobre a seca.
http://observador.pt/especiais/carl...isariamos-de-um-ano-com-chuva-acima-da-media/
Pois, exato! E mesmo assim não sei, seria preciso chover mesmo bem acima da média e vários dias porque por vezes há meses que são acima da média mas que chove apenas 2 ou 3 dias, que aliás, tem sido como no último ano. Há muito para encher e tal como diz, a situação estaria ainda pior se não tivessem sido construídas novas barragens, o mapa do SNIRH só não está pior que em 2005 graças a isso. Já se perderam 3 meses, basicamente, e novembro só não será pior caso a última semana seja diferente, se não for, no final do mês quase 100% do território entrará em seca extrema e não, não estou a ser exagerado, novembro é um dos meses mais chuvosos.
Entretanto, ouvi na rádio hoje, que serão gastos 20 mil euros em média por dia para levar água a Viseu. Se isto não mudar, para além de muitas zonas ficarem sem água nos próximos tempos, as autarquias vão ter de gastar imenso dinheiro, o que não é nada bom, vamos à falência outra vez. :facepalm: A situação está negra, não estamos mesmo preparados para enfrentar mais um ano de seca.
 
Pois, exato! E mesmo assim não sei, seria preciso chover mesmo bem acima da média e vários dias porque por vezes há meses que são acima da média mas que chove apenas 2 ou 3 dias, que aliás, tem sido como no último ano. Há muito para encher e tal como diz, a situação estaria ainda pior se não tivessem sido construídas novas barragens, o mapa do SNIRH só não está pior que em 2005 graças a isso. Já se perderam 3 meses, basicamente, e novembro só não será pior caso a última semana seja diferente, se não for, no final do mês quase 100% do território entrará em seca extrema e não, não estou a ser exagerado, novembro é um dos meses mais chuvosos.
Entretanto, ouvi na rádio hoje, que serão gastos 20 mil euros em média por dia para levar água a Viseu. Se isto não mudar, para além de muitas zonas ficarem sem água nos próximos tempos, as autarquias vão ter de gastar imenso dinheiro, o que não é nada bom. Está negro, não estamos mesmo preparados para enfrentar mais um ano de seca.

É o que ele diz (ao menos tem essa noção)
"Se voltasse a chover ao ritmo normal para a época do ano, quanto tempo demorávamos a repor o nível médio das reservas?
Para colocar as nossas reservas numa situação de tranquilidade diríamos que temos de ter três a quatro meses de inverno com uma precipitação dentro dos valores que são médios. Mas, para repormos as águas e recursos subterrâneos, precisaríamos de bastante mais tempo e de um determinado tipo de precipitação. Se for muito forte, acaba por ser superficial, não dá tempo de se encaminhar para os recursos subterrâneos. Para repor os níveis de águas subterrâneos, precisaríamos de um ano invernoso, acima da média."
 
É o que ele diz (ao menos tem essa noção)
"Se voltasse a chover ao ritmo normal para a época do ano, quanto tempo demorávamos a repor o nível médio das reservas?
Para colocar as nossas reservas numa situação de tranquilidade diríamos que temos de ter três a quatro meses de inverno com uma precipitação dentro dos valores que são médios. Mas, para repormos as águas e recursos subterrâneos, precisaríamos de bastante mais tempo e de um determinado tipo de precipitação. Se for muito forte, acaba por ser superficial, não dá tempo de se encaminhar para os recursos subterrâneos. Para repor os níveis de águas subterrâneos, precisaríamos de um ano invernoso, acima da média."
É óbvio que sim, nos únicos 6 dias de chuva que houve desde setembro (até custa dizer isto), a chuva que caia era em forma torrencial, é óbvio que isso para quem só quer acumulados interessantes é bom mas para o resto não é, de nada nos serve mesmo. Já está tudo seco novamente, isto que não mude de vez não, nem quero imaginar o que será de nós se isso não acontecer. Enquanto não vir nas previsões dias e dias seguidos de precipitação não vou ser optimista, não é com um dia de cheias que as barragens ficam abastecidas, mas ainda há pessoas que pensam que sim, talvez as mais pequenas, porque de resto, fica tudo na mesma.
 
