Sei perfeitamente disso, conheço muito bem toda a zona desde Coimbra à Figueira. A estrada que costumo usar ficou completamente inundada.São situações pontuais e extraordinárias. Toda a gente implica com os bares das docas, e não é por causa destes casos de cheia que se deve demolir os bares.
Seguindo a mesma lógica, então também não poderiam ser autorizadas construções em todo o baixo Mondego, onde os prejuízos são muito mais elevados. Basta lembrar que a Baixa de Coimbra inundava todos os Invernos antes da construção da barragem da Aguieira.
Muita gente não sabe mas o rio Mondego segue um percurso "artificial" na zona dos Campos. O percurso do rio Velho era bem diferente.
A questão é que bem, ou mal, o desvio do Mondego está feito e é útil para a atividade agrícola. Na cidade é completamente injustificável que se insista em transformar um leito de cheia em área urbana, e se invista ano após ano milhões de euros nesse ideia peregrina. Ter um parque está ótimo, construir é uma barbaridade e um despesismo desnecessário de dinheiros públicos. Era preferível gastar o que se já gastou nas Docas e nas múltiplas reabilitações do parque verde em pouco mais de 10 anos em algo verdadeiramente útil para a cidade.
Não faltam exemplos destes pelo país fora. Viseu é outra cidade que tratou muito mal o rio há uns anos atrás. Limitou-o a um trajeto mais estreito e totalmente cimentado e construiu-se um centro comercial com pisos subterrâneos num terreno de leito de cheia. Ninguém se surpreendeu quando o parque de estacionamento inundou de 2 em 2 anos