Portugal “estaria numa profunda crise de fome” se atual seca tivesse ocorrido na Idade Média

Portugal passou a enfrentar secas mais frequentes e prolongadas e a que se verifica neste momento é provavelmente “das piores dos últimos 100 anos”

As secas tornaram-se mais frequentes e prolongadas em Portugal, acompanhando a diminuição da precipitação média anual, que afeta sobretudo o sul, referiu o especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos, alertando para a necessidade de investir nas energias renováveis.

Em declarações à Lusa, o professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável explicou que um fenómeno meteorológico isolado, por si só, não define um clima - para isso é necessário fazer observações durante 30 anos e depois comparar com o período anterior, vendo se nas médias e nos extremos das várias variáveis meteorológicas houve uma mudança significativa.

Quando se comparam os dois períodos de 30 anos anteriores ao presente (desde 1960), verifica-se que a precipitação média anual tem diminuído na Península Ibérica e também noutras áreas do Mediterrâneo.

“No caso de Portugal a diminuição é da ordem dos 40 milímetros por década e isso é um número significativo, ou seja, 200 milímetros de chuva em meio século, cerca de 20 centímetros de água”, indicou o professor.

Os números têm particular peso no sul: no interior do Alentejo a precipitação média anual era, antes desta redução, de 500 milímetros.

“Não é a questão de uma seca. Nestes 60 anos, comparando quantas secas mais é que houve em relação ao período anterior, verifica-se que tem havido mais secas e mais prolongadas”, referiu Filipe Duarte Santos.

A atual seca registada em Portugal, indicou, é provavelmente “das piores dos últimos 100 anos” e uma das mais intensas e prolongadas: “Uma seca destas na Idade Média seria dramática, o país estaria numa profunda crise de fome”.

O especialista lembrou que para reagir às alterações climáticas é necessário, em Portugal e no resto do mundo, “depender muito menos de combustíveis fósseis” (petróleo, carvão e gás natural), porque a sua combustão é um dos principais fatores dessas mudanças, e “investir nas energias renováveis”, o que tem um custo inicial, depois compensado.

Em suma, apontou, é necessário “desenvolver uma economia de baixo carbono”, com decisores políticos bem informados, cientistas empenhados em alertar para os problemas e um compromisso sério no cumprimento de medidas como as que vigoram no Acordo de Paris.

“A razão destas alterações climáticas tem a ver com a intensificação do chamado efeito de estufa da atmosfera, com o facto de na atmosfera existirem gases que absorvem a radiação infravermelha, são como se fossem um cobertor na atmosfera e garantem que a temperatura é suficientemente elevada”, mencionou.

A presença e concentração de dióxido de carbono aumentou cerca de 43% desde o período pré-industrial (há cerca de 250 anos), o que, no entender do especialista, é um grande alargamento para um período de tempo relativamente curto, à escala das transformações que houve no planeta.

No caso da Europa, os países do sul são mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas devido à tendência da diminuição da precipitação.

“Há condições para nos adaptarmos”, ressalvou, contudo, Filipe Duarte Santos, referindo também que, em Portugal, a região menos vulnerável são os Açores e, depois, a Madeira, onde a diminuição da precipitação deverá ser mais significativa.

O especialista lembrou ainda a tendência de subida do nível médio do mar, que irá agravar a já significativa erosão costeira, em particular no território continental.
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...se-atual-seca-tivesse-ocorrido-na-Idade-Media
 
Reportagem sobre a nascente do rio Douro que secou.
Com varias imagens, localização no google maps, vídeos e depoimentos.

https://www.jn.pt/nacional/reportagens/interior/a-nascente-do-rio-douro-secou-8908800.html

As imagens são impressionantes ( a 20 km da nascente)

:shocking:

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